A VIDA DE FORA DA LEI!
A primeira vez que eu vi sobre Star Wars Outlaws eu já me empolguei automaticamente. Rogue One é o meu filme favorito da franquia, justamente por não ter Jedis. Por isso, um jogo com uma premissa parecida, me deixou muito feliz! Porém, achei peculiar que, após dois jogos da saga nas mãos da Respawn, esse novo seria da Ubisoft! Então me vi pensando: ‘’Será que a Ubi vai entregar qualidade além da ambientação?!’’.
Lançado em 30/08/24, sendo desenvolvido pela Massive Entertainment e publicado pela Ubisoft para PS5, Xbox Series S|X e PC. Tratando-se de um jogo de ação e aventura, em mundo aberto, com muito tiro de blaster, puzzles e várias tramas no submundo!
EM BUSCA DO CONTRATO:
Star Wars Outlaws começa com o vilão, Sliro, reclamando que foi traído. Então, vemos a nossa protagonista, Kay Vess, acordando junto do seu fiel companheiro, Nix. Logo depois, a garota desce para o bar e tenta arrumar um contrato com seu amigo Bram. Depois de negar um pouco, nós conseguimos o contrato e partimos para concertar o grampo de Kay e assim, partir na nossa primeira missão!
O STEALTH ESTRANHO:
Primeiramente, vamos aos controles de Outlaws. Aqui, Kay pode andar, correr, agachar, rolar, mirar e atirar, pilotar, dar socos e pedir o Nix para executar ações. A verdade é que quase tudo funciona de forma perfeita. As únicas vezes que os controles me atrapalharam foi no stealth. De vez em quando, o quadrado demora mais a aparecer do que o normal e isso pode fazer com que você soque a nuca do inimigo sem querer, ou que dê tempo dele virar e te ver!
Além disso, o stealth é um pouco esquisito, já que os inimigos te notam em situações totalmente improváveis! E o combate com o blaster, por mais que seja gostoso (principalmente no Dualsense), tem um defeito bem ruim que faz com que você leve tiro mesmo estando na cobertura! Inclusive quando atira sem sair dela, com a mira livre (usando somente o R2) e isso atrapalha demais!
A CURA QUE NÃO CURA:
Outro detalhe que também joga o combate para baixo, é a função de cura. Pensa comigo: Todo jogo que você pode curar, existem duas opções. Ou o item te cura uma quantidade fixa, de uma vez (como curar dois espaços de vida, ou três, etc) ou o item vai te curando aos poucos ao longo do tempo. Porém, em Outlaws, eles escolheram um meio termo péssimo! Quando você usa o frasco de cura, seu sangue ‘’cura’’ por completo, deixando a barra de HP verde (na parte que está curando). Porém, essa cura vai acontecendo com o tempo… Se você levar dano, todo o processo de cura é cancelado!
Por exemplo, imagina que você tem quatro barras de vida e usou a cura quando estava com uma barra. Ai você pode já ter curado três barras e meia (ou seja, quase completando as quatro), se levar um tiro, você volta lá na primeira barra! Em outras palavras, a cura não serve de nada em um tiroteio! Você tem que curar e correr para muito longe e se esconder! Quebra todo o ritmo!
O ALARME INFINITO:
Agora, para fechar os pontos ruins no combate, Outlaws trouxe um defeito que me incomodou muito que é o fato dos alarmes ativarem o modo ‘’horda infinita’’. Quem jogou qualquer outro jogo da Ubisoft, sabe que quando o alarme dispara, vem mais inimigo, mas numa quantidade pré-definida. Porém, em Outalws se você não desativar o alarme, os inimigos virão para sempre e isso é péssimo! Porque, como eu adiantei, os inimigos conseguem te enxergar de formas absurdas então é difícil passar por uma base toda no furtivo! E isso é frustrante! Você se vê na obrigação de desativar os alarmes e ainda tentar adivinhar onde eles estão sem que te notem (em um stealth que não é tão bom).
Mas, por mais que tenham esses pontos ruins, no geral o combate é bem agradável! A sensação dos tiros é boa, e Kay também pode pegar armas dos inimigos no chão! Sem falar que o blaster pode ser modificado e apresentar tiros diferentes que se assemelham a metralhadora e shotgun! Você vai ter o blaster comum, o de choque e o explosivo e cada um deles você pode variar a forma do tiro!
