REVIVENDO UM CLÁSSICO
Final Fantasy VII fez história no PS1, lá em 1997. Sendo um dos jogos que alavancou a venda do primeiro Playstation! Com seu combate viciante, ótimos gráficos, ceninhas lindas pré renderizadas e personagens carismáticos, ele tinha a receita pra fazer sucesso! Então, depois de várias expansões do universo de FFVII, com direito a filme e um prequel. A Square decidiu fazer um remake pra apresentar essa obra para novos jogadores e impressionar os antigos. Mas, será que deu certo?
Lançado em 10/04/20, sendo desenvolvido e publicado pela Square Enix como exclusivo de PS4 e depois tendo recebido uma versão pra PC e um upgrade para PS5. Tratando-se de um JRPG de ação, com uma temática que traz um clima de futuro distópico (ao mesmo tempo que existe robôs, ainda tem gente que luta com espada), em um mapa linear.
A BOA E NOVA MIDGARD:
Final Fantasy VII: Remake começa com o grupo ecoterrorista conhecido como Avalanche, indo realizar uma missão bem simples: Explodir um dos reatores de Mako (energia que move a cidade), pois, de acordo com eles, a empresa responsável pelo reator (Shinra) está sugando a força vital do planeta sem o menor pudor! E com isso, o planeta irá morrer.
Então, rapidamente vemos o nosso mercenário favorito descendo, com muito estilo, do trem: Cloud! Um Ex-Soldier (guerreiros de elite da Shinra), que foi contratado para ajudar a Avalanche nessa missão. E é assim, que a nossa aventura por Midgar começa!

ESCOLHENDO COM SABEDORIA:
Primeiramente, vamos ao combate inacreditável, desse jogo. Final Fantasy VII: Remake traz dois modos de combate. Sendo eles o clássico, onde os personagens atacam sozinhos e você coordena o uso de itens, especiais, etc. E também temos o normal, que você controla quem quiser, bate a vontade, e também tem que usar os itens e etc (recomendo esse).
Por isso, o que podemos fazer no jogo vai variar dependendo do modo. Mas, de forma geral, nos andamos, corremos, interagimos com objetos (subindo escadas ou descendo degraus e até empurrando objetos pesados), conversamos com NPCs e é isso. Cloud não é capaz de pular, enquanto explora, por exemplo.
Todavia, em combate as coisas mudam. Lembra que eu mencionei no Crisis Core que lá, o combate era simples. Então, no Final Fantasy VII: Remake, existem mais funções do que no Crisis. Durante o combate, sempre que você abrir o menu, o jogo vai desacelerar para que você possa escolher com calma qual comando vai usar e com qual personagem já que você pode alternar entre eles durante a batalha (e isso ajuda muito).

VÁRIAS MATÉRIAS:
Além dos itens, podemos usar magias, habilidades especiais que são herdadas das armas (já explico), ataques especiais chamados Limit e realizar uma invocação (summon). Porém, temos uma barra de ação, que enche à medida que acertamos golpes (e levamos também) e todas as ações gastam, pelo menos, uma barra. Ou seja, você não pode ficar se curando infinitamente, pois vai precisar de barras para isso!
Agora, é o momento de falar dos detalhes. As magias são fornecidas através das já conhecidas matérias. Você pode usar as clássicas, como fogo, gelo, eletricidade, ou, se preferir, as de suporte, como cura e sobrevida (reviver). Mas, também existem as matérias de suporte ao seu personagem como aumento dos pontos de vida (PV) ou aumento de pontos de magia (PM). Cabe a você usar os espaços disponíveis da maneira que julgar ser melhor para o seu personagem e para a equipe. Eu, por exemplo, colocava cura em todo mundo e eles que lutem para se curar.

