SAÍDO DO MAIS COMPLETO NADA.
Em janeiro de 2023, durante um evento, a Microsoft decidiu soltar, simplesmente do nada, um novo projeto de um dos seus estúdios recém adquiridos! E, foi assim que acabamos conhecendo Hi-Fi RUSH! Graças ao shadow drop, ele acabou sendo recebido sem nenhuma expectativa e caiu nas graças do público e também da crítica. Então, pouco mais de um ano depois, ele deixou de ser exclusivo de Xbox, e acabou saindo também para Playstation 5, com a oportunidade de usufruir do Dualsense!
Lançado em 25/01/23 sendo desenvolvido pela Tango Gameworks e publicado pela Microsoft para Xbox Series X|S e Pc, e depois, no dia 19/03/24 para PS5. Tratando-se de um hack’n slash, rítmico em um mapa linear e com elementos plataforma em um mundo cyberpunk.
A COBAIA DE LABORATÓRIO:
Hi-Fi RUSH começa com nosso heróis Chai, indo participar da operação Armstrong. Nesse projeto, criado pela Vandelay (uma grande empresa de tecnologia), os voluntários sofreriam upgrades mecânicos. Porém, durante o procedimento, um MP4 (sim, bem antigo) do Chai acaba caindo no seu peito, e se fundindo a ele! Por isso, quando ele finalmente sai da operação com seu novo braço robótico, os funcionários (robôs) da Vandelay, começam a trata-lo como um defeito! E aí ele precisa lutar para escapar!

SEGUINDO A BATIDA:
Primeiramente, vamos à parte mais importante de qualquer hack’n slash que é o seu combate. Hi-Fi RUSH traz comandos bem básicos para o gênero. Podemos andar, pular, executar pulo duplo, esquivar, defender, executar combos e também ataques especiais. Tudo bem familiar.
Entretanto, o combate em si conta com várias peculiaridades, graças à sua temática rítmica! Hi-Fi RUSH conta com um sistema de batidas. Onde temos sempre uma música tocando, e um medidor (que pode ser ocultado). E quanto mais você conseguir sincronizar seus ataques com a batida, melhor! Inclusive, todos os combos possuem uma finalização sincronizada, onde depois de um certo número de golpes (varia de combo para combo) um circulo vai aparecer na tela e você precisa apertar o botão no momento correto para executar um ataque extra!

MAIS PESADO QUE A MAIORIA:
No começo, parece meio difícil acertar as finalizações, mas rapidamente você se acostuma. Inclusive, não é obrigatório acertar. Se você for ruim de ritmo, não se preocupe. Todavia, o maior problema do combate é o próprio Chai. Ele não é dinâmico como a Bayonetta, ou o Kratos. Pelo contrário. Chai passa uma sensação de ser bem pesado.
Por isso, se você vier diretamente de algum outro hack’n slash mais rápido, vai acaba estranhando os combos. Mas, não se engane. Hi-Fi RUSH traz um combate bem divertido. Por mais que fique abaixo de outros jogos do gênero, é muito legal executar os combos, principalmente quando você se acostuma com a questão rítmica!

A BOA E VELHA GUITARRA:
Inclusive, é bom ressaltar que Chai não possui outras armas. Ele usa somente a sua guitarra. Entretanto, com o decorrer da campanha, vamos liberando companheiros que podem ser invocados para nos ajudar! Cada um tem uma habilidade e todos são extremamente úteis!
Além disso, como esperado, Hi-Fi RUSH traz uma barra de especial, chamada de Reverb. E é bem básico, quando você carrega ela, pode desferir um ataque bem poderoso! Um fato interessante, é que eu equipei (depois de comprar a melhoria) dois especiais diferentes. Um deles era de ataque, normal, enquanto o outro era de cura! E eu só usei o de cura! Simplesmente salva durante alguns chefões! Eu recomendo bastante que você adquira esse especial, por via das dúvidas!

O RITMO DOS INIMIGOS:
Outro detalhe legal são os inimigos. Como eu sempre digo, de nada adianta um bom combate se você não tiver onde usar. Hi-Fi RUSH conta com vários inimigos robôs e alguns humanos com modificações. E traz uma variedade muito boa! As batalhas de chefão são boas (mesmo que algumas vezes fiquem arrastadas) e eu não me cansei dos inimigos, porque o jogo sempre estava apresentado novos!
O ritmo das ameaças é muito bem feito! Além disso, chega um momento que aprendemos o parry e ele vira um elemento bem importante. Os inimigos mais fortes passam a entrar num modo berserk onde eles atacam com golpes indefensáveis, e ainda podem disparar uma tela especial. Nessa tela, nós temos que usar o parry no ritmo dos ataques de forma correta, para conseguir matar os inimigos de forma instantânea! É bem legal!

DE OLHO NOS GRAFITES:
Agora, vamos ao mapa de Hi-Fi RUSH. Enquanto andamos por ele, podemos encontrar documentos contando mais sobre a história da Vandelay e de alguns personagens. Além disso, temos os grafites colecionáveis, e chips quebrados que podem ser usados para comprar chips que nos dão bônus passivos, como aumentar o quanto os itens de cura irão recuperar hp, ou aumentar a janela das batidas.
Além disso, também temos as engrenagens que podemos conseguir quebrando caixas e derrotando inimigos. Elas servem para comprar itens, habilidades e chips (além dos upgrades para os chips). E, como padrão, temos os itens para fortalecer o HP e a barra de Reverb, e aqui é igual Bayonetta, por exemplo. Você coleta partes dos itens e quando completa um inteiro, recebe um upgrade! E também podemos comprar um inteiro na loja!
Inclusive, é bom lembrar que você só pode equipar um chip por vez a não ser que compre o upgrade para equipar mais. E eu recomendo muito que você gaste engrenagens com esse upgrade!