KAY DA PORRADARIA:
Sem falar que, o combate corpo-a-corpo é simples, mas funciona muito bem! Eu mesmo derrotei vários stormtroppers no soco e foi tranquilo! Por fim, Kay também pode usar um especial (L3+R3) para desacelerar o tempo (também é possível fazer isso enquanto pilota o Speeder), selecionar os inimigos e dar um tiro crítico em cada. Lembra muito a função do Dead Eye de Red Dead Redemption.
Outro detalhe sobre o combate são as habilidades. Kay vai encontrar diversos especialistas ao longo de sua jornada e esses especialistas vão conceder a ela habilidades como mais vida, melhorias no stealth, dentre outras coisas. Entretanto, as habilidades precisam de requisitos para você liberar, como coletar um número x de itens e matar inimigos de maneira y, e por ai vai.
E, eu também quero deixar registrado que é importante usar o Nix no combate. Por vários motivos. Ele pode sabotar os alarmes de longe, pode atacar inimigos, fazer eles atirarem uns nos outros (é uma habilidade) e distrair todo mundo. Nix é muito útil e pode até pegar itens ao longe! Em cada planeta existe um trailer de comida de rua. Nesse trailer, você vai passar por um mini game bem divertido e depois irá liberar uma comida para o Nix que pode ser equipada na nave. E cada comida libera uma habilidade pro nosso mascote!
CHEIA DE AFAZERES:
Ao passo que falamos do combate, vamos ao que podemos encontrar nos mapas. Outlaws conta com diversos planetas e também com exploração espacial! E neles nós temos diversas atividades. Temos os clássicos acampamentos de inimigos, pistas sobre itens escondidos que vamos descobrindo ao longo do jogo, seja encontrando datapads, ou conversando com NPCs e até escutando conversas escondida. Sem falar nas missões de contrato que conseguimos de NPCs específicos.
Além disso, temos mini games espalhados em consoles, que vão de jogo da memória até o clássico jogo de navinha! É muito bom! Fora o jogo de ‘’cartas’’ chamado Sabacc e as apostas em corridas de ‘’cavalos’’ (que muitas vezes é manipulada!). Já no espaço, nós temos o combate de naves que é muito divertido (além de ser lindo) e vários itens espalhados que podemos recolher, seja por nós mesmo ou por missões!
NO MEIO DOS SINDICATOS:
Fora os ‘’puzzles’’ com o grampo, onde devemos usar ele para apertar o gatilho junto com o som (que no caso do PS5, irá sair na manete) para poder abrir baús e portas. Temos também o hack onde acessamos computadores e devemos escolher figuras correspondentes para desvendar o código! Ambos são bem presentes durante a campanha e são divertidos. Principalmente com os grampos! E ainda temos vários colecionáveis.
Juntamente com isso, você vai se deparar com diversas facções criminosas. Cada uma delas conta com um nível de relação com a Kay. Você vai encontrar cinco sindicatos e as relações vão de horrível até excelente. Onde horrível eles vão atirar em você e te perseguir sempre que você entrar na área deles, enquanto no excelente você entra em praticamente todas as áreas e tem descontos nas compras, além de ganhar itens e oportunidades de contrato. Ou seja, escolha bem as suas relações, já que uma acaba atrapalhando a outra (eu mesmo aceitei que os Pykes iam me odiar e vivi assim).
VARIANDO O ESTILO:
Finalmente, vamos aos upgrades. Outlaws tem uma gama de upgrades bem interessante, lembrando o que foi feito em Jedi Survivor. Kay conta com um speeder para andar pelos planetas e a trailblazer para voar no espaço e ambas podem ser modificadas tanto no quesito visual, quanto nas funções, como aumentar o boost da speeder ou adicionar armas novas a trailblazer.
Além disso, Kay possui itens que podem ser cosméticos mas que também dão efeitos (e ainda efeitos bônus caso você equipe o conjunto, assim como Wukong), junto dos amuletos! Nix também pode ser customizado e o blaster, além dos upgrades também conta com várias cores.
O GRANDE ASSALTO!
