Antes do início.
Já quero começar com uma pergunta: Quem não gosta de prequel? A indústria do cinema, sempre usa essa tática de contar uma história anterior a que já conhecemos (Star Wars fez isso nos episódios 1/2/3). Alguns gostam, outros não. Mas, o fato, é que funciona muitas vezes. E God of War – Chains of Olympus, não escapou desta onda. Será que deu certo?
Lançado em 04/03/08, sendo desenvolvido pela Santa Monica Studios em parceria com a Ready at Dawn, e distribuído pela Sony como exclusivo de PSP, e relançado anos depois para PS3. Tratando-se de um jogo de ação e aventura, no gênero hack ’n slash. Tendo como temática central a mitologia grega. Para aqueles que não sabem o que é prequel, eu vou explicar. Nada mais é, do que uma história que se passa antes dos acontecimentos principais de uma obra (nesse caso antes de God of War).
Enviado para a guerra.
O jogo começa com Kratos sendo enviado pelos deuses (a quem ele servia), até a cidade de Attica, que estava sendo invadida pelo exército Persa. Ou seja, já começamos na confusão e, rapidamente, conhecemos o inimigo gigante da vez (em seis, dos sete jogos, nós começamos enfrentando um inimigo gigante), o Basilisco. E, após derrotarmos tanto o rei persa, quanto o seu ‘’bichinho’’, Kratos testemunha algo surreal: O sol caiu na terra…
Adaptando-se ao portátil.
Em seguida, vamos aos controles, porque aqui tem aspectos interessantes. Como eu já mencionei, Chains of Olympus foi feito para o PSP, e o portátil da Sony não possui o analógico direito que usávamos para esquivar, tanto no primeiro quanto no segundo jogo. Ou seja, tiveram que ser criativos aqui, mas não só na esquiva. O PSP também não possui os botões R2 e L2 que eram usados para agarrar objetos (R2) e para utilizar as magias (L2).
Em vez disso, agora para esquivar usamos o L1+R1+ analógico direito direcionado ao lado no qual desejamos esquivar (sim é uma engenharia, mas se estiver jogando no PS3, não terão esse problema). Enquanto que, para agarrar objetos, ao invés do R2 nós usamos o bolinha, ou seja, tranquilo. Porém, nas magias, temos que usar o R1+ algum dos três botões de ação (quadrado, triângulo, bolinha) dependendo da magia. Não é a forma mais prática, mas ainda assim é bem mais tranquilo do que esquivar.
Magias menos inspiradas.
Mas, não se enganem. O combate continua muito gratificante. Claro que, se comparado aos jogos dos consoles de mesa, ele está abaixo. Mas, se tratando de portátil, foi um trabalho muito bem feito, porque você se sente jogando um God of War. Seja pelas finalizações brutais, ou pelas magias, ou pelos combos com as Lâminas do Caos. Chains of Olympus faz jus a saga quando se trata do combate.
Então, como era de se esperar, os elementos de RPG se mantém. Olhos de górgona, penas de fênix, os orbs para upgrade das armas, tudo familiar como sempre. Temos também uma arma alternativa (algo também característico da franquia). Mas, apesar de ter tudo de volta, no caso do Chains of Olympus, as magias não são tão carismáticas quanto nos dois jogos anteriores.
Não me entendam mal, isso não significa que são ruins. Inclusive a Efreet (primeira magia que adquirimos), tem um poder destrutivo muito útil, principalmente ao ser fortalecida. A questão aqui, é, o carisma, já que elas acabam sendo esquecidas com o passar do tempo. Algo que não acontece com um Poseidon’s Rage, ou Zeus’ Fury e até o Atlas Quake. Mas, isso é uma questão de gosto, ou seja, você pode jogar e achar elas incríveis e está tudo bem (vale ressaltar que a arma alternativa desse jogo, eu acho simplesmente incrível).
Simples, mas com qualidade
Como de costume, agora vem o lado técnico. God of War Chains of Olympus mostrou do que o portátil seria capaz. Os gráficos realmente impressionam, ficando só um pouco atrás dos jogos de PS2. A trilha sonora, obviamente, se mantém épica. Porém, o level design foi simplificado. Os cenários seguem bonitos, mas a transição entre os níveis não é tão boa quanto nos dois jogos anteriores. Ela tem seu valor, mas ficou abaixo. Além disso, o fato da campanha ser mais curta, com certeza tem relação com o level design mais simplificado. E por consequência tem menos puzzles, mas alguns bem interessantes (apesar de não serem difíceis).
Kratos ao resgate.
Finalmente, o enredo. Lembram quando eu disse que Kratos testemunhou o sol caindo na terra? Então, na verdade isso aconteceu porque alguém raptou o Deus do sol Hélio (sim, aquele mesmo que deu rosto a estátua de Rhodes em God of War 2 ). Ou seja, não tem mais sol (os haters do calor iam amar), e com isso, o Deus dos sonhos Morfeu, pôde reinar na terra. Porém, isso é horrível, já que Morfeu estava fazendo os deuses caírem, aos poucos, em um sono profundo. Então, Athena pede para Kratos salvar Hélio e assim salvar o Olimpo. O Fantasma de Esparta segue motivado como sempre, e ainda revoltado com o fato dos deuses não terem acabado com seus pesadelos. Mas aqui, ele é atormentado por uma estranha melodia, e tal melodia carrega uma revelação incrível no final da campanha.
Além disso, o jogo faz três ganchos na parte final. Um com o primeiro God of War (que já era esperado por ser um prequel), que eu amei inclusive. Outro com God of War 2, onde reencontramos um personagem apresentado na campanha do segundo jogo, e aqui nos é mostrado como conhecemos ele. E por último, com o futuro God of War 3, mas ai só saberemos quando chegarmos lá.
Ou seja, essa história foi feita para ilustrar a servidão de Kratos aos deuses, e ainda nos apresenta um lado dele que nós não conhecíamos e que viria a ser explorado mais para frente. Com ceninhas de qualidade, e agora com legendas (em inglês), o enredo aqui me agrada, mesmo sendo um pouco curto, principalmente pelas referências que ele trás e por alguns momentos que eu amo (como quando conhecemos o local onde os titãs estão presos).
Extras.
Por fim, os extras. Algumas coisas se mantiveram (quem diria né?), como as roupas, o new game + e o challenge, que agora se chama Challenge of Hades. E é bem isso. No mais, temos vídeos de making of e artes conceituais que podemos liberar. Eu acho interessante, mas também não fico muito tempo nessa área.
Conclusão.
Em suma, God of War Chains of Olympus, foi a estreia do Fantasma de Esparta no modo portátil, e ele se deu muito bem. Conseguiu manter o que fez a saga bombar, e se adaptou as limitações do hardware. Com uma história interessante, combate frenético de sempre, e gráficos bem feitos, o jogo se destaca mesmo com uma campanha mais curta que o padrão e magias não tão memoráveis. Vale muito a pena, principalmente pelas referências e explicações extras.
Números
God of War Chains of Olympus
God of War Chains of Olympus conta a história anterior ao primeiro jogo da saga. Traz uma campanha curta, mas com vários momentos memoráveis e segredos obscuros. Além disso, conta com belos gráficos, uma trilha sonora excelente e uma combate viciante. Mas, peca no seu level design mais simples e nas magias menos memoráveis.
PRÓS
- Gameplay viciante como sempre
- Gráficos que mostram a força do PSP
- Trilha sonora memorável
- História com vários momentos memoráveis
CONTRAS
- Magias pouco interessantes
- Campanha curta