O que seria da literatura fantástica sem aquelas maravilhosas criaturas que todo geek já se fantasiou alguma vez? Quem nunca teve vontade de garupar nas costas, por exemplo, de um dragão… Pois então, além de criaturas inteligentes, os dragões da ficção podem ser igualmente mortais. Até pelo fato de que o único dragão vivo é o de Komodo, e não tem as características típicas das lendas voadoras que entram com força na mente de qualquer leitor, jogador ou espectador deste mundo. Assim, listamos aqui três dragões que com toda certeza já tiraram o sono de alguns pelo poder que emanam. Vamos para Westeros, para a Terra Média e para o Reino, para quem sabe domarmos estas criaturas ou vencermos os poderosos dragões de fogo Ancalagon, Balerion e a própria Tiamat. Você teria coragem?
Atenção: Por se tratar de uma lista, é óbvio que dragões poderosos e adorados nos games, nos livros e nos filmes e séries ficarão de fora, pois não tem lugar para todo mundo aqui. Então, se aquele seu dragão Banguela não estiver aqui, assim como a Safira, não se preocupe, pois haverá oportunidade futuramente para que o Guariento Portal entre neste tema, e faça uma lista dois ou três de mais dragões da ficção. É claro que tudo isso vai depender do engajamento de quem lê o Guariento Portal. Então, se for bem-visto, é claro que essa Lista será a primeira de várias. Então, como aqui não é lugar de Lamentação que nem o Muro das Lamentações do Submundo. E provavelmente vocês não são Cavaleiros de Ouro, seguimos viagem para conhecer três dragões poderosos – e únicos – da ficção.
Na Terra Média, Ancalagon era o mais temido dos dragões de fogo.
#1 – Ancalagon, O Negro. Visto em Silmarillon e mencionado em O Senhor dos Aneis.
Quando O Senhor dos Aneis começa, Ancalagon já é apenas um passado muito assustador do que Morgoth tentou fazer com a Terra Média. No entanto, seu tamanho, ferocidade e poder não foram esquecidos. Conta-se que, após destruir as Árvores de Valinor e estando perto de perder, Morgoth soltou o último de seus exércitos, uma horda de dragões de fogo que conseguiram retirar os elfos das portas de Angband, sua fortaleza final. E o mestre destes era Ancalagon. Seu nome, que no idioma élfico, o Sindarin, significa “mandíbulas que correm”. Apelidado de O Negro, a criatura era a maior dentre todos os dragões, embora J.R.R. Tolkien não tenha informado com exatidão o tamanho do bicho. Os contos dizem que quando Ancalagon apareceu, uma enxurrada de trovões e relâmpagos cobriu o céu, e com ele uma tempestade de fogo.

Quando Ancalagon surge, os elfos passam a perder a vantagem da guerra, até que o navio abençoado de Earendil aparece, com as águias de Manwë para enfim derrotar o exército do Senhor do Escuro. A peleja durou por um dia inteiro sem descanso, e no fim a maior parte dos dragões foram completamente derrotadas. Ancalagon foi um deles, que em sua queda destruiu três enormes montanhas vulcânicas, as Thangorodim. Mesmo que não tenha sido falado abertamente seu tamanho, mostra-se impressionante que com sua queda, Ancalagon tenha destruído nada menos do que três dos enormes picos próximos de Angband. Desta batalha, que terminou com a Guerra da Ira, pouquíssimos dragões de fogo ainda continuariam vivos, sendo apenas menções de antigas criaturas, tais como os Balrog. No entanto, eles ainda poderiam causar sérios problemas, como a Ruína de Dúrin e a Perda da Montanha Solitária.
Seu fim é ser destruído pelo maior Deus Ex-Machina; as águias.
Em O Senhor dos Aneis, mais precisamente aquele que é bem sábio e sempre fala como se espelhasse o futuro, Gandalf, comenta sobre os dragões. Com a morte de Smaug, extingue-se, até que se prove ao contrário a existência destas criaturas. Ancalagon detinha um fogo poderoso, talvez o mais poderoso dentre todos os dragões. E esse poder poderia até mesmo desintegrar qualquer tipo de artefato mágico. Entretanto, o poder do Um Anel estava acima de qualquer coisa. Forjada pelo fogo de Orodruin, a Montanha da Perdição, com a ajudinha da Língua Negra de Mordor e com o poder de Sauron, nem mesmo a maior das baforadas de Ancalagon poderia destruir o Um Anel. Ou seja, na jornada de O Senhor dos Aneis, Ancalagon provavelmente seria mais um problema do que de fato uma solução para a Terra Média.
Nascido em Valíria, Balerion jamais parou de crescer.
#2 – Balerion, O Terror Negro. Mencionado em A Casa do Dragão, A Guerra dos Tronos e nas Crônicas de Gelo e Fogo.
Não há como não falar em dragões poderosos e não mencionar aquele que foi domado pelo Conquistador de Westeros. Balerion, o Terror Negro pode até ter puxado o nome de seu amigo da Terra Média, mas a fera descomunal tinha um mundo somente seu para domar. E vindo da mente de George R. R. Martin. Antes mesmo da destruição de seu lar, a cidade franca de Valíria, Balerion já havia nascido dentro do berço da família Targaryen, um dos quarenta clãs impor domadores de dragões. Seu nome inclusive é uma homenagem a uma deidade valiriana. No entanto, por meio de um sonho, o Lorde Aenar Targaryen decide sair da cidade, e doze anos depois sua linhagem é praticamente a única a serem domadores de dragões. Balerion e outros de sua espécie se hospedaram em Pedra do Dragão, o mais ocidental dos postos daquela civilização que foi dessa para melhor.