UM SHOW DE COMÉDIA E DE CARISMA!
Em seguida, vamos a história de Hi-Fi RUSH, que segue uma linha simples mas muito divertida! Enquanto Chai tentava fugir dos guardas, ele acaba ouvindo uma voz guiando ele! Então, ele descobre uma linda gatinha, chamada 808! Essa gatinha acaba guiando ele para fora da Vandelay!
Porém, essa gata é apenas um canal pela qual a Peppermint se comunicada! Ela é uma espécie de engenheira mecânica muito inteligente que quer descobrir sobre o projeto Spectra, pois ela suspeita que isso seja um plano maligno da Vandelay! Então, ela, Chai, 808, e mais alguns amigos, se juntam nessa aventura para desmascarar e assim derrubar essa empresa maligna!
Hi-Fi RUSH tem uma história simples, mas incrivelmente engraçada! Chai é aquele personagem idiota clássico que a gente ama! E todos os outros, incluindo os vilões, são muito carismáticos! A trama traz momentos de ação, com comédia e até um pouco de drama! Com certeza é uma das partes mais legais do jogo! E eu garanto que você vai se afeiçoar, pelo menos, a um dos personagens!

UMA ARTE MARAVILHOSA!
Depois que falamos da história, vamos ao lado técnico que, pra mim, é onde moram as maiores qualidades de Hi-Fi RUSH! Começando pelos gráficos onde a Tango entregou uma direção de arte simplesmente inacreditável! Um jogo colorido e com uma beleza invejável! Além disso, seus ambientes detalhados, mesmo ao longe, tornam essa aventura um deleite para os olhos! É realmente algo impressionante!
Já sobre a trilha sonora, eu devo dizer que é uma das melhores trilhas que eu já ouvi! Rivalizando em qualidade com títulos incríveis como Final Fantasy e The Last of Us, por exemplo. É simplesmente magnifica! Tanto as músicas originais quanto as já existentes! Por ser um jogo de ritmo, era de se esperar que a trilha sonora fosse levada ao máximo!

O PECADO DO EXAGERO:
Entretanto, nem tudo são flores. Hi-Fi RUSH traz um level design, um pouco inconsistente. O design dos mapas é ótimo! Temos vários segredos espalhados, além de um mapa que se move junto com a música! É algo lindo de se ver. Sem falar que as fases são interessantes e gostosas de navegar. Tendo como único defeito os elementos plataforma, já que Chai não tem um pulo muito preciso (lembra que falei que ele era pesado?) e você vai cair muito enquanto tenta chegar de um lugar ao outros.
Mas, a pior coisa é quando o jogo peca pelo excesso. Por exemplo, existe um mini game onde temos que apertar vários botões no ritmo certo, como se fosse um quick-time event, só que rítmico. E o problema é que eles usam muitas vezes! Teve vez que, em uma fase, eu usei mais de de 5 vezes para finalizar um objetivo e eu já não aguentava mais! Inclusive, o jogo ser todo pautado no ritmo, pode sim cansar algumas pessoas, justamente por esses pequenos detalhes.

A DIVERSÃO DO FLIPERAMA:
Por fim, vou falar rápido sobre o post game. Durante a campanha, nós temos vários desafios que podemos conferir no esconderijo (onde descansamos entre as missões), como matar um número x de inimigos, ou fazer um número x de bloqueios. E, depois de zerar, você pode continuar perseguindo esses desafios já que podemos selecionar qual fase jogar e eles dão engrenagens e chips.
Além disso, liberamos o fliperama que conta com dois minigames: Um Roguelike onde vamos tentando melhorar nosso desempenho começando com nenhum upgrade e um modo infinito onde vamos lutando até o máximo! E, por fim, existem algumas portas trancadas espalhadas na campanha que só são apertas depois de zerar! E ao finalizar os desafios dentro delas (como derrotar todos os inimigos no ar), você libera um final secreto!

CONCLUSÃO:
Em síntese, Hi-Fi Rush traz uma trilha sonora absurda, um gráfico lindo, um combate criativo, vários personagens carismáticos e uma história bem divertida. Porém, acaba pecando no seu level design que satura mecânicas que não são tão divertidas e na movimentação dura do Chai que acaba prejudicando tanto os momentos plataforma quanto a fluidez do combate.
Traz uma campanha de 11 horas, que pode ir até 63 horas para quem busca o 100%! Agora, com o lançamento no PS5, o jogo trouxe o haptic feedback disponível no Dualsense, além do uso do autofalante e um pouco dos gatilhos também. E eu garanto que, principalmente a vibração, acaba elevando ainda mais a experiência! Se você tem condição de jogar no PS5, eu recomendo bastante! Inclusive, a versão do PC também traz suporte ao Dualsense (mas foi a única versão que não testei).
Números
Hi-Fi RUSH
Hi-Fi RUSH é um hack'n slash musical, com uma excelente trilha sonora, um gráfico lindo e personagens carismáticos. Porém, acaba pecando na repetição das mecânicas e no combate um pouco travado.
PRÓS
- Trilha sonora maravilhosa
- Gráficos maravilhosos
- História simples mais muito divertida
- Personagens carismáticos
CONTRAS
- Level design acaba sendo repetitivo em alguns momentos
- Movimentação do Chai é muito pesada, tanto no combate quanto nos momentos plataforma