Jogos de simulação estão mais presentes no conceito de jogadores de PC mais do que em qualquer outra plataforma. Não por menos, quando se busca games desse gênero, é possível falar desde o primeiro momento clássicos como SimCity, da Electronic Arts e Roller Coaster Tycoon, da Atari. Seja construindo uma cidade ou um parque de diversões, tais títulos trouxeram a fórmula de se gerenciar algo de forma prática, embora nem sempre tão simples. Um outro título também focado nesse quesito, mas que contém uma evolução sólida é o de gerenciamento de zoológicos. Lançado em 2001 com o primeiro Zoo Tycoon, o título ganhou duas sequências para depois ser revivido em um sucessor espiritual, chamado de Planet Zoo. Claro que o tempo fez questão de atualizar e aprimorar as mecânicas, mas em termos de diversão, desde o início, montar um lar para as mais variadas criaturas sempre foi divertido.
Tudo começa com gráficos em 2D e no ano de 2001. Zoo Tycoon é lançado para o PC com a maior parte das mecânicas que manteria no gênero:
Primeiramente, é possível voltar ao ano de 2001. O estúdio Blue Fang, que fecharia em 2011 produziu o primeiro gerenciamento de zoológico. Era o clássico Zoo Tycoon que seria publicado pela Microsoft para o PC. Com uma visão ao estilo isométrica, o jogador encontrava um terrenos e a partir dele, montaria uma espécie de santuário que iria abrigar criaturas familiarizadas em um zoológico. Tigres, leões, hienas, ursos e jacarés estavam presentes. Contudo, gerenciar um zoológico não era somente isso. Os visitantes deveriam estar satisfeitos, a decoração igualmente bela para uma boa impressão. Além disso, o cuidado com as criaturas, assim como os seus ambientes e com as cercas deveriam ser redobrados. Literalmente, o jogador se tornava dono de um zoológico, e a partir deste ponto, tudo que ocorria dentro de sua terra era culpa exclusivamente do jogador.
No entanto, faltavam espécimes. Em 2002, Zoo Tycoon ganhou dois pacotes de expansões. Um aumentava o rol para criaturas marinhas e aquáticas, chamado Marine Mania, e o segundo criaturas extintas, o Dinossaur Digs, trazendo o melhor estilo Jurassic Park para dentro do game. Agora, a liberdade aumentava, pois além da saciedade tradicional de clientes e dos animais, era possível produzir shows aquáticos com alguns dos animais, como a Orca e dos Golfinhos. Além disso, toda uma estrutura bem mais reforçada era necessária para as criaturas da época Jurássica ou Cretácea. Anquilossauros e Apatossauros nasceriam por meio de ovos especiais, e por isso mesmo não seriam cuidados por tratadores convencionais. Era necessário novas instalações com cientistas para que os ovos, e depois os animais ficassem perfeitamente confortáveis em seus lugares.

Os gráficos em 3D chegam em 2005 com a sequência direta. Assim como o modo fotografia e várias possibilidades:
Entretanto, em termos gráficos, Zoo Tycoon se manteve em um ambiente 2D, que embora ricamente decorado, foi sendo deixado de lado com o avanço de gráficos em 3D. Por isso mesmo, já em 2005, a Blue Fang foi chamada novamente e produziu uma sequência direta, chamada de Zoo Tycoon 2. Agora com a renderização em 3D do cenário e dos animais, o jogador tinha novamente o mesmo enredo. Diante de um terreno, era necessário criar ambientes adequados para os mais variados animais. Além disso, agora era possível o próprio jogador observar como o seu zoológico estava com o modo Tratador, que o colocava como mero membro do zoológico, e assim poderia vagar por entre os clientes, assim como literalmente colocar a mão na massa na criação de seus animais. Eventos de nascimento poderiam ser vistos ao vivo, assim como fotos poderiam ser tiradas a qualquer momento.
