A VOLTA DOS IRMÃOS:
A Plague Tale Innocence teve um grande sucesso, tanto de publico quanto de crítica. Por isso, nada mais justo que essa trama ganhasse uma sequência (mesmo tendo um final bem redondo). Então, três anos depois, foi lançado A Plague Tale Requiem! Que continua a jornada de Hugo e Amicia, um ano depois dos eventos do primeiro! Lançado em 18/10/22, sendo desenvolvido e publicado pela Asobo Studio para PS5, Xbox Series X|S e Pc! Além de uma versão via cloud para Nintendo Switch. Tratando-se de um jogo focado em stealth, com um mapa linear (na maior parte) e um foco na sua história.
JÁ COMEÇA NO DESASTRE:
Requiem começa em 1349, com Amicia e Hugo brincando com o seu grande amigo Lucas. Até que, os dois decidem sair para explorar e acabam entrando em um castelo abandonado. Entretanto, nesse local eles encontram vários homens mal intencionados e precisam lutar para sair!
A BOA E VELHA ATIRADEIRA:
Em primeiro lugar, já quero adiantar que Requiem segue a mesma receita do Innocence como uma boa sequência deve fazer. Amicia consegue fazer as mesmas coisas, só que agora não temos mais a opção de esquivar, porém podemos agachar por baixo de alguns objetos.
Além disso, a atiradeira retorna, juntamente com alguns itens essenciais como o Ignifer, por exemplo. Mas, é legal que vários elementos foram aprimorados, como os potes que agora podem ser imbuídos com as munições. Por exemplo, é possível colocar o ignifer no pote, que fazer uma ‘’granada’’, ou então arremessar um mistura que cega os inimigos, utilizando as mãos (que antes só arremessavam pedras). É bem legal! Sem falar na arma nova, o Besta, que também pode ser imbuída com fogo e outros elementos.
Entretanto, você deve estar se perguntando se a atiradeira melhorou. E eu posso dizer que sim! A mira ficou muito melhor e mais precisa! Agora, eu sinto que erro quando acabo vacilando e não por injustiça do jogo! A Asobo está de parabéns!
PRUDENTE, AGRESSIVA E OPORTUNISTA:
Inclusive, vale mencionar que o stealth melhorou, já que agora temos vários companheiros durante a campanha e eles tem habilidades que podem te ajudar a passar dos inimigos. E isso vale para a Amicia também. Agora ela conta com três árvores de habilidade: prudência, agressividade e oportunismo. Elas são melhoradas baseadas na nossa gameplay a medida que o jogo avança. Por exemplo, prudência acaba nos permitindo andar mais rápido e fazer menos barulho. Enquanto a agressividade faz com que a gente seja capaz de empurrar inimigos no fogo. E o oportunismo é melhora as nossas habilidades de criar munição! É bem legal e tem até troféu de conseguir colocar todas no nível máximo!
MALDITOS RATOS!
Então, já que falamos dos inimigos, eu já posso adiantar que o ratos retornam e estão tão infernais quanto no primeiro jogo. Porém, Requiem tem uma mania muito ruim de encher de inimigos alguns cenários que são bem pequenos. Basicamente, você acaba ficando cercada com muita facilidade! E isso é muito ruim. Já que Amicia segue sendo frágil (mesmo aguentando levar dois ataques). Nós temos a opção de contra-ataque, mas nem sempre ele funciona.
Outra adição interessante são as facas. Com elas, você pode finalizar os inimigos quando eles estão atordoados ou se pegá-los por trás. Mas, lembre-se que as facas quebram depois do uso! Só que, é complicado pois em alguns cenários você vai se ver cercado de ratos e soldados, em uma área que mal cabe a Amicia. Acaba que, vários combates são frustrantes. Mas, Amicia tem mais apetrechos e a besta pode matar os inimigos com o ataque só e isso pode facilitar sua vida!
CAÇA AOS SOUVERNIRS:
Agora, vamos ao que podemos encontrar no mapa. Logo de cara já quero falar da primeira mudança. Como eu disse na análise do Innocence, você tinha que escolher entre criar munição e fortalecer a Amicia. Porém, no Requiem a gente usa peças ao invés de recursos, ou seja, acabou a preocupação. Mas, não vá achando que as peças são abundantes porque não são! Assim como no anterior, exige muita exploração!
