A SEQUÊNCIA DE UM TITÃ:
Mass Effect foi um sucesso merecido! Conseguiu agradar tanto público quanto crítica e isso é um feito excelente. Por isso, a expectativa na sua sequência foi enorme! Mass Effect 2 vinha com a missão de superar o seu antecessor das melhores maneiras possíveis. Mas, será que ele conseguiu? Lançado em 11/01/10, sendo desenvolvido pela Bioware e publicado pela Microsoft exclusivamente para Xbox 360 e PC. E, em janeiro de 2011, foi publicado pela EA para PS3. Depois, acabou recebendo um port em 2021 para PS4, Xbox One e também para PC. Trata-se de um RPG de ação, em terceira pessoa e temática especial.
A QUEDA DE UM HEROI:
Mass Effect 2 começa com a opção de importar o personagem (que também é possível no terceiro jogo), e eu recomendo bastante que você faça isso. Mas, a trama começa com a Miranda narrando, e elogiando, nossos feitos no primeiro jogo. Porém, ela alerta que nos perdemos tempo lutando contra os Geths e que os Reapers são os verdadeiros vilões. Por isso, ela e o pessoal da Cerberus estão dispostos a impedir o retorno dos Reapers. Entretanto, antes de tudo isso, nós vemos Shepard e sua tripulação em uma missão. Entretanto, tudo dá errado e nós acabamos morrendo na explosão da Normandy (nossa nave). E sim, você não leu errado! Mass Effect 2 começa com a gente simplesmente morrendo! O pessoal da Cerberus acaba trazendo a gente de volta e nos dando a missão de reunir uma tripulação e atacar os Reapers para impedir a volta dessa raça maligna!

SAUDADES DO RESFRIAMENTO:
Primeiramente, vamos aos controles. Mass Effect 2 mantém tudo como era antes, mas com algumas mudanças. Não podemos mais agachar, mas agora é possível saltar pelas coberturas. Além disso, as armas agora têm munição. Por isso, já quero comentar rapidamente sobre essas duas mudanças. Pular pela cobertura eu achei ótimo, ajuda na dinâmica e no avanço rápido em combate. Porém, a munição eu achei péssimo. Como eu tinha mencionado na primeira review, ter uma arma com resfriamento é gostoso demais! Deixa o combate mais dinâmico. Agora, você tem que ficar se preocupando com munição. Me senti num Call of Duty. Tem muita munição? Claro. Mas é fácil você se ver sem balas do nada, principalmente se os inimigos te pressionarem em algum canto e você não conseguir sair dali para vasculhar os cadáveres. O combate segue sendo ótimo? Sim! Mas essa mudança acaba puxando um pouco para baixo.

CUIDADO COM A CLASSE INICIAL:
Agora, um detalhe diferente aqui são as classes. Mass Effect 2 te permite escolher a classe logo no começo. Temos Soldier, Infiltrator, Vanguard, Sentinel, Adept e Engineer. Cada uma delas conta com ataques especiais e especialidade em armas. O Soldier é bom com rifles e tem a munição incendiária, e o Infiltrator é bom com sniper e pistola e tem a habilidade em hack, por exemplo. Entretanto, e aqui está o problema, o jogo te prende às armas especialistas por grande parte do jogo. Por exemplo, eu peguei o Vanguard, porque ele tinha especialidade com Shotgun, Metralhadora e Pistola. Pensei: “Vou ganhar uma metralhadora absurda, estilo Thompson e vai ser sucesso”. Na verdade, eu ganhei uma pistola com rajada! Aí fiquei preso com armas ruins. Só a shotgun se salvava, mas tinha pouca munição. Então, voltamos ao problema da munição. Simplesmente não apareciam outras!

