Segundo a Lenda, Maria era uma mulher humilde que se apaixonou por um homem, e juntos tiveram dois filhos. Contudo, amargurada com o casamento e com ciúmes, ela mata seus dois filhos afogados e depois se mata. A partir de então, ela se torna uma alma penada, buscando e sequestrando outras crianças.
No imaginário popular, é comum que mitos e lendas sirvam de argumentos para mídias, como o cinema e o teatro. Se você é um espectador assíduo do Guariento Portal, sabe que uma das análises já produzidas foi sobre o longa A Maldição de Chorona. Produzido em 2019, o filme usa-se de uma lenda mexicana de uma mulher, A Mulher que Chora, um fantasma que busca encontrar seus filhos novamente. Depois é claro de que ela mesma os afogou em um rio em um ataque de fúria. O que pouca gente sabe é que, mesmo com o sangue mexicano, a lenda é conhecida em toda a América Espanhola. E, suas particularidades vão de encontro com outras lendas locais, como a Bela da Meia Noite no Brasil e particularidades da Banshee céltica. Então se prepare para entender um pouco sobre a lenda de La Llorona.
Com preguiça de ler toda toda a lenda? Então, aqui vai um resumo:
- La Llorona é uma lenda tipicamente da América Espanhola, embora tenha versão também no Brasil. Contudo, é o México o detentor da principal versão. Esta que foi utilizada no filme de 2019 A Maldição de Chorona.
- Segundo o conto, Maria era uma mulher que vivia na zona rural mexicana. Ao conhecer o homem de sua vida, tem dois filhos com ele. Contudo, com o passar do tempo, o casamento fica cada vez pior, até que ela encontra seu marido com outra mulher.
- Ela decide então destruir aquilo que ele mais ama, e num momento de fúria, mata afogado seus dois filhos. Depois disso, acaba se matando do mesmo modo. Por ter cometido tal crime, ela não vai nem para o Céu nem para o Inferno.
- Assim, ela se tornou um espírito errante que busca seus filhos para encontrar a paz. Contudo, nesta lógica ela passa a sequestrar outras crianças, especialmente as desobedientes ou as que ficam nas ruas. Estas terão o mesmo fim que seus filhos, e morrerão afogadas.
Como pode-se imaginar, existe uma infinidade de histórias sobre esta lenda, cada uma contando a partir de um ponto. Contudo, a principal, de origem no México tem bastante similaridade com a que é contada no filme. E é uma das principais no imaginário deste país. Numa vila rural no século XVI, vivia uma jovem humilde chamada Maria. Contudo, era conhecida por sua formosura e graça. Até que um belo dia, um homem se aproximou do vilarejo e se encantou por Maria, o que foi retribuído de imediato. Eventualmente, os dois então se casaram. Tudo estava se encaminhado para uma vida de família feliz, e o casal teve dois filhos, no qual os nomes não são mencionados. Porém, os problemas começaram com o passar do tempo e com o nascimento das crianças.
O marido não ficava em casa a maior parte do tempo. Dizia viajar a trabalho. E o pouco tempo que passava em casa, Maria percebeu que ele não lhe dava atenção. Passou a maior parte do tempo cuidando dos filhos. Chegou a um ponto em que ele não se despedia mais dela, apenas abraçava e beijava seus filhos. Aquilo passou a incomodar Maria cada vez mais. O ponto alto para sua desconfiança foi quando, ao voltar para a vila, seu marido trouxe uma mulher consigo. Para a mente de Maria, tudo se encaixava, ele não mais lhe dava atenção pois estava envelhecendo. E as crianças roubaram o coração do homem que ela ainda amava. Tomada por uma raiva incontrolável acobertada por mágoa, Maria tomou o seguinte pensamento; o de retirar deste mundo aquilo que seu marido mais amava.
Ela então pega seus dois filhos e os levam até um rio, onde os afogam. Já sem vida e sem os corpos, levados pela correnteza, Maria volta a sanidade. Percebendo o que fez, ela começa a procurar seus filhos e a chorar, mas seu efeito algum.
Ela então pega seus dois filhos e os levam até um rio, onde os afogam. Já sem vida e sem os corpos, levados pela correnteza, Maria volta a sanidade. Percebendo o que fez, ela começa a procurar seus filhos e a chorar, mas seu efeito algum. Não lhe restando alternativa, ela volta para a casa, a espera de seu marido. Quando ele novamente chega, sua primeira pergunta é onde estão seus filhos. É então que Maria lhe conta toda a verdade, que os afogou no rio. O homem então diz que eles só estarão juntos novamente se Maria encontrasse seus filhos e os trouxesse de volta. Como isso é praticamente impossível de acontecer, uma vez estarem mortos, Maria decide tirar sua própria vida. Ela o faz da mesma forma que com seus filhos, com o afogamento.
Porém, dado o crime que cometeu contra sua própria cria, a mulher se torna um fantasma errante, que deve vagar pela Terra se lamuriando de tudo que cometeu. E buscando encontrar seus filhos para então cumprir as palavras de seu marido. A partir de então, o fantasma de Maria ficou conhecido como La Llorona justamente por chorar pela perda de seus filhos. Dizem que se você a ouvir chorando, o ideal é correr na direção oposta. Além de que esse som de seus gritos pode causar agouro e é um prenúncio de morte e infelicidade. Ela também sequestraria crianças desobedientes ou que ficam de noite vagando pela rua. E todas teriam o mesmo destino que seus filhos, morrerem afogadas.
Sua aparência é de uma mulher com um vestido branco com um véu que tampa parte de seu rosto.
Sua aparência é de uma mulher com um vestido branco com um véu que tampa parte de seu rosto. E normalmente, suas aparições são próximas de locais com água, como rios e lagos. No México, a tradição mais antiga diz que o fantasma de Maria já foi avistado no lago de Tenochitlán, onde hoje se encontra a Cidade do México. Assim sendo, cuidado ao escutar os choros e lamentos de uma mulher em busca de seus filhos, pode ser a Mulher que Chora, ou La Llorona.
Curiosidade: Diferente do que é visto em A Maldição de Chorona, não é encontrado na lenda que suas lágrimas causam algum tipo de queimadura. Tirando este pequeno detalhe, a criação da personagem com uma roupa branca e um véu se mantém fiel ao mito. Assim como sua predileção em sequestrar crianças e afogá-las, especialmente em rios, riachos e lagos. Mesmo que no filme outros locais como piscinas também são usados.