Além disso, os colecionáveis retornam! Temos as flores do Hugo novamente, as penas dos pássaros, os souvenirs que são momentos bem legais entre os personagens. E, por fim, os baús secretos. Eles são bancadas de upgrade (igual as do primeiro) mas que são ‘’móveis’’ por assim dizer, e devem ser abertas com faca (sim, a faca gasta quando abre um baú) e ficam espalhados pelo mapa!
VIVENDO UM SONHO:
Logo depois, vamos a parte que me irritou muito mas também me arrancou lágrimas: a história. Após fugirem do castelo, Amicia e Hugo retornam e vão juntos do Lucas atrás de um velho alquimista que pode ajudar o Hugo com a sua doença. Mas, chegando lá, nós descobrimos que o garoto vai ser separado de Amicia e por isso, ele acaba ficando extremamente revoltado (junto com a sua irmã) e vários eventos catastróficos começam a acontecer!
Requiem conta com uma introdução interessante onde vemos um sonho do Hugo. Então, essa história do sonho não só volta, como é bem explorada durante a trama. Porém, aqui nós temos um defeito bem notável que é o ritmo! Innocence, como eu disse, tem um timing perfeito para contar a história. De forma direta.
SE ARRASTA DEMAIS…
Entretanto, na sequência eles acabaram perdendo a mão (talvez para extender a campanha) e entregaram alguns capítulos muito grandes, chatos e que não levam a lugar nenhum (8/9/10). Todavia, a trama no geral (com exceção desses capítulos) é muito melhor que o anterior! Requiem conta uma história de desespero, perda e um pouco de maluquice! Eu sofri um pouco nos capítulos citados, mas do 11 em diante, eu não consegui mais parar de jogar! E, como você deve imaginar, os personagens continuam excelentes! Hugo e Amicia entregam muito e todos os secundários são carismáticos e memoráveis! E a história conta com ainda mais momentos marcantes do que o anterior!
UM PRIMOR GRÁFICO E SONORO!
Por fim, vamos a parte técnica e, como esperado, Requiem entregou muito no quesito gráfico! O jogo continua tão bonito quanto o anterior, e acaba entregando vários momentos que você pode usar como papel de parede, com tranquilidade! Todos os detalhes foram aprimorados, e não tem jeito, está incrível! Já sobre a trilha sonora, eu cheguei a achar ela um pouco pior do que do Innocence, mas acabei percebendo que estava maluco! Ela é, inclusive, muito parecida com o anterior, ou seja, perfeita!
NÃO VALE TANTO A PENA!
Mas, sobre o level design eu devo dizer que os caras acabaram escorregando. Tentaram fazer uma área aberta, e ela acaba funcionando. Porém, a exploração está menos recompensadora do que antes. E, pior de tudo, entra naquele aspecto que comentei onde você encontra vários inimigos em um cenário bem pequeno, e acaba se frustrando! Outro detalhe é que, a campanha tem momentos que você é obrigado a andar devagar para explorar, e isso é muito ruim! Para falar a verdade, é como se tudo fosse feito para extender a campanha de forma artificial. Desde andar muito devagar, até capítulos que não servem para nada já que não levam a lugar algum. É uma pena.
CONCLUSÃO:
Em síntese, A Plague Tale Requiem trouxe um combate melhor, uma movimentação mais legal, inimigos mais variados e uma história bem mais tensa! Manteve a ótima trilha sonora, os gráficos lindos e os ratos aterrorizantes! Mas, acaba pecando um pouco no seu level design e no ritmo da campanha que começa bem, termina bem, mas tem um meio bem arrastado. Só que, os defeitos não são capazes de diminuir a aventura incrível que Requiem entrega!
Sua campanha pode ser completada em 17 horas mais ou menos, podendo chegar até 27 para quem busca o 100%. É uma experiência tão boa quanto o anterior, mas segue tendo um stealth relativamente simples. Ótimo para quem não é tão bom no gênero, mas pode frustrar os mais entusiastas. Se você gostou do primeiro, com certeza irá gostar do segundo!
Números
A Plague Tale: Requiem
A Plague Tale Requiem traz uma campanha um pouco arrastada mas com uma boa história, gráficos lindos, uma ótima trilha sonora e uma jogabilidade melhorada. Porém, peca no seu level design menos divertido que o anterior
PRÓS
- História tensa e emocionante
- Personanges memoráveis
- Gráficos lindos
- Boa trilha sonora
- Combate melhorou se comparado ao anterior
- Stealth mais caprichado
CONTRAS
- Level design menos recompensador
- Ritmo da história é arrastado