Em seguida, vamos à história de Outlaws. Kay, consegue seu contrato e vai tentar invadir a mansão do Sliro, um cara rico e babaca. Porém, é claro que o roubo da errado e a Kay acaba recebendo uma marca de morte (já que roubou a trailblazer do Sliro). Então, depois de algumas confusões, ela conhece outro cara, chamado Jaylen e seu droide de ND-5. Ambos oferecem a Kay uma oportunidade de se livrar da marca e ficar rica ao roubar, agora de vez, o cofre do Sliro. Mas, para isso, ela precisa reunir uma equipe ao redor da galáxia e é assim que a aventura de Kay e Nix começa de vez!
Então, Outlaws conta com uma história bem simples. Eu gostei muito do ritmo, mas a trama em si não é nada demais. Achei que faltou um vilão memorável e até mais personagens legais. No final eu me apeguei muito a Kay e ao Nix, claro, e ao Geedek. No mais, ninguém me importou tanto porque foram pouco explorados. Porque a história ser simples e direta, é tranquilo. Mas, realmente senti falta de personagens memoráveis. Só que, eles até tentam trazer algumas surpresas e isso é bem legal, já que a história gira em torno das tramas das facções e ainda tem a aliança rebelde lutando contra o Império e é legal ver a Kay ali no meio desse tumulto! É simples, mas é divertido de acompanhar!
CENÁRIOS ESTONTEANTES!
Por fim, vamos ao lado técnico. Outlaws tem um dos cenários mais bonitos que já vi na vida! É realmente um espetáculo visual tanto no exterior, quanto nos interiores e até no espaço! Tudo é grandioso, detalhado e bem bonito. Porém, as expressões faciais acabam caindo um pouco. Mas os efeitos são ótimos, como tiros, explosões, água e até o vento! Já sobre a trilha sonora, eu achei peculiar que ela é boa, mas a série Jedi acertou um pouco mais nesse quesito. A trilha é mais presente do que aqui. Mas, ela ainda é boa! Só achei que poderia ser um pouco mais.
UM MEIO TERMO:
E, fechando com o level design, Outlaws desliza nos pontos que eu já falei. Os mapas não favorecem muito o stealth e o tiroteio acaba te punindo. É complexo, porque você fica sem saída. Tem boas missões, boa exploração (inclusive no espaço), mas as vezes até a dificuldade acaba atrapalhando, como uma missão de recuperar carga no espaço, que eu tinha pouco tempo e ainda lutava contra outras naves. De novo, não é exatamente ruim, mas é normal se cansar de explorar (até porque, as tramas da história ficam interessantes). Inclusive, as partes onde o level design de Outlaws mais acerta, é quando a exploração fica mais fechada e se assemelha a Uncharted, ou a Tomb Raider onde a Kay explora ruínas obscuras e desvenda segredos! É bem divertido!
CONCLUSÃO:
Em síntese, Star Wars Outlaws tem um gunplay divertido, um stealth mediano, uma boa trilha, bons controles de direção, gráficos lindos, expressões faciais que variam, level design bom mas que as vezes desliza, e uma história simples porém interessante! Se você é fã de Star Wars, vai se sentir totalmente imerso nesse universo, já que o jogo conta com planetas familiares, grande variedade de raças, locais cheios de NPCs e ainda com várias referências!
Tendo uma história que pode ser finalizada em 17 horas e esse tempo pode chegar até 53 horas se você quiser fazer tudo. O jogo, apesar de ter seus defeitos, deixa um gosto bastante positivo na boca e eu recomendo muito para os fãs de Star Wars e também para quem gosta de um mundo aberto.
Números
Star Wars Outlaws
Star Wars Outlaws traz um combate divertido, gráficos lindos, boa trilha sonora, um level design interessante, uma boa protagonista, e uma história simples mas interessante. Porém, acaba pecando no stealth, na cura, na falta de personagens carismáticos e em alguns mapas.
PRÓS
- Combate com o blaster é divertido
- Gráficos lindos
- Boa trilha sonora
- Kay e Nix são extremamente carismáticos
- O sistema de facções é muito legal
- A dirigibilidade é bem feita
- Exploração divertida no geral
- Boa customização
- Boa quantidade de conteúdo extra e um tamanho ótimo na história
CONTRAS
- O stealth deixa a desejar
- O modo de curar é péssimo
- Kay leva dano mesmo estando escondida
- Falta de personagens carismáticos