Pouco importa se você escreve em português, em sânscrito, em árabe ou japonês. Você escreve alguma coisa. A diferença é que cada um destes idiomas usa um sistema de escrita. Que na maior parte das vezes, se diferencia por conter, ou não, vogais.
Obviamente, você deve saber que o mundo não usa a mesma língua, nem escreve com as mesmas letras. O Mundo Ocidental, pelo menos a sua maior parte usa o famoso alfabeto latino. O original deste post , por exemplo, em português, é escrito no alfabeto latino. Se você colocar a tradução para outras línguas latinas, como o espanhol e o italiano também. O mesmo para as línguas germânicas e parte das línguas eslavas. Assim como o vietnamita e o malaio, as únicas línguas do sudeste da Ásia que o usa. Na verdade, o “alfabeto” tem esse nome, mas o latino não é o único. Na verdade, sua construção vem do grego, que vem do etrusco, que vem do fenício e seu nome é a junção dos termos alfa e beta. Logo, a primeira e a segunda letra do alfabeto grego, que ainda hoje é usado para este idioma.
Com preguiça de ler toda toda a matéria? Não devia. Mas, se mesmo assim você prefere um resumo desta pequena matéria sobre o nome dos dias da semana, confira:
- A primeira forma de escrita é o Alfabeto, usada pela maior parte do povo ocidental. Seja Cirílico, Latino ou Grego, usa-se letras para sons de vogais. Todas as outras formas de escrita apresentam alguma restrição a essa situação, demonstrando importância maior a consoante do que as vogais.
- A segunda forma é a abujida, termo oriundo da Etiópia. Aqui, as vogais não tem termos próprios, mas são indicadas com pequenos sinais. É o caso do Sânscrito, que usa o alfabeto Devanagari e o Tailandês, que tem um Abujida próprio.
- Existe ainda outro sistema, o terceiro que não faz questão de mencionar vogais. Esses são os Abjads e seus principais nomes são os Árabe e Hebraico, usados para as línguas homônimas. Mais recentemente é que, vindo do Árabe passou-se a usar diacríticos para informar da existência e do som de vogais.
- Por fim, ainda há o Silabário. Ao invés de “letras”, a base da língua são as sílabas. Logo, casa símbolo utilizado representa uma sílaba, que vai se unindo para formar palavras. Sem dúvida o mais antigo, vindo desde os sumérios. Hoje, o principal nome é a Língua Japonesa e o Katakana.
A grande diferença do alfabeto, seja o latino quanto o cirílico (usado por outra parte das línguas eslavas e pelas turcomanas) para outras formas de escrita é o uso escrito para praticamente todos os fonemas. Sejam elas vogais ou consoantes. Assim, usamos “casa” no português, “haus” no alemão, “house” no inglês. Essa é a primeira diferença para um Abugida, sistema especialmente encontrado nas línguas da família Brahmica, da Índia, mas também em línguas do Sudeste Asiático. Aqui, temos por exemplo, a escrita Devanagari (देवनागरी, traduzido como escrita dos deuses). As vogais não apresentam uma escrita como no alfabeto, mas são representadas por alguns sinais.
Esses sinais tanto demarcam o som de vogais, quanto também podem suprimir quanto aumentar seus sons. Um exemplo no Devanagari é o uso da letra k. Nesse sistema de escrita, é possível identificar as vogais apenas com alguns sinais. Como no exemplo कि ki, कु ku, के ke, को ko. Vale destacar que o nome abujida não vem da Índia, mas sim da Etiópia, que também usa uma forma similar para a língua Ge’ez.
No entanto, se ainda no Abujida você pode identificar por meio de alguns sinais, existe o Abjad, que se diferencia por não existir essa situação. Assim, idiomas que usam esta forma de escrita não escrevem ou identificam possíveis vogais. Porém, apenas as consoantes, dificultando assim o acesso de pessoas não vinculadas ao idioma. Isso ocorre no hebreu e no árabe, e em todas as línguas que usam essa forma de alfabeto, como o persa. Aqui, houve uma mudança histórica. Anteriormente, o sistema de forma alguma descrevia vogais. Porém, alguns passaram a ser tornar Abjad Impuros, como é o caso do próprio Árabe.
Na atualidade, é visto de forma opcional que o falante ou escritor identifique por meio de diacríticos as vogais . E isso é feito especialmente em cursos de aprendizagem da língua. Lembra o fenício, uma das raízes do alfabeto latino? Então, ele também se utilizava de um abjad, assim como o Aramaico, uma língua falada na época de Cristo. Devido a antiguidade deste tipo der escrita e a “modernidade” dos alfabetos criou-se uma constatação. Acredita-se em uma evolução, um Abjad que passaria para um Abugida, que finalmente passaria para um alfabeto. O próprio termo, Abjad vem do árabe, أبجد é relacionado as primeiras quatro letras do antigo alfabeto dos semitas. Contudo, essa não é a única forma, e nem a mais antiga, temos ainda mais uma, o Silabário.
De fato, o silabário é o sistema de escrita mais antigo da humanidade, uma vez que foi utilizado pelo povo sumério. O primeiro povo a escrever em tábuas de argila com sua língua cuneiforme. Como o próprio nome diz, um silabário não busca a criação de cada letra representando um fonema. E sim cada sílaba representando algo da realidade da língua. Atualmente, isso pode ser observado na língua japonesa com o Katakana. Então, agora você sabe a riqueza que a humanidade possui em termos de escrito. Basta você escolher uma delas, e quem sabe sair falando e aprendendo a ler e a escrever. Não é fácil, mas também não é impossível.