Jogos de gerenciamento de “coisas” são um dos grandes pontos dos títulos produzidos para PC. Além de Sim City, há também Zoo Tycoon (e seu sucessor Planet Zoo), a família Caesar e Roller Coaster Tycoon, para citar apenas alguns. No entanto, poucos conseguem unir este estilo de jogo com uma aura mitológica e histórica. É o caso de Zeus: Master of Olympus da extinto estúdio britânico Impressions Games. Lançado em 2000 para PC, o game celebrava uma estrutura próxima do já mencionado Caesar, baseado em Roma, junto de Pharaoh, baseado no Egito Antigo. Agora, no entanto, era a mitologia grega que era celebrada, com a aparição de deidades como Zeus, Poseidon e Hades. Caberia então ao jogador construir e fortificar sua cidade, se atentando com o comércio e com a Fúria dos Deuses ao seu redor. Será que essa receita deu certo ou foi pulverizada pelos raios de Zeus?
Na época dos deuses antigos, opressores e reis clamavam por um bom gerenciador de cidades:
Primeiramente, o grande ponto de destaque de Zeus: Master of Olympus não é nem a construção em si, mas como a mitologia foi excelentemente anexada em sua história. No game, o jogador escolherá um dos diversos locais para iniciar sua cidade, e cada um dos locais terão deuses patronos do total dos 12 Deuses Olímpicos. Entretanto, da mesma forma que deuses benevolentes aparecem na história, os outros deuses podem ser desgostosos para sua cidade. Resultado, benções e maldições podem aparecer a qualquer momento, a depender de que deidade circule por suas terras. Para isso, é necessário proteger sua cidade, com a adoração através da construção de templos. Se construir os Portões do Inferno por exemplo, Hades aumentará sua riqueza e protegerá sua cidade com Cérbero, o cão de três cabeças do mundo dos mortos. Já o Promontório de Poseidon melhorará sua pesca e facilitará o comércio marítimo.
No entanto, não são somente os deuses a aparecerem no gerenciamento de sua cidade. Criaturas mandadas por deuses rivais, assim como heróis de histórias da mitologia grega também estão disponíveis. Aquiles, Ulisses e Belerofonte são alguns dos grandes homens que podem ser invocados desde que o jogador construa de forma correta seus templos. Normalmente, tais heróis aparecem somente quando criaturas horrendas, como a Hidra de Lerna, a Maenad, ou o próprio Cérbero aparecem. Enfim, grande parte de sua premissa de gerenciar a cidade também deve se focar em tomar as devidas precauções e cuidados em construir o templo adequado para que outros deuses não apareçam para destruir a sua cidade. E nem adianta buscar algum cenário mais fácil. Sempre haverá deuses rivais e deuses aliados. Todos aqueles que não se encontram possíveis de se construir um templo serão deuses rivais.
Mesmo com toda a inovação mitológica, ainda assim a construção de cidades é o foco. E que aliás é muito bem programada e de fácil entendimento:
Tirando o caráter mitológico dentro de Zeus: Master of Olympus temos o gerenciamento tradicional de cidades, próximo ao que já era visto nos games Caesar e Pharaoh. Diante de um cenário, com uma determinada quantidade de moedas, o jogador deve prosperar. Assim, é necessário alimentar sua população, trazer cada vez mais benefícios e itens de comércio, produzir equipamentos e defender sua região. O título, assim sendo é bem coerente com sua produção, no momento em que não importando a escolha do jogador, todos os cenários são uma espécie de tutorial. Tanto os itens mais básicos, quanto posteriormente a filosofia, o esporte e a medicina, três itens chaves na Grécia Antiga devem abastecer as regiões de moradores, ou isso levará a uma debandada da população para outro lugar. Assim, o jogador deverá tomar um cuidado quase que econômico entre o que deve gastar e o que deve oferecer.
Com tantos problemas como desemprego, estoque, orçamento, mitologia, era provável dizer que Zeus: Master of Olympus se perde. Porém, não é isso que acontece. Na verdade, tanto sua jogabilidade quanto a apresentação de cada uma destas marcas é de fácil entendimento. É possível ver se suas receitas estão caindo, se a qualidade de serviços públicos está agradável ou se um deus está aparecendo dentro de sua região. Até mesmo em termos técnicos, os gráficos são bem produzidos, lembrando se tratar de um game de 2000. Os deuses tem uma apresentação especial em seu aparecimento, e cada templo e construção são bem produzidos em uma ambiente isométrico, que lembra até mesmo o game Diablo por exemplo. Retornando a jogabilidade, ela é precisa e funciona de maneira agradável. Basta escolher o local para começar a construir e tudo é feito praticamente de maneira automática, desde que você tenha os suprimentos necessários.
Com dois modos de jogo, Zeus: Master of Olympus trás uma diversão mais casual, assim como uma mais voltada para o público que gosta de um desafio:
Já em termos de exploração, o título apresenta dos modos muito bem diferenciados, um Challenge e um Sandbox. Enquanto os Desafios se focam no momento em que o jogador deve conseguir chegar em alguma marca, como quantidade de exércitos ou itens produzidos, o Sandbox é o lar perfeito para a exploração completa do título em sua escala. Aqui, embora sem dinheiro infinito, as possibilidade são gigantescas, uma vez que o jogador não está amarrado nos destinos como as Moiras o fazem. Entretanto, ambos os modos são bem divertidos, Ao finalizar um Desafio, é possível que o jogador se mantenha com a mesma cidade que produziu anteriormente, dando ainda mais uma sensação de evolução de jogo. É claro que Zeus: Master of Olympus é uma grande melhoria ao anexar uma nova roupagem com novos problemas de gerenciamento de cidades, o problema é que, pontualmente, ele carece de algumas pequenas melhorias.