Tal como seu antecessor, o game ganhou expansões, e desta vez quatro. Foram anexados animais em extinção (Endangered Species), da África (African Adventures), marinhos (Marine Mania) e animais extintos (Extinct Animals). Tudo isso ocorreu em um período de dois anos ate o lançamento do último pacote de expansão, que colocava novamente o mundo Jurássico dentro do game. As possibilidades também aumentaram. Teleféricos podiam ser construídos ligando vários pontos do parque. Assim como também um verdadeiro rali poderia ser feito para dentro das jaulas, levando seus visitantes e estar cada vez mais perto dos animais. No fim das contas, o título acabou trazendo novos conceitos em uma antiga fórmula que já se mantinha divertida. Contudo, envelheceu de maneira piorada que seu antecessor, que ainda se mantém como gênero de seu estilo.

Já na mão da Frontier Developments, Zoo Tycoon sofre um reboot. Mesmo com gráficos elegantes e animais bem feitos, o título apostou em uma mudança brusca em sua jogabilidade. Deixando-a bem mais fácil e com pouco desafio:
A partir de 2011, a franquia sofreu um baque. O estúdio Blue Fang foi fechado após o fim do contrato com a Microsoft. Zoo Tycoon ficou sem aparecer, mas por apenas dois anos. Já que em 2013, na época do lançamento do Xbox One, houve uma espécie de reboot da franquia. Zoo Tycoon agora ganhava os consoles, mesmo com versões menores anteriormente produzidas para o Nintendo DS. Essa era contudo a primeira vez que algo da franquia principal ganhava uma versão para um console de mesa, ou melhor, dois, pois o Xbox 360 também estava disponível. Aqui, a empresa responsável foi a Frontier Developments, que já tinha um bom conhecimento do estilo de jogo. Afinal, era a responsável pela produção do clássico de parque de diversões Roller Coaster Tycoon a partir de sua segunda edição.
Aqui, não existem novidades nem mecânicas inovadoras. O modo de campo, que antes ficava em primeira pessoa, agora fica em terceira pessoa. De certa forma, a criação e evolução dos cenários se tornaram facilitadas. Os cenários já estão prontos, e basta o jogador encontrar o mais adequado para os seus animais. Há também a divisão de pequenos recintos e grandes recintos. Em termos de animais, houve uma involução em relação aos antecessores, uma vez que o título não conta com espécies extintas nem muito menos com os animais marinhos. Nem mesmo a Ultimate Collection, que trazia mais animais tradicionais e que foi produzida pela Asobo foi capaz de criar mais conteúdos. No fim da contas, o reboot se tornou mais simples que seus antecessores, apostando em mecânicas mais fáceis. Obviamente que, o avançar da geração tornou o nivelamento gráfico o mais belo até então já visto na franquia.

Sem o direito sobre a franquia, coube a Frontier Developments trazer um sucessor espiritual para Zoo Tycoon. Planet Zoo trás uma inteligência diferente, com os mesmos problemas que o gerenciador de 2001 conseguir trazer. Só que desta vez evoluído de maneira correta:
No entanto, como o nome Zoo Tycoon está em propriedade da Microsoft, não era possível criar um novo game com esse nome. Era necessário uma nova identidade. Vendo o sucesso de Planet Coaster, que renova o clássico Roller Coaster Tycoon, a mesma Frontier Developments cria Planet Zoo. O novo título, lançado em 2019 trazia então os mais belos gráficos já vistos. Os animais também detém uma inteligência artificial de como se comportariam se estivessem no mundo real. Lobos vivem em manadas, macacos podem entrar em choque em caso de muitos exemplares machos em um único lugar. Além disso, a produção de um parque zoológico mesclava tanto mecânicas dos dois primeiros títulos com o seu reboot. A criação era feita do zero, embora ao invés de pequenos recintos, haviam agora estufas para os animais menores, como serpentes, aranhas e lagartos.
