O SURGIMENTO DE UM CLÁSSICO:
Far Cry é uma das franquias mais conhecidas hoje em dia, além de ser um dos carros chefe da Ubisoft. Não é atoa que já estamos no seu sexto jogo (sem contar os não numerados). Porém, vocês já pararam para pensar como tudo isso começou? De onde todo esse sucesso surgiu? Pois bem, estamos aqui para descobrir se a ‘’febre Far Cry’’ é justificável, ou não. Lançado em 23/03/04, sendo desenvolvido pela Crytek Studios (sim, e mesma de Crysis) e distribuído pela Ubisoft, para PC e depois recebendo versões para PS3 e Xbox 360. Tratando-se de um jogo de ação, com tiro em primeira pessoa, ambientado numa ilha paradisíaca cheia de perigos.
DE REPENTE, UM LANÇA FOGUETE:
Logo de início, Far Cry já nos apresenta nosso protagonista, Jack. Ele se encontra em um barco, próximo a uma ilha, com uma mulher chamada Val. Porém, simplesmente do nada, eles são atingidos por um lança-foguete.
A espertíssima Val arruma um Jet Ski e foge, enquanto Jack se vê encurralado numa ilha, cheia de inimigos que querem matá-lo sem razão aparente. Então, após um pequeno tutorial, nós encontramos um rádio, e através dele fazemos contato com um cara chamado Doyle. Ele nos conta que é um cientista e começa a nos guiar pela ilha. E é ai, que a correria paradisíaca começa de vez!
CONTROLES CONHECIDOS:
Far Cry estabeleceu várias coisas que seguiriam nos futuros jogos da franquia. Então vamos por partes. Logo de início, já vemos o binóculo para marcar inimigos que existe em, literalmente, todos os jogos seguintes da franquia. Mas, fora isso, os controles não são diferentes dos que conhecemos em outros jogos.
Nós podemos mirar e atirar com L1+R1, enquanto R2 usa granada e L2 abre a roda de arma (em 2004 a roda de armas, que está em todos os jogos mundo aberto, já existia). Além disso, podemos agachar e deitar no chão com bolinha, trocar de arma com triângulo, tudo bem padrão mesmo. Temos também uma barra de estamina que serve para regular a corrida, e também é possível nadar, mas cuidado com o oxigênio. Já de apetrechos, nós temos o binóculo já mencionado, além de uma lanterna, e visão infravermelho. Tudo isso nos direcionais.
Vale ressaltar também, a variedade de armas. Nós temos shotguns, rifles, snipers, submetralhadora, bazuca, fora as granadas. Além disso, existe mais de um tipo de algumas armas, o que é bem legal inclusive. E por fim, temos o colete, que lembra muito a mecânica de Doom, onde os inimigos deixam colete e kit médico, ou então encontramos pelo mapa.
INIMIGOS COM OLHO BIÔNICO:
Ao mesmo tempo em que as armas são importantes, os inimigos também são. E aqui, Far Cry é bem simples. Enfrentamos mercenários, que vem sem colete e com colete, além de helicópteros (são bem chatos), e os Trigems (vou explicar com calma no enredo). Então, como puderam perceber, a variedade é bem pouca. Entretanto, Far Cry possui dois detalhes que ajudam a mascarar a repetição dos inimigos. Primeiro: muitas vezes nós combatemos a distância. Não tem tanto confronto cara-a-cara, então acaba que você nem repara na falta de variedade.
Segundo: o combate é muito gostoso. Eu realmente me impressionei com o quão bom é jogar Far Cry. Sem dúvida esse foi um dos pontos que fez ele ter sucesso na época, junto com a sua ambientação paradisíaca. Você realmente pode passar horas jogando, e nem perceber!
Por outro lado, a inteligência artificial dos inimigos eu achei curiosa. Eles são os mais agressivos que já presenciei na franquia. Todos te enxergam a distâncias extremas! Ou seja, a furtividade aqui é quase inexistente. Não me entendam mal, é possível matar os inimigos sem ser visto, mas eles quase sempre te veem, então não vale a pena o transtorno. Por isso, a dificuldade dele é considerável. Às vezes um deslize é o bastante para vir a óbito. Então, cuidado, sejam sempre rápidos e rasteiros.
E uma curiosidade, é possível passar correndo dos inimigos em várias partes, mesmo não sendo recomendado. Além do fato deles poderem chamar reforços enquanto estão nos acampamentos (assim como nos jogos futuros), então, se possível, desative os alarmes.
GUARDE SUA CARTEIRA DE MOTORISTA:
Agora, que tal falarmos sobre a progressão? Então, Far Cry possui um mapa divido em setores. Não é um mundo aberto convencional (como a série veio a se tornar), mas também não é linear. Temos um objetivo para seguir, e não temos missões secundárias, mas, a forma como chegamos até o objetivo pode variar enquanto estivermos na ilha (existem fases dentro da base inimiga também).