AUMENTANDO A PROEFICIÊNCIA:
Em seguida, temos as habilidades das armas e aqui é bem simples. Existem várias armas no jogo para os personagens e, todas elas, contam com uma habilidade exclusiva que, depois que você usar dez vezes em combate, vai atingir 100% de proeficiência e você vai conseguir usar ela sempre independente da arma equipada. Isso sem falar nos acessórios que, assim como as armas, possuem espaços para equipar as matérias!
Inclusive, é bom ressaltar que as armas podem ser fortalecidas usando PH. Com ele, nos entramos em um cenário de constelação e lá, você pode fortalecer cada arma individualmente a aumentar os atributos enquanto usa ela. E, claro, vai variar dependendo da arma. Algumas são focadas em ataque físico, outras em ataque mágico. Você também pode aumentar o PV e o PM (dependendo da arma) e ainda aumentar a quantidade de matéria que pode equipar nela. É bem legal, e gera uma boa variedade aos equipamentos!

ATAQUES SALVADORES!
Agora, sobre o Limit, fica fácil de explicar. Ele é um ataque especial devastador que pode usar usado depois de sofrer muito dano. Basicamente, é um recurso que te salva de passar vergonha absoluta na luta. Cada personagem tem mais de um, e você pode equipar o que achar melhor. Mas, cuidado para não usar ele na hora errada. Não faça como eu, que já usei o Limit no momento que o inimigo estava com o status de ‘’imune’’. Me senti um imbecil.
E, para fechar, as invocações. E na verdade, aqui é a parte mais simples. Você equipa uma matéria de invocação e pode usar ela sempre que a barra carregar. E essa barra só carrega depois de um atordoamento em um inimigo mais forte. Então, quando ela enche, uma criatura mitológica inacreditavelmente forte, surge pra te ajudar em combate. Ela ataca sozinha, mas você pode pedir para usar magias (ao custo da sua barra de ação, claro) e no final, ela vai embora com um ataque devastador (E LINDO) no inimigo!
Mas, nesse ponto, você deve estar pensando: ‘’Tá. Você explicou, explicou, mas não falou se o combate é bom ou não’’. E aqui eu devo dizer que Final Fantasy VII: Remake tem, com muita folga, um dos combates mais gostosos que eu já vi em toda a minha vida. Na review do Crisis Core, eu disse que o combate ia te levar até o final, e no Remake não é diferente. A sensação da física quando você desfere cada golpe, com usa os ataques especiais, os limits, são inacreditáveis! Da vontade de lutar 100% do tempo, essa que é a verdade! Um trabalho inacreditável da Square!

UMA AULA DE COMO FAZER CHEFÃO:
Logo depois do combate, chega o momento de falar do que podemos encontrar nos mapas do Final Fantasy VII: Remake. Começando pelos inimigos que, giram em torno de soldados da Shinra, alguns monstros meio animalescos e robôs. E não fica chato, já vou adiantando. Mas, o maior destaque desse jogo são as batalhas com chefões! Nossa! É até difícil descrever. Além de ter uma boa quantidade de batalhas (basicamente uma por capítulo) todas são legais! Simplesmente não existe um chefão sem graça nesse jogo. Claro que, tem uns melhores que outros, mas todas as lutas são emocionantes e com bons designs (tanto dos chefões quanto da luta em si).
Além disso, como eu falei no começo, Final Fantasy VII: Remake é um jogo linear. Os mapas são simples de navegar e, de vez em quando, você acha um caminho extra para explorar e descobrir algum segredo. Pois, o jogo conta com algumas missões secundárias. Sendo algumas bem legais ajudar uma menina a encontrar o seus gatos, ou algumas bem chatas como a competição de barra fixa. Mas, como o nome já diz, são secundárias e você pode simplesmente não fazer. Ate porque, as recompensas, no geral, são bem simples e a maioria leva a uma luta no final. Justamente porque a Square sabe que fez um combate absurdo de bom, então ela vai aproveitar!

