NO ESPAÇO, NINGUÉM PODE TE OUVIR GRITAR…
Quando um projeto está em desenvolvimento, é comum que ele tenha códigos ou nomes provisórios. Isso ocorre tanto no mundo dos games quanto nos filmes. Por um lado, o primeiro Gears of War (2006) era chamado de Geist. Já Pokemon Crystal (2000), a versão repaginada de Johto era mencionada como Pokémon X, nome que seria usado no Nintendo 3DS nos jogos da região de Kalos. Nos filmes, o clássico O Rei Leão (1994) era chamado de O Rei da Selva. Enquanto isso, Alien: Romulus, de 2024, era informalmente apelidado de Romulus. Foi uma estratégia de marketing e as influências já disponíveis ao público que mantiveram este título. Na verdade, o incorporando como um subtítulo. Basicamente, tudo começou em marco de 2022, quando se anunciou o uruguaio Fede Álvarez, de A Morte do Demônio (Evil Dead, 2013), como o diretor do futuro filme.
UM TÍTULO PROVISÓRIO COM INFLUÊNCIA GAMÍSTICA:
Com base em uma cena deletada de Aliens: O Resgate (Aliens, 1986), na qual crianças corriam em uma estação espacial, o diretor tinha como ideia trazer a sensação de volta ao horror do Xenomorfo. Entretanto, após a notícia se espalhar, o público foi o responsável por chamar a película de Romulus. Assim, com o uso do marketing já construído e evitando qualquer efeito danoso pela troca de nomes, o filme de Fede Álvarez se manteve como Alien: Romulus. Encaixando inclusive na trágica história da Mitologia de Rêmulo e Rômulo, os gêmeos que levariam à criação do Estado Romano. Ao mesmo tempo que produzua, Álvarez, que também era responsável pelo roteiro, passava o seu tempo jogando The Last of Us: Part II (2020) e conhecia Alien: Isolation (2014). Títulos esses que influenciaram o desenvolvimento de seus personagens e do filme.
Contudo, a produção de Alien: Romulus, passou por mudanças. Com a compra da Fox pela Disney, o projeto migraria para o Hulu, tal como Hellraiser (Hellraiser, 2022). Além disso, o filme seria completamente desconectado de seus anteriores. Porém, não era o que Alvarez queria. O diretor tentou ao máximo acrescentar elementos do cânone, ao ponto de que o longa se passaria entre os eventos de Alien: O Oitavo Passageiro (Alien, 1979) e Aliens: O Resgate. A questão de se manter fiel às suas essências levou inclusive Fede Álvarez a contatar outros diretores que já participaram de Alien. Ridley Scott, de Gladiador II (Gladiator II, 2024) e Produtor Executivo, e James Cameron, de Avatar (Avatar, 2009) aprovaram os planos do diretor. Assim como sua vontade de usar efeitos práticos. Não por menos, o título possui uma indicação ao Óscar de 2025 por Efeitos Especiais, estando no Brasil disponível no Disney Plus.
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Inacreditável que esse filme também não está em outras áreas técnicas do Óscar, mas apenas a de efeitos especiais. Fotografia e Montagem com toda certeza, ao menos deveria ter sido indicado. Mas acredito que a quota de filmes de terror tenha sido incluída e fechada com Nosferatu e A Substância, dando pouco espaço para ele.
Não vou falar que não concordo pois estaria sendo desonesto. Ainda tenho que escrever a Crítica de Alien: Romulus. Porém, concordo que ao menos nos quesitos técnicos, ele poderia ter sido indicado. Fica claro que Nosferatu, por exemplo, foi o responsável por garfar. Afinal, dificilmente a Academia colocaria dois filmes do mesmo gênero em indicações, com exceção do drama que sempre tem a maior parte das indicações. Mesmo assim, não deixa de ser um ótimo filme de horror espacial, digno dos mais antigos e até mesmo de games como Dead Space e The Calisto Protocol.
Dá pra perceber que Alien Isolation tem alguma influência nesse filme do Álvarez, e ainda bem, melhor que aquela coisa horrorosa que tentaram fazer com Colonial Marines. Mas eu nunca imaginei que teria alguma relação com The Last of Us. Tirando o bom gosto do diretor, de onde exatamente vocês do site conseguiram tirar essa informação?