Além disso, nós temos alguns veículos para auxiliar na locomoção, como carros, barcos e asa delta. E aqui, fica um ponto baixíssimo de Far Cry: a dirigibilidade! Do mesmo modo que eu me impressionei com o quão bom é atirar nesse jogo, eu também me surpreendi com o quão ruim é dirigir nele. Chega a ser assustador. Eu preferia sair correndo por longas distâncias, gastando estamina, do que dirigir. Os controles respondem muito mal, e tudo vira pura frustração.
Por incrível que pareça, os barcos são melhores, mas ainda assim, são ruins (e tem trecho obrigatório com barco).
Juntamente com o mapa dividido em trechos, nós temos checkpoints que servem para salvar o jogo. E o interessante, é que temos mais de um checkpoint salvo ao mesmo tempo, e isso ajuda muito. Por exemplo, já aconteceu deu estar correndo pelo mapa, e tomar um tiro de lança-foguete na cara, assim que entrei num checkpoint. Ou seja, toda vez eu ia renascer com a cara explodida. Mas aí, eu simplesmente retornei num check anterior e deu tudo certo (ufa). Porém, tem um detalhe, os saves automáticos de Far Cry são bem invasivos (iguais os do primeiro Crysis). Às vezes você está correndo e do nada o jogo trava para salvar. Sempre assusto.
O CLICHÊ DOS CLICHÊS:
Logo depois do mapa, vamos partir para a história. Assim que Doyle começa a nos guiar, ele vira uma espécie de mentor do Jack. À medida que progredimos, nós descobrimos que Doyle era um cientista que trabalhava para os vilões e se rebelou, enquanto e Valerie (Val) é uma agente do governo que escolhe Jack como acompanhante até a ilha porque ele tinha treinamento militar e poderia ajudar (não vejo muito sentido nisso, mas ok).
Então, nós também descobrimos que os vilões estão criando criaturas geneticamente modificadas. Os Trigems! Que nada mais são, do que macacos alterados através de uma fórmula muito louca. E além deles, existem soldados alterados também, e que podem ficar invisíveis (sim, chega nesse nível).
Como vocês puderam perceber, a história é bem clichê, eu diria. Uma organização do mal que cria uma fórmula cientifica sem escrúpulos, para dominar a humanidade, e o herói tem que resolver. Uma coisa curiosa que eu gostei, foram das batalhas de chefão. Achei bastante reais.
Por exemplo, existe um momento onde o chefão é um cara, e ele simplesmente morre como qualquer outro ser humano, com uma rajada de tiro. Não é preciso gastar duzentos pentes de bala, só porque ele é um chefão. Bem legal. Porém, não é só porque a história é clichê que ela é ruim. Só não revoluciona, porém existe até um pequeno plot twist (bem óbvio, mas existe). Então, tem seu valor.
BEM VINDOS AO PARAÍSO:
Em seguida, vamos para o lado técnico. Aqui Far Cry faz muito bem na sua ambientação. A ilha é, de fato, bem bonita. Têm florestas com bastante vegetação, praias bonitas. Além das construções bem ajeitadas. Realmente não tenho do que reclamar graficamente.
Já a trilha, tem um lado curioso igual à Darksiders 3. Ela só toca com força, no menu de pausa. Durante a jogatina, nós não ouvimos quase nada praticamente. O que é uma pena, porque quando toca, é bem legal. Sobre o level design, não tem muito o que comentar, já que só tem alguma complexidade dentro das construções e nem é tanto assim.
Além disso, gostaria de fazer uma menção a um aspecto extra. Os leaderbords, que nada mais são, do que placares online para que os jogadores possam disputar quem termina as fases melhor, já que cada uma conta com um resumo de progresso como: tempo de jogo, quantos inimigos mataram, quantas vezes morreram, e etc.
CONCLUSÃO:
Em síntese, Far Cry estabeleceu várias coisas que veríamos no futuro da saga. Binóculo para marcar inimigos, cenários bonitos e paradisíacos, acampamentos de inimigos, uma dirigibilidade não tão boa, e um combate gostoso e viciante! É muito bom saber onde tudo começou, principalmente quando o início e tão bem feito assim! Deem uma chance a esse clássico.
Com uma campanha de 13 horas que pode chegar até 19 horas se você optar por fazer tudo, ele vai te entregar um conteúdo considerável! Por fim, um detalhe. Em 2005 foi lançado para Xbox o Far Cry Instincts, que era uma releitura do primeiro jogo. Dando mais background ao Jack, e dando a ele alguns poderes derivados daquela fórmula que cria os Trigems, e mais algumas novidades no gameplay. Ou seja, vale a pena para você que é fã.
Números
Far Cry
Far Cry é um jogo que iniciou uma franquia de muito sucesso! Com seu combate divertido, inimigos desafiadores, uma ótima ambientação e gráficos bonitos, ele acabou tendo um sucesso merecido!
PRÓS
- Combate muito viciante
- Ótima ambientação
- Inimigos desafiadores
- Level design é simples, mas divertido
CONTRAS
- A dirigibilidade é horrível
- História muito clichê
- Trilha sonora poderia ser mais presente