Antes de Pokémon Sword e Shield (Switch), era comum que a Game Freak entendesse a contagem até três. Entretanto, se o Nintendo 3DS com Alola ainda não permitia pacotes de expansão, isso foi deixado de lado com o Nintendo Switch. Sword e Shield receberam uma DLC dividida em duas partes; Isle of Armor e The Crown Tundra. Dessa vez, foi Paldea a contemplada. O par Pokémon Scarlet e Violet recebe a primeira parte de uma DLC maior, intitulada The Hidden Trasure of Area Zero. Em The Teal Mask, o jogador embarca de avião direto para Kitakami, palco de suas aventuras extracurriculares. Explore essa pequena região, capture antigas criaturas e conheças os mitos locais. Resta saber se custando R$ 175,00 no Brasil o pacote, essa primeira aventura vale a pena como expansão em DLC ou é um simples delírio coletivo nesta Review do Guariento Portal.
Um novo mundo de aventuras sem ser Johto, e sim Kitakami.
Primeiramente, e é bom destacar, The Teal Mask tem como principal ponto positivo ser uma aventura divertida. A região de Kitakami é pequena comparada com todas as demais. Porém, existe uma aura que emerge das quatro regiões originais baseadas no Japão. Principalmente Johto e Sinnoh. Dentro de seus mitos, somos informados de um maléfico ogro que fora derrotado pelos Três Leais, um trio de criaturas que deram a sua vida para salvar o pequeno vilarejo da região. Por sorte, o jogador, além de descobrir mais desta lenda também é convidado a participar de um festival local anual que celebra tal lenda. Claro que nem tudo é tão preto e branco assim. Não ao ponto do incrível roteiro de Pokémon Black e White (Nintendo DS), mas ainda assim um interessante plot twist.
Dito isso, mesmo com uma aura bem oriental, Kitakami é uma Paldea com menores recursos e geografia. A região possui montanhas, pradarias, rios e florestas que guardam outras criaturas que não podem ser vistas na região da Península Ibérica. O que acaba elevando consideravelmente a quantidade de criaturas, com cerca de cem novos monstros de bolso agora disponível na Geração IX. Inegável dizer que a aparência das criaturas continua tão otimizadas quanto em Paldea, sua Grande Cratera e seu Quarteto Ruinoso. Pelos menos os Pokémon são bem tratados. Criaturas com placas metálicas como Infernape e Komoo-o, por exemplo, são lindamente criados. Além disso, Ogerpon, o Pokémon ogro que dá título ao uso das máscaras em Kitakami também é criado de tal forma que o jogador possa achá-lo gracioso. Suas máscaras aparecem na segunda metade da DLC e são as responsáveis por finalizar a história.
Bons personagens, mas com os mesmos problemas de sempre.
Fechando a parte positiva de The Teal Mask, temos os irmãos Carmine e Kieran, estudantes da Blueberry Academy de Unova. Ela, insuportável de início, não curte forasteiros. Já Kieran é tímido, mas parece ter alguma afeição ao treinador. A história no qual eles também participam dura em torno de cinco horas totais. O que já é o suficiente para que o jogador se liberte e possa visitar todas as áreas de Kitakami livremente. Há ainda um pequeno bônus para completar a Déx da região onde é necessário capturar 150 criaturas locais e mostrar para uma descendente óbvia do Clã Diamante de Pokémon Legends: Arceus (Switch). Sua colheita final é capturar um Ursaluna que parece ter saído das entranhas de Hisui, misturado com uma máquina de Exterminador do Futuro.
Infelizmente, os pontos positivos param nestes primeiros passos. Pois, os mesmos problemas vistos em Paldea com a performance de centavos também é visível em Kitakami. Sendo que em alguns momentos chega a ser ainda pior. Não é incomum que a terra sob os seus pés desapareça, ou que, quando vários Pokémon surjam na tela, o Nintendo Switch engasgue ou sua ventoinha trabalhe mais do que o normal. Um pequeno detalhe, o híbrido da Nintendo consegue rodar games como The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, da própria Nintendo e Xenoblade Chronicles 3, da Monolith Soft, com extrema tranquilidade. Porém Pokémon Scarlet e Violet e sua DLC The Teal Mask ainda sofrem para manter uma performance segura e constante. Não há muita mudança em termos gráficos do visto em Paldea (diferente do maior polimento da Ilha da Armadura de Sword e Shield em relação a sua Área Selvagem).