A MALDITA BUROCRACIA:
Ou seja, sai de um combate extremamente divertido no primeiro, para um sistema burocrático e sem sentido no segundo. Até porque, na grande maioria dos RPGs, você pega a primeira classe mais como sugestão de caminho. Você pode mudar e até misturar as classes ao longo da jornada, como em Greedfall ou Demon’s Souls, por exemplo. E assim, é fato que em Mass Effect o melhor combate é com o rifle. Por isso, meu conselho é que você escolha uma classe que venha já com ele. Porque o combate do jogo melhorou significativamente quando pude jogar de rifle, pena que foi bem tarde e, ainda assim, ficou abaixo do primeiro.
Mas, é bom ressaltar que as habilidades são legais. Porém, os upgrades são menos variados e mais burocráticos do que o primeiro. Antes, era possível simplesmente upar tudo que você queria e escolher a especialização (eu, por exemplo, foquei nas habilidades de rifle e shotgun). Agora existem menos upgrades e eles parecem fazer menos diferença que antes! Inclusive, a cura também piorou muito! Antes era só apertar o triângulo e se curar, mas agora é tudo mais burocrático e é preciso abrir um menu e selecionar a cura!
As habilidades até tentam, mas na prática não valem tanto quanto antes
A EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES:
Mas, chega de falar do combate que ficou abaixo e vamos a exploração. Mass Effect 2 removeu aquele ideia ruim de planetas inexplorados no tanque. Porém, acabou adiciona um sistema de coleta de recursos onde devemos escanear planetas em busco de recursos. É algo bem simples e nem um pouco obrigatório, mas é bem sem graça. O lado bom, é que da menos trabalho do que a exploração anterior, por isso eu achei a mudança positiva. Além disso, temos os datapads de volta e as secundárias. E aqui, eu devo adiantar que as missões dos aliados ficaram ainda melhores do que antes! Se no 1 eu já recomendo fortemente que você faça, no 2 eu devo dizer que é quase obrigatório!
A missão da Liara, por exemplo, eu achei simplesmente sensacional! Mas, você também encontra missões mais chatas e também aquelas para recuperar partes da nave (que não são muito interessantes mas são importantes para fazer o melhor final do jogo!). Outro detalhe, é que agora podemos mudar a roupa do Shepard, além da sua armadura. E que a nossa nave tem gasolina! Por isso cuidado na hora de viajar entre os planetas. Já sobre os inimigos, temos uma variedade maior do que antes e isso é sempre legal.

UMA GRANDE MISSÃO SECUNDÁRIA:
Em seguida, vamos à história de Mass Effect 2. E, para ser sincero, eu já falei tudo na introdução. Isso foi o que me deixou decepcionado com essa sequência. O jogo é como se fosse uma grande missão secundária. O nosso foco é, de fato, sair pela galáxia reunindo aliados para culminar numa última missão principal. Me lembrou o que foi feito no Final Fantasy VII Rebirth. E assim, eu devo dizer que a missão final de Mass Effect 2 é simplesmente uma das melhores missões que já joguei! É de tirar o fôlego do início ao fim! Mas, a história em si agrega pouco. Por isso, eu aconselho que você faça as missões dos aliados porque elas são a alma do jogo! E não se esqueça dos romances e do karma, já que agora nós podemos tomar ações para o bem ou para o mal! É bem legal!

EVOLUINDO O QUE PRECISAVA:
Por fim, vamos ao lado técnico. Graficamente falando, Mass Effect 2 melhora o visto no primeiro, principalmente nas expressões faciais. Mas segue com o mesmo aspecto nos cenários onde falta aquela ambientação realmente memorável. Segue sendo bonito, mas ainda tem espaço para evolução. Já sobre a trilha sonora, ela é tão boa quanto a anterior e isso virou um padrão. E, falando do level design, também segue tão bom quanto antes. Na real, as missões são ainda melhores, então para mim houve uma evolução bem interessante aqui. Sútil, mas interessante. Todavia, a inteligência artificial segue sendo ruim, e eu morri mais vezes aqui do que em qualquer outro jogo, já que o combate piorou e o auxílio segue tenebroso!

CONCLUSÃO:
Em síntese, Mass Effect 2 traz personagens excelentes, com ótimas missões secundárias, bons gráficos, boa trilha sonora e um bom level design. Porém, acaba pecando no sistema de upgrades piorado, na burocracia na hora de escolher as classes, na falta de melhoria da inteligência artificial, na retirada do sistema de resfriamento e na sua história simples demais. Com uma campanha que pode ser finalizada em 24 horas e que pode chegar até 50 horas para quem quer fazer tudo (inclusive recomendo), ele é uma sequência interessante, que traz novas ideias, mas não executa todas com maestria. Mas, por mais que ela traga pequenas frustrações, ainda assim, é um jogo extremamente divertido e, sendo sincero, pode se tornar o seu jogo favorito dessa franquia graças aos seus personagens!
Números
Mass Effect 2
Mass Effect 2 traz personagens excelentes, com ótimas missões secundárias, bons gráficos, boa trilha sonora e um bom level design. Porém, acaba pecando no sistema de upgrades piorado, na burocracia na hora de escolher as classes, na falta de melhoria da inteligência artificial, na retirada do sistema de resfriamento e na sua história simples demais.
PRÓS
- Missões excelentes para os companheiros
- Gráficos bonitos
- Bom level design
- Boa trilha sonora
CONTRAS
- Retirada do sistema de resfriamento
- Burocracia na escolha de classes
- História principal pouco interessante
- Sistema de upgrade pior
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