Monstros gigantes ou criaturas assustadoras sempre foram vistas como um chamativo para os filmes desse tipo. Tubarão por exemplo, de Steven Spielberg não trazia direto a visão de Bruce, que dá nome ao título, mas ainda assim sua presença era intimidadora. Junto dele, animais gigantes como a píton gigante de Anaconda e os crocodilos de Black Lake de Pânico no Lago foram os próximos. Porém, mais antigo do que eles estavam as presenças dos Kaijus. Seres vistos no cinema japonês, as feras estranhas ou animais incomuns eram protagonistas dos Tokusatsu. Forma de expressão oriental que ganhou o mundo, tendo como expoente principal Godzilla. Criado por meio do medo japonês após as explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki em 1945, o lagartão radioativo retorna em Godzilla (2014). Resta saber se o novo filme consegue criar as bases para uma nova franquia e se agrada os fãs do gênero nesta Crítica.
As criaturas são grandes, e os efeitos, especialmente os de sons são extremamente bem feitos em Godzilla (2014):
Primeiramente, um dos grandes aspectos que Godzilla (2014) consegue entregar ao espectador são seus efeitos especiais. Embora bem menor em termos de criaturas que seu sucessor, Godzilla: Rei dos Monstros (2019), ainda assim, o longa apresenta em uma escala impressionante os antagonistas. Seja as criaturas chamadas de MUTO, e o próprio Godzilla, imensamente gigantesco e apavorante. Mesmo com a maior parte dos efeitos acontecendo no período da noite, ainda assim o filme apresenta boas inserções de efeitos especiais, onde as criaturas levam a crer serem tão fidedignas quanto o mundo em que se encontram. Na verdade, a melhor parte de todo o longa é quando este se foca não nas relações humanas, mas sim na imensidão de todas as suas criaturas. Os detalhes das barbatanas de Godzilla e suas expressões mostram um belo trabalho da equipe de efeitos especiais, e do diretor Gareth Williams pelas cenas de impacto.
Godzilla (2014) também se destaca por seus cenários. Sendo a maior parte deles abertos, o filme avança por uma margem de tempo e locais. Filipinas, Japão, Havaí e a costa norte americana são alvos de uma luta titânica onde os seres humanos deveriam ser apenas espectadores. Vale destacar também o excelente uso dos sons, um dos aspectos que praticamente não entra em defasagem. Seja do lado humano quanto do lado monstruoso, se encaixando perfeitamente em cada momento da narrativa. Há um certo toque de filmes do estilo apocalíptico, afinal, cidades sendo destruídas são apenas um dos problemas que ocorrem dentro do longa. O que de fato é esperado em um filme que conta com monstros gigantes. E, assim, a trilha de destruição deixada pelo lagarto e pelas outras criaturas chamam bastante a atenção dentro da tela, criando uma imersão do telespectador.

A história é ao mesmo tempo é um ponto alto, quanto o ponto mais baixo. A depender sobre quem se fala:
Já em termos de história, basicamente Godzilla (2014) pode ser dividido em dois pontos, e o que se sobressai sem dúvida é a parte em que o próprio se encontra. Nas Filipinas, ainda na década de 90, ao escavarem uma caverna é encontrado um fóssil de uma criatura gigante. Junto a ela, dois parasitas estavam inertes. Porém, com o contato com o ar, uma das criaturas, um dos MUTO’s acaba escapando, e buscando radiação para se alimentar, vai em direção a Usina Nuclear de Janjira, no Japão. Aqui é o local onde a família Brody se encontra. O tempo se passa e finalmente a criatura, ao consumir a radiação da Usina, sai de seu casulo em busca de seu desejo mais primitivo, se alimentar e acasalar. Mais como um agente natural do equilíbrio, Godzilla então escuta o eco da criatura e parte em uma caçada frenética.
Quando Godzilla aparece, assim como os MUTO’s, e os humanos são coadjuvantes, a história tem certa coesão e a narrativa flui. Porém, essa parte é contrabalanceada completamente pelo aparecimento do núcleo humano. E é então que os problemas de Godzilla acontecem, pois este núcleo se sobressai negativamente em todos os aspectos. Primeiramente, a história que gira em torno de Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson) seu pai Joe Brody (Bryan Cranston) e sua esposa Elle Brody (Elizabeth Olsen) é simplesmente patética. Estereotipada ao extremo, o personagem é o cerne do que se pensa de um militar do exército norte americano, sem um pingo de expressão. Não há um vínculo sequer, pois o roteiro não faz questão alguma de trabalhar essas características. Assim, são seres completamente unidimensionais, mas que o roteiro faz questão de dar uma importância praticamente sobrehumana.