Séculos se passaram, e Balerion continuava a crescer, uma vez que estes dragões não param jamais de crescer. E finalmente, Aegon e suas duas irmãs esposas Rhaenys e Visenya decidem conquistar o outro lado da Baía da Água Negra, o mundo de Westeros. Mesmo com um exército menor, os dragões aos poucos foram mostrando que conseguiam pesar a balança da guerra. Um desses capítulos foi a queima completa do maior castelo até então construído, Harrenhall, com toda a família de Harren, O Negro em seu interior. As paredes pareciam velas derretidas, e nada sobrou, pois, madeira e carne viraram pó. Balerion ainda seria usado na Batalha do Campo de Fogo, a mais sanguinária da Guerra da Conquista. Com ele, Aegon dizimava parte de dois exércitos colossais e assegurava praticamente a sua vitória como o Primeiro de Seu Nome.
Com 200 anos nas costas, Balerion morreu de morte morrida mesmo.
Mas esse não seria o fim de Balerion. O dragão ainda seria domado por outros senhores da linhagem Targaryen. O filho de Aegon, Maegor, O Cruel,o usou para incinerar cerca de 700 pessoas e outras mais que ele não fosse com a cara. Depois, foi à vez de Aerea Targaryen tentar domar o dragão, passando um ano fora de Westeros para depois chegar e morrer de uma doença desconhecida. Por fim, o último montador, agora sim de um Balerion cambaleante foi Viserys Targaryen, que depois da morte do dragão não pegou nenhum outro. No total, Balerion tinha bem mais do que duzentos anos quanto bateu as botas. Seu crânio foi colocado na Fortaleza Vermelha como um palco de culto. Afinal, sem essa criatura, dificilmente a família Targaryen conseguiria governar o Westeros com a dificuldade que normalmente eles já têm.
Uma deusa, uma louca, uma feiticeira, ela é Tiamat.
#3 Tiamat – Aparece em Caverna do Dragão.
A única fêmea dentro do rolê, diferente de seus amigos Ancalagon e Balerion, até que se prove o contrário. Tiamat é baseada em uma criatura mítica da mesopotâmia, que carrega a mesma essência. Porém, em Dungeons e Dragons, que aqui no Brasil é conhecido como Caverna do Dragão, a criatura é um enorme dragão de cinco cabeças conhecida como a mãe de todos os dragões malvados. Cada uma de suas cabeças tem uma cor, e ela ainda tem asas ao mesmo tempo em que possui membros, algo semelhante com Ancalagon e diferente de Balerion, que stricto sensu poderia ser chamado de Wyvern, e não um Dragão. Seu esconderijo, ou melhor, seu reino é o lugar de repouso eterno dos dragões, sendo visto literalmente como um cemitério de dragões. Como mãe dos dragões mais mortais e perigosos, ela batalha eternamente contra seu irmão, papai dos bons dragões.

Como também é uma deusa, Tiamat é uma entidade que precisa ser respeitada, se é claro você não queira virar churrasco, ou ser congelado por uma de suas cabeças. Tendo atributos como vaidosa, gananciosa e arrogante, Tiamat é uma deusa que exige rituais próprios para se manter satisfeita para com seus servos. Sua igreja, por assim dizer tem uma hierarquia rígida, que exige do sacerdote vontade para progredir na carreira. Voltando para as cabeças, como dito, Tiamat tem cinco delas, embora só uma, a central consegue falar. Contudo, como cada cabeça é de um tipo de dragão, a deusa acaba incorporando todas as propriedades destes dragões, deixando suas fraquezas de lado. Além de queimar com a cabeça central, ela pode congelar com a cabeça branca, envenenar com a cabeça verde, eletrocutar com a cabeça azul e derreter com ácido com a cabeça negra.
Quase imortal Tiamat vai durar por muitos milênios ainda!
Sendo inclusive adversário do Vingador, esse considerado o “antagonista” de Caverna do Dragão, Tiamat é praticamente imortal, embora uma erva específica possa lhe ferir, assim como todos os outros dragões. Sua inimizade com seu irmão, Bahamut pode ser um amor não correspondido, aliás. Conta-se que quando o pai de ambos, Io, os criou, ele tinha a intenção de que Bahamut e Tiamat fossem complementares, como a terra é para a água. Contudo, Tiamat mostrou suas garras assassinando um terceiro irmão, Vorel e jogou a culpa em Bahamut no melhor estilo falsiane. Como Io não era bobo nem nada percebeu quem cometeu o crime e baniu Tiamat para todo o sempre de sua presença. Ela então passaria a ser chamada também de Rainha das Trevas ou Senhora de Todo o Mal, mostrando que amizade com uma dragoa como essa não é o melhor a se fazer.
Calma padawan, a gente sabe que tem mais dragões para aparecer!
É claro e evidente que outros dragões apimentam ainda mais a mitologia de suas obras. Ancalagon, Balerion e Tiamat são apenas três exemplos poderosos de criaturas que são bem diferentes, mas se encaixam no conceito de bichos que cospem fogo e que podem voar. Smaug também foi mencionado. Se falássemos de The Elder Scrolls V: Skyrim, somente deste game da Bethesda seria necessário cinco ou seis listas com a quantidade de dragões do game. É claro que isso não nos impede de que futuramente, outros mundos sejam visitados ou revisitados. Ou até mesmo que seja incrementada a diferença entre um Wyvern e um Dragão, embora não haja tamanha necessidade, já que Shenlong, por exemplo, nem asa tem, e é um tipo de dragão. Mesmo assim, esperamos que a viagem pela Terra-Média, por Westeros e pelo Reino tenha sido agradável, e não como o bafo de qualquer um desses dragões aqui.