Som pra quê? Chiados de água e do terreno é uma das partes mais fracas do título. É capaz do jogador colocar em loop a Abertura de Xena que melhora.
O primeiro pequeno defeito presente em Zeus: Master of Olympus é a questão de que, enquanto o gerenciamento de cidades é algo bem produzido, seus exércitos não são. As batalhas não são próximas a Pharaoh, e seus controles não são tão consistentes assim. Vale lembrar que, especialmente no modo Desafio, há a necessidade de se manter uma boa defesa em sua região, pois outras cidades-Estados se mostrarão com uma gana nos suprimentos de suas terras. Como acontecia na Grécia Antiga. Outro ponto, e esse sendo o último que retira a imersão é a trilha sonora, que é basicamente nenhuma. Poucos são os sons que aparecem, e somente os barulhos de carruagem, do exército e dos barcos se fazem presente. Mesmo com os deuses falando quando aparecem, ainda assim a maior parte do game se mantém com um som que muito provavelmente o jogador abaixará o volume de seu computador.
Com a benção do Olimpo, Zeus: master of Olympus é um game singular ao juntar mitologia com construção de cidades. Sem dúvida, o melhor dentre seus três irmãos, embora Zeus não seja o melhor dos três irmãos.
Dito de outra forma, Zeus: Master of Olympus brilha ao juntar o gerenciamento de cidade com a inclusão de todo o panteão da mitologia grega. É extremamente divertido ver que, aleatoriamente, um deus como Afrodite, Deméter ou Hefesto aparecem em sua cidade. Criar templos para estes deuses também passa a ser uma atividade fundamental. E é exatamente neste ponto que a construção e melhoria das cidades se faz presente. Cabe ao jogador cuidar de seus moradores, oferecer trabalho, serviços públicos e cobrar por isso, para que seu caixa não fique terrivelmente no vermelho. Tudo isso com uma jogabilidade de fácil entendimento, com um ritmo cadenciado e com uma tela que aponta todos os problemas e análises de forma tranquila. O modo Sandbox sem dúvida é uma das melhores formas de jogar e ter todas as possibilidades que o game pode oferecer.
Contudo, seria errônea não falar de seus pequenos defeitos. Um deles é a trilha sonora, que, de outras palavras é chata. Facilmente, o jogador vai desativar sua caixa de som para não ter que ouvir os zumbidos do cenário, que não acrescentam em praticamente nada dentro do jogo. Já a jogabilidade quando se fala em exércitos é um pouco prejudicada, pois os controles não funcionam tão bem quanto na construção de sua cidade. Isso demonstra que o game se focou bem mais no gerenciamento do que os seus outros irmãos. No fim das contas, Zeus: Master of Olympus é, dentre seus três irmãos, o mais diferente e instigante de sua coleção. Unir todos os poderes de deuses, herois e monstros com o gerenciamento de construções poderia ter sido uma péssima ideia. Porém, a Impressions Games, com a benção de Apolo, conseguiu produzir um game de excelente qualidade.
https://www.youtube.com/watch?v=IxMheR6KUZE&t=6s&ab_channel=MasterofOlympus
Veja mais no Guariento Portal se gostou desta análise de Zeus: Master of Olympus. Saiba que o game está sob a publicação da Activision depois do fechamento da Impressions Games. Não deixe de comentar também, pois é muito importante para o crescimento e desenvolvimento deste Portal!
Se você gostou da análise de Zeus: Master of Olympus produzido pela Impressions Games e publicado pela Activision, saiba que o Guariento Portal tem muito mais. Temos a Análise de Ocarina of Time 3D, para o Nintendo 3DS e Phantom Hourglass para o Nintendo DS. Em outros mundos, temos House Flipper, da Empyrean, Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order da Tecmo Koei, Hades, da Supergiant Games, Jotun: Valhalla Edition da Thunder Lotus, Spirit Camera: The Cursed Memoir, spin-off da franquia Fatal Frame para o Nintendo 3DS, Aragami: Shadow Edition no Xbox Series S, assim como The Crown Tundra, a DLC de Pokémon Sword e Shield. Em termos de dicas, temos Ornstein e Smough, duas criaturas conhecidas no Universo de Dark Souls, que está disponível também no canal do Youtube do Portal, assim como games que estão disponíveis para o Nintendo Switch com a alma de Dark Souls.
* Zeus: Master of Olympus foi lançado em 2000 para o PC. Atualmente, está disponível para compra de maneira exclusiva na Steam. O valor é de R$ 29,99. Na Steam entretanto, Zeus é vendido de maneira integrada com Poseidon: Master of Atlantis, seu único pacote de expansão. Esta análise só foi possível devido a aquisição por meio da Steam deste game. No caso, o redator e dono do Guariento Portal!
Números
Zeus: Master of Olympus (Steam)
Busque a harmonia perfeita com o Panteão do Olimpo enquanto constrói a melhor cidade da Grécia Antiga em Zeus: Master of Olympus.
PRÓS
- Uso combinado e equilibrado de mitologia e construção de cidades
- Gerenciamento de todas as funções da cidade são de fácil entendimento.
- Jogabilidade adequada no momento das construções.
- Dois modos de game que garantem diversão por longo período de tempo.
- Encontro de deuses, herois e monstros que alguma vez você escutou na Mitologia Grega.
CONTRAS
- Som deixa a desejar demais, chegando a incomodar.
- Nos comandos do exército, a jogabilidade é falha em alguns pontos.