BOM PRA QUEM GOSTA DE APANHAR:
Só que, o jogo também conta com um Coliseu onde você pode treinar suas habilidades e ganhar prêmios bem melhores (como novos Limits)! Inclusive, o Coliseu pode ser acessado depois que você zerar e vai trazer novos desafios! E, falando em novos desafios, Final Fantasy VII: Remake tem chefões secretos bem difíceis! Então, é um prato cheio para quem gosta de levar uma surra. Outro detalhe legal, são as missões em realidade virtual que o Chadley nos da. Nelas, podemos conseguir novas matérias de invocação (começando com a Shiva). Fora outras pequenas missões que ele da, como atordoar um número x de inimigos, que nos recompensa com novas matérias!
No mais, além de baús com itens, você também pode encontrar os discos de música que são bem legais! Cada um com uma trilha sonora diferente e ficam espalhados pelo mapa e podem ser usados em qualquer Jukebox. Fora isso, temos os pontos de viagem rápida (que não usei nenhuma vez), e um minigame legal de dardos no bar da Avalanche.

PARTE 1/3
Finalmente, entramos no tópico da história de Final Fantasy VII: Remake e aqui, é onde o jogo gera algumas polêmicas. Nessa versão, foram adaptados somente os eventos de Midgar. O que, no jogo original, girava em torno de 6 horas de campanha (mais ou menos). Ou seja, Final Fantasy VII: Remake é somente a primeira parte (serão 3 ao todo) e por isso, muita gente ficou decepcionada com a história.
Todavia, eu devo dizer que essa esticada que deram em Midgar, serviu para aprofundar o que sabíamos de personagens bem secundários e isso foi muito bem feito! Mas, vamos lá, depois que saímos do trem, Cloud, Barret, Wiggs, Jess e Wedge, seguem em direção ao Reator número 8 para explodi-lo. Porém, chegando lá, Barret e Cloud são atacados por um robô gigante. Após vencermos, e o reator explodir, começamos a nossa caminhada de volta ao esconderijo. Porém, podemos ver como a cidade está assustada e acabou sofrendo danos com a explosão.

MALDITA SHINRA:
Então, ao voltarmos para a base, no bar Seventh Heaven, conhecemos mais um pouco sobre a história da Avalanche, conhecemos a Tifa e é ai que a história do Cloud começa de vez! Bom, o mundo de Final Fantasy VII é, de fato, muito interessante. E isso já fica claro nessa primeira parte. Cloud tem visões com um antigo herói de guerra da Soldier, o Sephiroth, e todas essas visões são carregadas de muito mistério (para quem não jogou o Crisis Core).
Além disso, podemos ver como a Shinra é uma empresa safada, que busca somente lucro, e não liga para o bem estar de ninguém além dos seus executivos! Cheia de conspirações, que incluem laboratórios secretos, manipulação da imprensa e testes absurdos em humanos! É realmente uma entidade vilã que você odeia desde o começo!
Em outras palavras, eu posso afirmar que, a história de Final Fantasy VII: Remake é, de fato, muito boa. Seus personagens são incrivelmente carismáticos, e são capazes de proporcionar momentos emocionantes! Eu te garanto que, ao final, você vai ter, pelo menos, um personagem favorito dessa turma! É inevitável! Claro que, ela termina sem um final propriamente dito. Porém, a batalha final é bem satisfatória e encerra com um gancho bem legal (encerrando a aventura em Midgar).

UMA TRILHA DIGNA DE PREMIAÇÃO:
Por fim, vamos ao lado técnico de Final Fantasy VII: Remake. Começando pelos belos gráficos! Assim, o jogo contou com alguns problemas de textura no PS4 que não me incomodaram. Mas, o gráfico em si é simplesmente lindo! Desde o modelo de cada personagem, até os cenários e principalmente os efeitos! Como eu disse antes, quando você faz uma invocação é um show visual! É, de fato, um daqueles jogos que enchem os olhos!
Já sobre a trilha sonora eu poderia, de coração, escrever um texto inteiro só falando dela. Mas, eu vou resumir com: É uma das melhores trilhas sonora da história dos videogames! Simples assim. Não tem uma música que não seja incrível. E isso vale desde a música do menu, até a música de encerramento. Parece até bruxaria!

