POR ISSO DIGO QUE O PLANETA É UMA CRIANÇA. UMA CRIANÇA DOENTE.
A cada mês que passa, a Terra quebra o seu próprio recorde de calor. Janeiro de 2025 foi o mais quente da história das medições, que datam desde o início da Revolução Industrial. Antes dele, 2024 detinha esse prêmio. A evolução do aumento da temperatura é um fato, mesmo que certos grupos negacionistas ousem dizer que se trata de uma mentira globalista. Esse assunto, inclusive, já foi usado em jogos como Eco (2018) e Beecarbonize (2023), levando a uma educação criativa sobre o tema. No entanto, há outros títulos de igual impacto que usam as consequências das ações humanas e o uso desenfreado de seus recursos como táticas de seu enredo. Seja na gélida Frostpunk, na inundada Floodland ou combatendo uma indústria tirana em Final Fantasy, todos esses títulos estão disponíveis na Steam e em português. E, no fim das contas, servem para retratar a dinâmica das Mudanças Climáticas.
#1 – BEYOND BLUE (2020), DA AMERICANA E-LINE MEDIA:
Beyond Blue sem dúvida é o tipo de jogo que qualquer professor de biologia adoraria usar em suas aulas sobre os oceanos. Embora se pareça com a franquia Subnautica, o título, na verdade, é mais contemplativo, afinal, teve como base o documentário da BBC intitulado Planeta Azul. Na pele de Mirai, uma exploradora das profundezas do oceano, o jogador deverá escanear todas as formas de vida ali presentes e conhecer um pouco mais sobre a dinâmica oceânica. Produzido através da engine Unity, o título está disponível na Steam, sendo um multiplataforma por natureza. Desde os recifes de corais até as profundezas onde residem os peixes-diabo de Procurando Nemo (Finding Nemo, 2003), é possível conhecer um pouco mais e entender os impactos que as ações antrópicas, vindas dos seres humanos, podem levar a esse ambiente que continua sendo mais inexplorado do que o espaço e a Lua.
#2 – FINAL FANTASY VII: REMAKE (2020), DA JAPONESA SQUARE ENIX:
Saindo da contemplação dos mares, temos um clássico repaginado. Final Fantasy VII: Remake é uma recriação do título arrebatador de 1997 que conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo. Sua aliança com os temas de Mudanças Climáticas pode não parecer óbvia, mas basta entender a história e suas referências. No jogo, Shinra é uma Companhia de Energia Elétrica que controla o mundo. Suas ações se devem ao uso desenfreado de Mako, a energia vital do planeta. Ousando parar esses planos, um grupo de ecoterroristas se une a um mercenário, Cloud, e partem para a cidade de Midgar, onde se encontra um desses reatores que deve ser destruído. Produzido através da Unreal Engine 4, o jogo, agora disponível na Steam com a versão Integrade, foi originalmente lançado para o PlayStation 4 da Sony. Porém, possui uma atualização para seu sucessor e uma continuação, Final Fantasy VII: Rebirth (2024).
#3 – FLOODLAND (2022), DA POLONESA VILE MONARCH:
Saindo do mundo RPG que busca frear o problema climático, Floodland revela os resultados nefastos das ações humanas. Exclusivo da Steam, o título é um construtor de cidades, como o visto em Sim City (2013) e Zeus: Master of Olympus (2000), com a interação do mundo de jogos de estratégia. Na pele de um grupo de sobreviventes do Apocalipse Climático, o jogador deve guiar um clã ao estabelecer um assentamento em um mundo consumido por inundações e pela falta de recursos. Isso fará com que seja necessário reunir exploradores para acessar lugares mais distantes e perigosos. O gerenciamento também se encontra na administração dos estoques de comida e na instauração de leis, uma vez que o caráter humano pode ser ainda mais problemático, aflorando seus lobos internos. Infelizmente, o jogo não roda de forma efetiva no Steam Deck, sendo possível seu acesso em PC’s e Notebook’s tradicionais via Steam.
#4 – FROSTPUNK (2018), DA POLONESA 11 BIT STUDIOS:
Do estúdio que desenvolveu o sensacional This War of Mine (2014), Frostpunk é um gerenciador de sobrevivência em sociedade, onde todas as suas ações levam a consequências drásticas. O mundo de Frostpunk passou por uma mudança drástica no clima. Ao invés do calor, a Terra passou por um resfriamento ao estilo de O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, 2003). O jogador é então incumbido de ser o responsável pela última colônia humana na Terra. Não somente os recursos devem ser recolhidos, ao estilo gerenciador de cidades como Floodland, como os conflitos éticos e morais se farão presentes com as ações necessárias. Haverá falta de comida e o jogador deverá decidir quem alimentar. Feito com a Liquid Engine e disponível na Steam, dispositivos mobile e consoles de Sony e Microsoft, Frotpunk obteve premiações como o de Melhor Game de Estratégia no Brasil e na Austrália em 2018.
#5 – IMAGINE EARTH (2014), DA ALEMÃ SERIOUS BROS. STUDIOS:
Títulos como Starfield (2023) e No Man’s Sky (2016) colocam a humanidade ou outros seres explorando o espaço. Imagine Earth não é diferente, e acrescenta que essa exploração foi necessária pelo fim da possibilidade de vida na Terra pelas Mudanças Climáticas. O jogo, mais um multiplataforma, leva o jogador a controlar uma nova colônia espacial que deve crescer e se desenvolver. Contudo, as ações devem equilibrar esse crescimento com o uso desvairado dos recursos naturais. Os pilares da sustentabilidade estão presentes através do seu tripé, ações economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas. Como explorador de mundos desconhecidos, haverá ainda o risco de combate com as civilizações autóctones, assim como outros colonizadores, que buscam planetas mais prósperos. Diferente dos demais, Imagine Earth usou o ambiente XNA, da Microsoft, para seu desenvolvimento, levando ao lançamento na Steam e nos consoles Xbox, sendo depois levado para a Sony e a Nintendo.
SE VOCÊ É NEGACIONISTA, VAI CONTINUAR NEGANDO ESSA LISTA:
Está mais do que evidente que, em se tratando de Mudanças Climáticas, a Steam e até mesmo outras plataformas possuem jogos que servem para além da educação. Se Civilization VI: Gathering Storm (2019) foi apresentado, agora temos outros, disponíveis em português, que também contam um pouco do cataclismo que pode acontecer. Claro que ainda existem outros jogos, dessa vez, sem uma tradução em português, nessa ambientação, como Anno 2070, o que pode ajudar o jogador em um idioma diferente, tal como faz o Duolingo. No fim das contas, a contemplação de Beyond Blue, a estrutura narrativa de Final Fantasy VII: Remake, a sobrevivência de Floodland e Frostpunk e a colonização de Imagine Earth levam, de maneira divertida, a compreender os impactos dessas mudanças na fauna e na sociedade humana. Assim, é impossível fingir desconhecimento até no mundo dos videogames, exceto se você for um negacionista.
Galera, só passando pra avisar que, por questões editoriais, estamos deixando aos poucos o X. Afinal, não é possível questionar uma rede social e se manter nela sabendo que existem similares. Desta forma, optamos pelo Bluesky. Além deles, também começamos a colocar as nossas coisas no Threads. Então, agradecemos se quiserem dar aquela olhada e seguir tudo isso e mais um pouco.
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