Review de Game: Psychonauts (Multiplataforma)

UMA AVENTURA PSÍQUICA

Psychonauts surgiu em uma época onde Ratchet & Clank já estava consolidado como um grande jogo de plataforma e aventura. Porém, como ele é um exclusivo de PS2, fazia muito sentido que jogadores de outra plataforma pudessem ter uma experiência tão boa quanto. E assim surgiu, o nosso querido Razz e seus amigos!

Lançado em 21/04/04 para Xbox, e meses depois para PC e PS2, além de receber ports para PS3, PS4, Xbox 360 e Xbox One. Sendo desenvolvido pela Double Fine Productions em parceria com a Budcat Creations. Tratando-se de um jogo de plataforma e aventura 3D, com um estilo artístico memorável e cheio de poderes psíquicos!

VAMOS ACAMPAR!

Psychonauts começa em um acampamento, onde vemos o professor Oleander dando uma palestra sobre o que é ser um psiconauta. Enquanto todas as crianças estão entretidas, nós podemos observar um pequeno garoto, em cima de uma árvore, observando tudo com atenção. Até que, ele se revela a todos como Razputin (ou Raz). Um jovem psíquico que fugiu de casa para ir até o acampamento e se tornar um psiconauta! Então, depois de uma pequena barganha, ele é aceito no acampamento e podemos começar o nosso treinamento para virar um agente da maior organização do mundo!

PULOS DESCOORDENADOS:

Primeiramente, vamos aos controles de Psychonauts. Aqui nós podemos andar, correr, socar inimigos, mirar, atirar, pular, coletar itens, usar outros itens, e atacar com nossos poderes. Imediatamente, eu já quero falar dos problemas nos controles, já que são poucos. Psychonauts tem uma mira bem ruim. Pois, além dela falhar várias vezes, fazendo você fixar a câmera no nada, ela ainda é difícil de trocar de um inimigo para o outro e isso atrapalha na hora de usar os poderes.

Outro detalhe, são os próprios pulos que, algumas vezes não são precisos e a gente acaba morrendo por culpa dos controles. Como eu sempre comento nas minhas reviews de jogos plataforma, a precisão dos movimentos é essencial para evitar a frustração! Entretanto, os outros elementos funcionam bem! O combate corpo-a-corpo é bem feito (mesmo não sendo incrível), a própria movimentação do Raz também, e todos os poderes são legais de usar!

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O COLECIONADOR DE CARTAS

Então, já que comentei dos poderes, quero falar rapidinho deles! São oito no total e todos são legais! Claro que, você vai acabar criando apego por alguns. Porém, é inegável que todos são úteis! Inclusive, uma dica que eu dou, é usar e abusar do poder da invisibilidade! Até os chefões são afetados por ele e ficam sem conseguir te rastrear!

Além disso, os poderes podem ser fortalecidos! Tudo depende da combinação das Psi Cards com os Psi Cores. As Psi Cards são cartas que encontramos flutuando pelo mapa, e os Psi Cores podemos comprar (bem barato) no acampamento. Ao combinar nove cartas com um núcleos, ganhamos um upgrade nos nossos poderes. O lado ruim, é que (a não ser que eu me engane) esse fortalecimento é aleatório pois eu não pude escolher qual poder fortalecer. Mas, ainda assim, vale a pena.

VÁRIAS BAGAGENS EMOCIONAIS:

Agora, vamos aos inimigos e o que podemos encontrar nos mapas de Psychonauts. Nós temos uma variedade relativamente baixa de inimigos, mas não chega ao ponto de ficar repetitivo. Porém, é fato que nenhum deles é memorável, com exceção dos chefões.

Juntamente com os inimigos, temos alguns elementos no mapa e os mais memoráveis são os figments. Você vai encontrar diversas projeções coloridas pelos mapas de Psychonauts! Quando você coletar elas, vai ganhar pontos para subir o nível do Raz e isso permite a ele aprender novos poderes! É preciso 100 pontos para subir de nível, mas não se assuste, preenche bem rápido!

Além disso, temos as bagagens emocionais, que precisam de uma tag para serem coletadas. É bem simples, a bagagem verde, precisa da tag verde, a azul precisa da tag azul, e por aí vai! Fora os cofres com memórias dos personagens e as arrowheads que são as moedas do jogo. A exploração vai ser recompensada!

O ROUBO CEREBRAL!

Em seguida, é a hora do aspecto que mais me surpreendeu em Psychonauts que foi a sua história! A premissa é bem simples: Precisamos treinar para ser um Psiconauta. Todavia, Raz começa a suspeitar que o cérebro dos seus amigos (sim, o cérebro) estão sendo roubados por alguém! Então, ele encara essa missão de desvendar esse mistério aterrorizante!

Psychonauts começa devagar, com a ideia de treinamento. Mas quando o mistério se instaura a trama fica incrivelmente cativante! Tem ótimos personagens e um protagonista sensacional! Razputin é carismático, determinado e muito divertido! Na verdade, o elenco todo é engraçado e isso deixa a trama muito leve e gostosa de acompanhar! Com certeza é um dos pontos mais memoráveis de Psychonauts!

O ESTILO ARTÍSTICO MEMORÁVEL:

Por fim, vamos ao lado técnico onde Psychonauts brilha mais uma vez! Começando pelos gráficos. Aqui, temos uma direção de arte que eu adoro! Lembra muito filmes como A Noiva Cadáver e o Estranho Mundo de Jack. Além disso, os cenários são bem diferentes e detalhados! É visualmente agradável, e isso inclui o modelo dos personagens.

Agora, sobre a trilha sonora, ela é bem legal desde o começo! Com vários tons misteriosos e até alguns relaxantes! Por mais que não tenha uma música tema memorável, ela consegue ser muito bem feita.

BEIROU A PERFEIÇÃO…

Por último, o level design, onde o jogo foi do céu ao inferno. As fases de Psychonauts se passam, em sua maioria, nas mentes das pessoas. E isso deu uma liberdade criativa absurda para o pessoal da Double Fine. Todos os mapas são muito diferentes uns dos outros e incrivelmente criativos! É divertido explorar os cantinhos e se deleitar com os momentos plataforma bem feitos.

Entretanto, isso acaba nas duas últimas fases. A penúltima é uma escalada chata e burocrática, cheia de inimigos imortais e a última é tranquilamente uma das piores fases que já tive o desprazer de jogar. Umas plataformas chatas, e mecânicas que foram adicionadas somente nessa parte da campanha! Quiseram trazer um design novo no final, e isso é sempre chato já que você não está minimamente preparado para aquele desafio. Infelizmente, acaba deixando um gosto amargo nesse level design que foi quase, perfeito.

CONCLUSÃO:

Em síntese, Psychonatus traz uma história divertida e intrigante, poderes variados e divertidos, fases muito criativas, boa trilha sonora, direção de arte memorável e personagens carismáticos. Porém, acaba pecando em alguns momentos plataforma, na sua mira inconsistente e numa fase final tenebrosa! Podendo ser completado em 12 horas, e chegando até mais ou menos 21 horas para o 100%, ele é um jogo muito memorável e que vai te divertir na maior parte do tempo! Uma jóia escondida da sexta geração que merece ser apreciada pelo maior número possível de pessoas!