FALTOU CRIATIVIDADE:
Para fechar, o level design. Nesse ponto, eu devo admitir que é a minha única critica real ao jogo. Como eu já expliquei aqui algumas vezes, é possível fazer um jogo linear com um ótimo level design. The Last of Us e God of War são bons exemplos. E Final Fantasy VII: Remake acabou pecando nisso. Os mapas contam com poucos segredos (melhor mais para o final) e não tem nenhum incentivo nas recompensas. Pegamos vários itens quase inúteis (como granadas que não usei nenhuma vez).
Não é que o mapa seja mal feito, não é isso. Mas, faltou inspiração. A linearidade aqui fica muito forte em diversos momentos e acaba soando como perda de tempo sair explorando os poucos pontos. O que é uma pena na verdade, já que gosto de explorar nos RPGs. Todavia, quero mencionar que as caixas da Shinra são bem legais. Quando quebramos elas, podemos pegar itens bem úteis, como todo tipo de poção e pena de fênix (para reviver). Quebre todas!

OI YUFFIE!
Agora, é o momento de falar da parte que, pra mim, é a mais polémica do Final Fantasy VII: Remake. A sua DLC exclusiva (sem motivo) da nova geração, Intermission. A história começa com a nossa querida Yuffie. Uma Yutai de elite, que foi incumbida de se infiltrar na Shinra e roubar a matéria suprema deles! Então, ela se une ao seu parceiro Sonon e parte nessa missão.
Bom, vamos lá, sem enrolar, Intermission serve, somente, para apresentar a Yuffie. É legal ver ela andando por Midgard e passando bem perto do pessoal da Avalanche. Mas, a história em si é simples e direta. Todavia, temos sim algumas novidades.

APRIMORANDO A SINERGIA:
Primeiramente, temos um jogo de tower defense, que podemos jogar contra vários NPCs. É bem divertido, apesar de difícil (eu levei uma surra). Além de novas missões secundárias e uma nova invocação. Porém, a novidade mais legal fica no combate. Além da Yuffie ter golpes bem legais e totalmente diferentes dos que já usamos, ela conta com os ataques de sinergia, com conjunto com seu parceiro. Ele não pode ser controlado individualmente, mas a sinergia é um combo bem legal e uma adição bem-vinda (me salvou no último chefão).
No mas, Intermission mantem tudo que vimos no jogo base. Ótimos gráficos, ótima trilha sonora, chefões bem legais (mesmo sendo poucos) e um combate incrível! Entretanto, o level design aqui melhorou muito! Ainda é linear, mas a exploração não só recompensa mais, como também é mais divertida! Yuffie pode quebrar caixas à distância, pode escalar grades e alcançar lugares inacessíveis, é bem legal!

CONCLUSÃO:
Em síntese, Final Fantasy VII: Remake é mais um jogo que mostra a diferença entre remake e remaster. Traz uma história muito expandida em todos os aspectos. Aprofunda mais nos personagens, traz um novo level design, um novo combate, novas batalhas, etc. Tem uma trilha sonora simplesmente sensacional, gráficos muito bonitos, um dos melhores combates já feitos com vários chefões memoráveis, e uma trama cativante. Porém acaba pecando no seu level design com pouca inspiração.
A Square pegou uma parte que não chegava a 10 horas, e transformou em um jogo completo com uma campanha de 33 horas e que pode chegar até 86 horas se você quiser fazer tudo. Sem contar a DLC com suas 4 horas que podem virar 18 horas para os platinadores de plantão! Sendo sincero, não sei se posso recomendar ele para os fãs de longa data. Mas, se você nunca jogou o original, ou nunca jogou Final Fantasy, ou é apenas um amante de JRPG, eu garanto que esse jogo vale muito a pena!
Números
Final Fantasy VII: Remake
Final Fantasy VII: Remake adapta toda a aventura de Midgar, e transforma em um jogo completo. Tem um combate tão bom que chega a ser inacreditável, uma trilha sonora surreal, gráficos lindos, e uma história cheia de personagens carismáticos e momentos marcantes! Acaba pecando no seu level design simples, que só é aprimorado na DLC.
PRÓS
- Combate simplesmente sensacional
- Trilha sonora digna de premiação
- Gráficos muito bonitos
- Personagens cativantes a todo o momento
- História interessante e misteriosa
- Chefões memoráveis
CONTRAS
- Level design pouco inspirado