O LIVRO DE NOSSA VIDA NA TERRA TERMINOU. ESTAMOS NO EPÍLOGO.
O tema Mudanças Climáticas, sem dúvida, não é algo estranho. Com uma Parte I capitaneada por Civilization VI: Gathering Storm (2019) e a Parte II contendo Final Fantasy VII: Remake (2020) e Frostpunk (2018), a Steam é uma verdadeira biblioteca de jogos onde as alterações climáticas e seus efeitos são sentidos e fazem parte da narrativa de seus títulos por um lado. Ao mesmo tempo, temos uma conscientização educacional sobre o clima e os desvios das alterações antrópicas. É fechando essa temática, mas sem encerrar para todo o sempre, que o jogador ainda tem à disposição outros jogos, mas que estão em outros idiomas, como o inglês e o espanhol, servindo como um Duolingo climático. Não por menos, desenvolva uma cidade limpa e futurista em Anno 2070, ultrapasse as estrelas em Ixion e desenvolva um ecossistema com muito humor em Botanicula enquanto aprende outro idioma.
#1 – ANNO 2070 (2011), DA FRANCESA UBISOFT:
Normalmente conhecido por jogos que se passam entre a Era dos Descobrimentos ou a Revolução Industrial, Anno é um nome de sucesso na Europa. E foi capaz de entrar no mundo dos portáteis com Anno 1701: Dawn of Discovery (2007). Entretanto, é Anno 2070 que reserva ao jogador a oportunidade de criar uma nação renascida. No jogo, os oceanos tomaram grande parte da Terra e será necessário habitar o restante das ilhas disponíveis e escolher entre três caminhos possíveis, e suas facções. Os Ecos primam pela energia verde, enquanto os Tycoons são industrializados com foco na exploração dos recursos. Por fim, existem ainda os Techs, facção de suporte que pode servir a qualquer um dos lados. Sendo dicotômicos, além de todo o gerenciamento tradicional de jogos do gênero, como Sim City (2013), haverá a disputa política por estas facções pelo controle do globo terrestre nesse título disponível na Steam.
#2 – BOTANICULA (2012), DA TCHECA AMANITA DESIGN:
Saindo das questões de gerenciamento e política após uma catástrofe, temos uma aventura animal bem humorada. Botanicula não tem uma linha de diálogo, mas consegue passar todas as melhores impressões. No jogo, o personagem deve controlar algumas representações de plantas que devem salvar suas últimas sementes, através da exploração dos cenários e da resolução de quebra-cabeças. Cada personagem, como o representante dos cogumelos, dos fisális ou até mesmo um pequeno graveto. Todos possuem habilidades únicas que com toda certeza serão utilizadas na resolução dos problemas. Botanicula pode não ter nenhuma consequência do uso abusivo dos recursos naturais, mas é capaz de conscientizar como um ecossistema é bem equilibrado naturalmente. Produzido através do Adobe Flash, Botanicula, além da Steam, também está disponível em dispositivos mobile e obteve algumas premiações, como o de Melhor Jogo de Aventura Europeu no European Games Awards, de 2012.
#3 – BRINK (2011), DA BRITÂNICA SPLASH DAMAGE:
A busca de recursos e as consequências de seu uso podem ser elementos de certo subtexto, como em Call of Duty: Black Ops 6 (2024). Entretanto, Brink acerta em revelar um mundo distópico, depois que as geleiras derreteram e o mar se elevou, da mesma forma que em Floodland (2022). Como morador da Arca, a última cidade que sofre com superpopulação por receber refugiados desse mundo, a cidade originalmente era um experimento verde. Porém, acabou ultrapassando todos os limites e está à beira de uma Guerra Civil. Como um jogo de Tiro em Primeira Pessoa (FPS), é possível esperar um nível alto de ação. Brink usa a engine iDTech 4, a mesma que deu origem a títulos das franquias Quake e Doom. Lançado na Steam, no PlayStation 3 e no Xbox 360, infelizmente seu multiplayer não se encontra nos melhores momentos, valendo pelo menos o modo singleplayer.
#4 – FATE OF THE WORLD (2011), DA BRITÂNICA RED REDEMPTION:
Fate of the World faz jus ao seu nome ao apresentar o destino do mundo aos jogadores. Produzido com o apoio do Grupo de Dinâmicas Climáticas da Universidade de Oxford, o jogo apresenta ações e reações que envolvam políticas sociais e tecnologias na Terra. Como o representante de uma organização fictícia, o jogador é o responsável por elevar os extremos globais ou ao menos tentar mitigá-los. Para isso, detém uma jogabilidade focada em cartas, como as vistas em Beecarbonize (2023) e, mais recentemente, em Balatro (2024), um dos nomeados no D.I.C.E Awards de 2024. Por sua produção acrescentar estudos universitários e de órgãos climáticos, seu valor educacional é extenso, sendo um dos jogos com o maior embasamento neste assunto. Infelizmente, a Red Redemption declarou falência em 2012, deixando Fate of the World, feito na OGRE como sua descendência direta exclusiva da Steam.
#5 – IXION (2022), DA FRANCESA BULWARK STUDIOS:
Sempre que a Terra parece em perigo, filmes e jogos projetam o espaço para a colonização. É o que se observa em Ixion, o mais diferente no sentido de Mudanças Climáticas. Aqui, o Apocalipse foi de responsabilidade de uma empresa, a DOLOS. Buscando obter resultados de seu novo motor espacial em 2049, a DOLOS altera a distância do Limite de Roche da Lua, levando à destruição do satélite e consequentemente, de grande parte da Terra. Com as alterações de marés, do clima e de toda a dinâmica, a empresa se torna inimiga da humanidade, não restando outra alternativa em buscar um novo mundo em uma nave administrada pelo jogador. Ixion, disponível na Steam, foi construído com base na Unity, e tem a previsão de ser portado para o PlayStation 5 e Xbox Series em 2025. Ixion ainda conquistou o prêmio de Melhor Jogo de Estratégia na Gamescon de 2022.
A CONSCIENTIZAÇÃO PODE SER UM DESPERTAR, TALVEZ TARDE DEMAIS:
É interessante observar que o mundo do entretenimento eletrônico não é alheio a questões políticas. Dizer isso é o mesmo que não ler uma linha de texto de qualquer jogo. Mesmo os títulos mais diferentes, como Ixion, partem da premissa de uma corporação que, almejando algo, leva ao fim da humanidade. Ou pelo menos de grande parte dela. O mesmo pode ser dito das alterações do clima da Terra, onde um cabo de guerra é travado entre pessoas conscientizadas e negacionistas com corporações focadas em lucro. Seja com a política de Anno 2070, com o bom humor floral de Botanicula, a ação de Brink, as escolhas e consequências de The Fate of the World ou a exploração de Ixion, é possível retirar um pouco de conscientização. E, quem sabe, fazer alguma diferença num mundo onde a luz parece não mais transbordar para o futuro da raça humana.
Galera, só passando pra avisar que, por questões editoriais, estamos deixando aos poucos o X. Afinal, não é possível questionar uma rede social e se manter nela sabendo que existem similares. Desta forma, optamos pelo Bluesky. Além deles, também começamos a colocar as nossas coisas no Threads. Então, agradecemos se quiserem dar aquela olhada e seguir tudo isso e mais um pouco.
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