Lançado para o PC, Planet Zoo tomava o cuidado de aumentar o plantel com animais em risco de extinção. Agora, para comprar ou ganhar um animal, era necessário passar por uma série burocrática, como por exemplo um tempo de quarentena para ver se a criatura estava doente. Assim, o título se transforma em algo mais normal e menos fantasioso que seu antecessor, mostrando a dificuldade que é o tratamento e o gerenciamento de um zoológico. Aos poucos, Planet Zoo vem ganhando expansões mais simples do que ocorria anterior. A última por exemplo, colocava algumas espécies marinhas, e com ela, toda uma nova estrutura para observar os animais submersos. Além dela, animais do Ártico, da Austrália e da América do Sul também se tornaram específicas de conteúdo por download. O game foi elogiado pela crítica, e ganhou o título de melhor simulado do ano de 2020 durante a Gamescon.

A caminhada de Zoo Tycoon pode não ter terminado. Mas fato é que a franquia se apresenta como uma das que mais evolui no decorrer do tempo. Mesmo assim, seu cerne ainda está presente.
Sendo assim, nessa linha do tempo, é possível entender como os jogos de simulação ou gerenciamento evoluíram. Em especial o de zoológico, marcado pela franquia Zoo Tycoon e pelo seu sucessor espiritual, Planet Zoo. Começando de maneira discreta, mas com altíssima qualidade, o game trouxe a inovação de buscar através do zero que o jogador produzisse, criasse e gerenciasse um parque zoológico. Assim, todas as obrigações de bons tratos e o agrado da clientela deveriam ser o norte neste tipo de jogo. Novas mecânicas foram trazidas no decorrer do tempo, sendo que algumas até simplificadas demais. Sem dúvida alguma, o gênero de gerenciamento sofreu diversas mudanças no decorrer do tempo, mas suas raízes, embora algumas vezes dispersas já se encontravam desde o primeiro game. Desde 2001 até a atualidade, Zoo Tycoon conseguiu escrever o seu nome como uma franquia de gerenciamento singular.
Veja mais no Guariento Portal se gostou desse post sobre a evolução dos jogos de gerenciamento de zoológico. Especialmente Zoo Tycoon e Planet Zoo. Não deixe de comentar também! Isso é valioso demais para que o trabalho continue!
Se você gostou desse post sobre a evolução da franquia Zoo Tyccon até chegar em Planet Zoo, deve gostar do Guariento Portal. Primeiramente, é importante destacar algumas listas e especiais feitos, como é o caso dos games da Supergiant Games, assim como os lançados para o Nintendo Switch e o PlayStation 5 em 2020, assim como jogos ao estilo Dark Souls que podem ser jogados no híbrido da Nintendo. Já em termos de especiais, temos o Efeito No Man’s Sky, assim como a verdadeira razão para o nome de Resident Evil. Depois, temos algumas análises feitas de games já lançados, como é o caso de Planet Zoo do PC, Hades, no Nintendo Switch, Spirit Camera: The Cursed Memoir, spin-off de Fatal Frame para o Nintendo 3DS e Aragami: Shadow Edition da Lince Works. Por fim, temos a história de como Satoru Iwata foi responsável por Pokémon Gold e Silver.
* Como falado anteriormente, o último game da série disponível é Planet Zoo. É possível encontrar o título principal e suas expansões na loja Steam, da Valve. Já seu antecessor, Zoo Tycoon de 2013, é possível jogar no Xbox Series S/X e no Xbox One caso seja assinante do Game Pass. Vale lembrar que a Frontier se tornou uma empresa de exemplo para jogos de simulação desse tipo. Uma vez que se encontra em seu currículo Planet Coaster, o próprio Planet Zoo e também Jurassic World: Evolution. Nesse caso, o trabalho de zoológico continua, porém com animais exclusivamente extintos e baseado na franquia Jurassic Park e sua continuação Jurassic World, sendo disponível para PlayStation 4, Xbox One, PC e Nintendo Switch.
Seria incrível se lançassem ele pra PS4.
Sim, até o presente momento desse tipo de game o que ganhou versão foi Planet Coaster, que é um simulador de parque de diversão.