Quase tudo se perde com as falhas de performance.
O sistema ainda é mundo aberto, com os mesmos controles. Ou seja, mesmo em Kitakami, o jogador tem a liberdade de varrer a região do seu modo. Mesmo que ainda não tenha terminado a aventura principal e suas quatro histórias que o levariam as profundezas da Grande Cratera. Entretanto, esse mundo aberto sofre com essas pendências gráficas e de performance, de ponto que o jogador nem mesmo aproveita seus pontos positivos. A trilha sonora, que é agradável, acaba passando despercebida pelo simples fato da irritação do jogador com estes problemas. Muitos dizem que Pokémon não é um exemplo primordial de gráficos, e de fato não é. Porém, quando se estabelece uma nova roupagem com um mundo aberto, é necessário que requisitos mínimos sejam seguidos. Em Paldea não foram, e em Kitakami igualmente quanto a estas características.
Um último ponto de negativo destaque é a questão da curva de nível. Da mesma forma que em Paldea, as regiões não sofrem com o aumento dos níveis de seus Pokémon enquanto o jogador evolui em sua saga de obter suas insígnias. Assim, criaturas encontradas no nível 10, por exemplo, estarão eternamente nesse nível mesmo que seu seleto grupo esteja no nível 80. O mesmo acontece em Kitakami. Há apenas dois momentos. Se o jogador viaja antes do término das quatro histórias principais, os Pokémon estarão em níveis bem baixos. Já se preferir visitar depois, os Pokémon selvagens estarão no nível 60, pelo menos. Acontece que isso soa estranho uma vez que em Sword e Shield, que foram a porta de entrada para o mundo aberto de Scarlet e Violet, a Wild Area era praticamente automática.
The Teal Mask é aquele café meio morno de aeroporto.
Assim sendo, em termos de expectativa e diversão, The Teal Mask, como uma expansão em DLC de Pokémon Scarlet e Violet acrescentam conteúdo. Porém, ele no fim das contas é bem aquém do que as propostas antecessores até mesmo em inovação. Claro que existem pontos positivos, com uma história simples mas bem construída e uma região com ares diferenciados de Paldea. Kitakami tem uma aura própria, com outras criaturas que estavam no limbo das fronteiras ibéricas. Além disso, a dupla rival também é bem construída e o Pokémon que dá as luzes, Ogerpon também é gracioso. Porém, tudo isso se perde na falta de performance absoluta da região. Poucos personagens aleatórios, problemas com texturas evidentes, queda de frames por segundo são apenas alguns dos problemas encontrados em Kitakami. Assim sendo, no cair das máscaras, The Teal Mask é um café bem morno, desde que você saiba o que esperar.
Números
The Teal Mask - Pokémon Scarlet e Violet.
A Terra de Kitakami e o Monte Oni abrem as portas para a sua viagem extracurricular. Junte-se a outros membros da Academia Blueberry, explore, capture antigas criaturas e descubra os mitos da região, com sérios problemas de performance nessa DLC parte de Pokémon Scarlet e Violet (Switch).
PRÓS
- Inclusão de antigos e novos Pokémon em uma nova região, Kitakami, com tendências orientais.
- Bons personagens secundários e uma história rápida de 5 horas, que poderia até render mais.
- O mesmo mundo aberto, com a mesma jogabilidade, de Paldea.
CONTRAS
- Performance gráfica simplesmente patética, chegando a ser pior do que a apresentada nos games originais.
- Se a texturas dos Pokémon são bem cuidadas, o pacote Adobe da água e dos cenários ainda deixa muito a desejar.
- Trilha sonora acaba se perdendo em sua inspiração devido aos problemas de performance, não há imersão.
- Falta de inovação como DLC e sem alteração automática nos níveis dos Pokémon, afetando até a longevidade.