Atos desproporcionais. Em Godzilla (2014), o começo é bom, mas o seu desenvolvimento chega a ser preguiçoso com muitas arestas.
Eles poderiam ser apenas um trampolim para a guerra de criaturas monstruosas, mas a todo o momento, Godzilla (2014) flerta em acreditar que os seres humanos tem um papel importante na trama, algo que de forma alguma eles possuem. Já o papel de Bryan Cranston até cria certa expectativa, pois os primeiros minutos do longa, ao apresentarem o desastre nuclear na Usina de Janjira em que este e sua esposa trabalhavam cria um subtexto que deixa bem claro suas loucuras. Contudo, o filme prefere descartar o personagem antes mesmo de seu clímax, deixando tudo nas costas de Ford Brody, o que faz ainda mais o roteiro cair em termos de atuação e história. Desta forma, fica praticamente evidente que há em Godzilla (2014) duas histórias contadas em paralelo, uma das criaturas que chamam muito a atenção, e outra dos humanos que simplesmente não deveriam ter importância.
E assim, a própria continuidade do filme é severamente abalada. Como dito, o longa apresenta um primeiro ato interessante. E, até polêmico, pois consegue mesclar com certa clareza o lado monstruoso e humano sem sequer mostrar a criatura. O perigo está ali, mas ela não ganha as telas. Porém, depois disso, ocorrem barrigas dentro da história onde claramente o roteiro se encontra perdido. Ele cria situações desnecessárias apenas para manter um certo suspense ou para colocar o exército ou o personagem principal como o detentor de algo que deve ser feito. Tudo para que se salve a humanidade, quando na verdade o que está em jogo é a briga titânica entre três criaturas gigantescas. Com direito a fumaça, fogo e destruição para todo o lado. O segundo ato é bem desproporcional, enquanto o terceiro ato melhora, embora ainda mantenha uma certa importância humana que não deveria ser necessária.

Como filme de batalha de monstros, Godzilla (2014) é um bom pontapé para uma franquia. Mesmo que os seres humanos não precisassem de tanta relevância:
Em teoria, Godzilla (2014) tem a crítica por se apresentar como um filme com dupla personalidade. Tendo pontos positivos sólidos, assim como pontos negativos. Do lado que pode agradar, sem dúvida alguma estão os efeitos especiais. Praticamente todas as cenas de guerra entre as criaturas, ou quando elas aparecem. Seja perto da água ou na terra, as feições e as batalhas são realmente bem trabalhadas em iluminação, técnico e som, um dos melhores efeitos dentro de um longa. Os cenários e até mesmo a iluminação buscam trazer uma atmosfera de destruição, se apropriando de um tema mais escuro. O que trás um certo sentido para o medo que até as feições de Godzilla pode passar. Além disso, o mistério de mostrar a criatura primordial também faz uma espécie de suspense, uma vez que o lagarto só aparece no segundo ato. Antes, somente parte de seu corpo são vistas.
No entanto, Godzilla (2014) poderia ser melhor se caso se focasse apenas nessas batalhas. Porém, ele faz questão de trazer personagens humanos que além de um roteiro pouco sólido, acreditam que podem fazer algo para salvar a humanidade mas somente pioram. E ainda mais, retiram a importância da batalha de Godzilla com os MUTO’s, que é o principal expoente do filme. As atuações são bastante forçadas, tirando completamente a ideia do espectador de que há uma relação de afeto e carinho dentro dos personagens. E é justamente nessa dicotomia que o roteiro acaba se perdendo, criando momentos desconexos e barrigas em sua história para que o lado humano possa brilhar mais. Mesmo assim, é possível dizer que com suas falhas evidentes, Godzilla ainda assim diverte, se acaso o espectador esteja esperando por um confronto de feras gigantes. E deixe completamente de lado a parte humana da história.

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* Como você deve ter percebido em nossa Crítica, a origem de Godzilla é japonesa. Pelas terras orientais, seu nome tem a pronúncia de “Gojira”, como é falado nos dois longas pelo personagem de Ken Watanabe. Sua criação vem do ano de 1954, com o filme produzido pelos estúdios Toho, que mantém até hoje os direitos sobre o lagarto. Aqui, ele fora criado como uma resposta ao medo japonês de uma guerra nuclear depois que duas cidades do país sofreram ataques atômicos por parte dos Estados Unidos. Tão importante é essa influência que, em uma cena de Godzilla (2014) o personagem de Ken Watanabe destaca um relógio que parou em Agosto de 1945, no momento em que a bomba explodiu sobre uma das cidades japonesas.
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Godzilla sem dúvida é um dos kaijus mais populares, especialmente no Ocidente, onde ele se destaca como “a criatura” e o Rei dos Monstros, que já tem crítica no Guariento Portal. E é por isso que a Submarino sempre faz questão de pensar naqueles que gostam dos mais variados quesitos. E aqui, não somente tem todos os DVD’s da franquia mais recente, incluindo seu mais novo vilão, King King, como canecas personalizadas para comemorar o titã. Então, caso esteja interessado, veja essas promoções da Submarino e clique para ser feliz e ter o melhor do terror dentro de sua casa. Assim, você se ajuda e ajuda também o crescimento do Portal!
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Números
Godzilla (2014)
Godzilla (2014) é um longa que trás a luta de monstros gigantes, os Kaijus, com um lado humano mais seco que uma ameixa seca.
PRÓS
- Godzilla e os MUTO's roubam a cena toda vez que aparecem na tela.
- Os aspectos técnicos, como efeitos especiais e o som são excelentes no filme.
- A história das criaturas gera uma imersão, e até tem carisma.
CONTRAS
- O roteiro tem barrigas na história, em especial no momento dos seres humanos.
- Atuação ruim de praticamente todo o elenco, com falta de carisma.
- Tentativa de um drama pessoal que não cola em absolutamente lugar algum.
- Basicamente, é um filme que tem problemas de personalidade.