As Igrejas de Pedra de Lalibela, na Etiópia, são consideradas Patrimônios da Humanidade desde 1978. São monolíticas, construídas de baixo para cima e ainda são um sítio religioso para a Igreja Ortodoxa Etíope.
A construção de templos não é uma novidade. Sumérios construíam zigurates, egípcios seus templos, árabes mesquitas e os antigos cristãos basílicas e igrejas. Porém, poucas eram construídas de maneira inversa, dentro literalmente de rochas. É o caso de Lalibela, um sítio arqueológico que é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1978. As chamadas Igrejas de Pedra de Lalibela foram produzidas ainda na época que a Etiópia era um Império. Ao todo, são 11 Igrejas no total. Elas foram produzidas para em prol da Igreja Ortodoxa Etíope, um ramo da cristandade que floresceu na região da Etiópia e do Chifre da África.
Normalmente, quando nos referimos a cristandade, é possível lembrar de católicos, ortodoxos e protestantes. Há também os anglicanos no Reino Unido, mas isso é uma outra história. Porém, estes não são os únicos. Embora com um menor número de fiéis, existem outros ramos do Cristianismo. O copta ainda se encontra no Egito, a Igreja Assíria na região do Irã e a Ortodoxia Etíope, como o próprio nome diz, na Etiópia. Esse ramo vem inclusive da época do Rei Salomão, já que pela tradição nativa, a família imperial etíope deriva do rei judeu e da Rainha de Sabá.
Porém, retornando as Igrejas. Das 11 Igrejas na Rocha de Lalibela a principal é destinada a São Jorge. Não por menos é chamada em amárico – o idioma local – de Biete Giorgis. Conta-se que o Rei Lalibela, construtor das Igrejas foi visitado pelo Santo em seu cavalo. Ele solicitou que a principal igreja de seu complexo fosse dedicado a ele. E assim o Rei o fez. As Igrejas na Rocha de Lalibela tem a peculiaridade de terem sido feitos de baixo para cima. Elas foram primeiramente escavadas e depois esculpidas. Por isso, para visitá-la, é necessário entrar literalmente em buracos, já que suas entradas encontram-se abaixo da linha do terreno que o circunda.
Existiam Igrejas de período anterior a 1.200 d.C na região. Contudo, foi somente com Lalibela que a região tornou-se conhecida, e palco de peregrinação de fiéis da Igreja Etíope. Em seu interior, as Igrejas de Pedra são decoradas. Figuras humanas de baixo relevo podem ser vistas em Biet Golgotha (uma das outras construções). Já pinturas de desenhos geométricas dá pra ver em Biete Mariam. Infelizmente, a conservação da Igreja sofreu com o tempo, mesmo com o tratamento cerimonial dado pelo povo etíope. Foi necessário que em 2000, a União Europeia intervisse, enviando auxílio em forma de dinheiro para a manutenção e restauração de algumas áreas de Lalibela.
No fim, todas as onze Igrejas de Pedra de Lalibela representam uma conquista artística única, em sua execução, tamanho e variedade. Na Igreja de Biete Gólgota, existem réplicas da tumba de Cristo, de Adão e do presépio da Natividade. A cidade santa de Lalibela tornou-se um substituto para os lugares sagrados de Jerusalém e Belém e, como tal, teve considerável influência no cristianismo etíope. Todo o complexo de Lalibela oferece um testemunho excepcional da civilização medieval e pós-medieval da Etiópia. É uma viagem no tempo, no fim das contas.
Cansado de quarentena e querendo viajar não é mesmo? Bem, se você curtiu essa curiosidade sobre as Igrejas de Pedra de Lalibela, pode gostar de outras. Então, viaje pela sua tela de computador com os seguintes destaques:
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