Em um dia como hoje, os Estados Unidos lançariam um ataque devastador contra a cidade de Hiroshima, no Japão. A Little Boy, uma arma atômica foi responsável por varrer a cidade e pulverizar cidadãos. Uma lembrança de um terrível crime de guerra da Segunda Guerra Mundial.
“Agora eu sou a Morte, a destruidora de mundos”. Esta frase, embora existente no texto hindu Baghavad Gita, na verdade ficou conhecido por outro momento histórico. No dia 16 de Julho de 1945, no deserto do Novo México era ativada a primeira bomba nuclear da história da humanidade, e Robert Oppenheimer, físico responsável pelo projeto teria falado esta frase ao ver o cogumelo de fogo radioativo pela primeira vez. Meses depois, em 06 de Agosto do mesmo ano, seria a vez de colocar essa arma em prática; a primeira cidade escolhida foi Hiroshima, no Japão. Três dias depois, era a vez de Nagasaki, também no mesmo país. Foi a única vez que bombas atômicas foram usadas no contexto de uma Guerra Mundial. E seus estragos são lembrados até hoje.

Em 2020, completa-se 75 anos do bombardeio das cidades japonesas. Para quem não conhece a história por completo aqui vai. Durante os eventos da Segunda Guerra Mundial, o então Império do Japão se uniu a Alemanha Nazista e a Itália Fascista, formando o Eixo. No quadro geral da Guerra, o Japão havia produzido uma empreitada militar ousada no Pacífico. Tomou parte da China, a Indochina, as Filipinas, chegando as portas da Austrália. O golpe mais ousado do Império foi o ataque a base americana de Pearl Harbor, nas Ilhas do Havaí. Esse foi o fato que levou os Estados Unidos a entrarem definitivamente na guerra ao lado de Reino Unido, França e União Soviética. Mas engana-se quem acredita que a aliança com Stálin eram saudável.
Sabe a famosa frase: o inimigo do meu inimigo é meu amigo? Então. Precavendo-se de um futuro sem a terceira via do Nazismo, os Estados Unidos começaram então a pesquisar formas de guerra mais avançadas. Foi então que, depois de várias tentativas em solo desértico, foi decidido que, para acabar com a Guerra no Pacífico, seria necessário o uso de bombas atômicas. As cidades escolhidas, como já falado, foram Hiroshima e Nagasaki. Então Litte Boy e Fat Man foram produzidas; a primeira lançada em Hiroshima no dia 06 de Agosto. A segunda em 09 de Agosto sobre Nagasaki. Até então, nenhuma arma de guerra usada causou tamanha devastação. Em Hiroshima, a Little Boy não explodiu em solo, e estranhamente ela foi considerada uma bomba ineficaz.

Sim, você não leu errado. Segundo estimativa, somente 1,7% da fissão nuclear que poderia ser emitida de fato explodiu com a bomba. Isso criou uma explosão de 16 Kilotons de TNT. O raio de explosão foi de cerca de 1,6 quilômetros com incêndios acontecendo por 11 quilômetros quadrados. Imediatamente após o imenso clarão de quase um milhão de graus, cerca de 80 mil pessoas foram completamente pulverizados próximas ao centro da explosão. Que por erro de cálculo foi sobre o Hospital Shima. A bomba não fazia distinção. Eram médicos, mães, enfermeiros, soldados, crianças que faziam um café da manhã por volta das oito e quinze da manhã. Para os sobreviventes fora do raio de pulverização, ainda restava os danos pelas queimaduras e pela radiação nuclear. O dano pós explosão fez com que o número de mortos aumentasse para noventa mil.
Hoje, Hiroshima se reergueu, disso não há dúvida, mas as cicatrizes ainda estão expostas. Como uma forma de lembrete do quão próximo a Morte o ser humano pode se colocar. Ponto turístico da cidade, a Cúpula Genbaku é a ruína do antigo prédio da Prefeitura da cidade. E um dos poucos que se manteve parcialmente de pé no raio da explosão. Seu nome atual é o de Memorial da Paz de Hiroshima, nome este que passou pelo Conselho de Segurança da ONU, no qual os Estados Unidos se absteve e a China apresentou objeções. Na verdade, o uso de armas atômicas até hoje, no caso de Hiroshima é aceito e justificado por praticamente todos os presidentes norte americanos, embora o uso além da força como o ocorrido possa ser considerado inexoravelmente um Crime de Guerra.

Por força das bombas atômicas, o Japão se rendeu dando fim a Segunda Guerra Mundial. Uma vítima que também foi culpada de outros crimes igualmente perturbadores, como o Massacre de Nanquim, também no contexto da Segunda Guerra Mundial. Até então o Imperador Japonês mantinha um semblante divino, fato terminado com a rendição em que o monarca teve de abdicar para a população japonesa desse status divino. Mesmo aqueles que sobreviveram e não morreram nos anos posteriores foram expostos a condições altíssimas de radiação, levando a mutações por exemplo para seus descendentes. Outros não tiveram tanta sorte, apresentando tumores e leucemia no decorrer dos anos. Fato é que o dia 06 de Agosto é uma data de respeito para a população japonesa, e deveria ser também para todos ao redor do mundo. É o resultado de onde podemos chegar. E Hiroshima, com toda certeza, é uma cicatriz, um lembrete desse tempo.
Hiroshima não foi o único palco onde a radiação foi um enorme problema. Embora fora do contexto de guerra, a explosão de Chernobyl, na atual Ucrânia foi o maior acidente nuclear da história. Já outros lugares podem parecer elegantes e ótimos para fotografias no Instagram, mas as aparências enganam. Na Rússia por exemplo, existe um lago confundido com as Maldivas, chamado de Maldivas Siberianas. Contudo, ele é tóxico. O que não inibe várias fotos de influenciadores no lugar.