Um novo começo… Mas valeu a pena?
Vocês já devem ter se cansado de me ouvir falando que Mass Effect é um sucesso e que conta com uma grande trilogia, né? Por isso, era óbvio que uma nova entrada na franquia, em uma nova geração, geraria um mundo novo de possibilidades! Por isso, Mass Effect: Andromeda tinha tudo para ser a nova era, iniciando uma aventura inédita! Mas, será que deu certo?! Lançado em 21/03/17, sendo desenvolvido pela Bioware e publicado pela EA para PS4, Xbox One e PC. Trata-se de um RPG de ação, em terceira pessoa, com temática espacial.
O herói (ou heroína) Shepard!
Mass Effect: Andromeda, conta como o mundo seguiu em frente depois das ações de Shepard. Após aqueles eventos, a humanidade começou a sair da Terra em forma de naves colonizadoras. Nessas naves, diversos humanos ficavam em criogenia até que chegassem ao planeta dourado. A famosa terra prometida. Porém, algo dá errado e acabamos acordando antes de chegar no destino! E é assim que a trama começa!

Prepare-se para planar
Primeiramente, vamos aos controles de Mass Effect: Andromeda. O jogo conta com algumas novidades. Primeiro, temos uma mochila propulsora que nos permite pular mais alta e planar por um breve período. Isso acaba ajudando na exploração dos planetas. Além disso, temos um scanner que pode ser usado em praticamente tudo. Com ele, nós reunimos recursos para fazer upgrades! Ou seja, você vai passar um tempo considerável escaneando coisas no cenário. Outro detalhe é que não tomamos mais cobertura com o apertar de um botão. É automático, e isso é bem ruim. Até porque, às vezes, você não quer encostar na cobertura, mas o jogo ignora isso. Sem falar que ainda é possível levar dano mesmo quando você se esconde! O hp regenera de forma automática. O que não é de todo ruim, mas ainda prefiro o modo de cura do primeiro jogo. Mas é possível reanimar os aliados.
O boneco de posto
Agora, é inegável que os controles aqui são bem ruins. Mass Effect: Andromeda passa pelo oposto do Sombras da Guerra. Lá, Talion é todo duro e aqui o personagem é todo mole. Como se tivesse sido programado com a física de um boneco de posto. É até difícil de explicar, mas a movimentação e o combate nunca ficam satisfatórios. Você acaba se acostumando, mas se você, assim como eu, e vá direto do 3 para o Andromeda, vai sentir a piora com cinco minutos. Mas, não dá para dizer que não tentaram adicionar elementos.
Aqui, temos várias partes de equipamentos que podemos usar na cabeça, peito, perna e braço e isso é bem legal. Outro detalhe é que as classes agora se chamam perfis e podem ser trocados a qualquer momento do jogo. E, obviamente, cada uma nos dá bônus passivos e habilidades. Além disso, os upgrades estão legais e possuem diversos subníveis que são bem fáceis de entender e de fortalecer. Essa parte eu gostei bastante inclusive.

Tumultuando o que era bom
Por isso, vamos falar do que podemos achar nesses planetas. Mass Effect: Andromeda, tomou a péssima decisão de seguir a moda do momento e fazer áreas abertas para uma franquia que se destacava por ser linear. E, obviamente, deu errado. O lado bom é que é fácil seguir a história e a exploração é totalmente opcional. Mas, tem momentos que fica chato ter que andar por áreas grandes só para fazer o que você quer. No mais, temos a volta do escaneamento dos planetas, mas em uma versão piorada, onde não temos muita orientação do que fazer. Mas, para quem gosta, está aqui. Outro detalhe é que podemos reunir uma equipe de assalto e mandar em missões. Não é nada de mais, mas fica como conteúdo extra.

Um erro do tamanho de uma galáxia!
Entretanto, tem algo que eu preciso comentar com calma, que são as missões secundárias de Mass Effect: Andromeda. Você deve se lembrar de que os jogos anteriores brilhavam muito nas missões dos aliados e patinavam nas secundárias genéricas. O problema é que o Andromeda não acerta nem nos aliados! Não tem nenhum personagem interessante nesse jogo! A Bioware está de parabéns porque foi uma das piores escolhas de elenco que já vi.
E isso vale até para Ryder que protagoniza o jogo com o carisma de uma porta. Mas, além disso, as missões dos aliados são ruins. Não tem uma secundária memorável nesse jogo. Inclusive, teve uma no início que achei que seria legal, onde eu tive que descobrir quem estava sabotando a estação. Mas aí, quando eu descobri, a pessoa virou e falou ‘’é, fui eu mesmo, valeu’’. E a missão simplesmente acabou! Não teve sequer um julgamento ou punição, nada. Mass Effect: Andromeda conta com uma escrita simplesmente tenebrosa! E isso vale para a história também! Mas, estou me adiantou um pouco. Em resumo: não adianta fazer nada secundário nesse jogo.

Você não se lembrará!
Nesse sentido, vou seguir a linha de raciocínio e falar da história complicada de Mass Effect: Andromeda. E, sinceramente, eu nem sei por onde começar… Então, aqui nós temos uma trama que se passa na galáxia de Andromeda, onde chegamos na nossa base chamada Nexus que deveria receber todas as naves com colonos. Porém, só nós chegamos. Por isso, somos nomeadas como exploradoras (eu joguei de mulher) e devemos sair pela galáxia povoando, criando bases militares ou de pesquisa e fazendo amizades.
Tudo isso, enquanto lutamos contra uma nova raça maligna chamada Ketts que também querem a dominação daquela galáxia. E é assim que a trama se desenrola. Além da raça totalmente aleatória e do vilão extremamente sem sal e esquecível, Mass Effect: Andromeda conta com uma história que parece não sair do lugar. Você não sente nenhum tipo de progresso.

A pachorra dos roteiristas!
Pode até parecer um clichê, mas é um jogo que falta alma! Tanto nos personagens quanto na motivação em si. Porque você pensa: ‘’beleza, preciso tornar planetas habitáveis’’, mas não há qualquer senso de urgência ou de real necessidade. Parece que você está fazendo aquilo para nada! Às vezes, você ajuda uma raça aqui, outra ali, mas nada que realmente tenha algum significado. Mass Effect: Andromeda entrega uma história vazia e que ainda tem a pachorra de deixar um final em aberto! Como se a trama não fosse ruim o bastante. De verdade? Chega a ser triste ver a franquia decair tanto assim. Até o Mass Effect 2, que eu considero ter uma história principal ruim, consegue entregar uma motivação muito melhor do que aqui! É inacreditável esse roteiro…

Uma beleza incrível (de longe)!
Por fim, vamos falar da única parte realmente boa em Mass Effect: Andromeda, que são os seus gráficos. Lembra que reclamei, por diversas vezes, do fator uau nos mapas?! Pois bem! Aqui tem, e tem muito! Mass Effect: Andromeda traz cenários sensacionais! A sensação que dá, de verdade, é que focaram somente nisso! É um jogo que entrega viagens entre galáxias belíssimas, cenários que você bate o olho e se encanta! Tudo é realmente muito bonito e deve ser exaltado!
Porém, nem tudo são flores! O jogo conta com uma beleza macro muito grande. Ou seja, as coisas ao longe são incríveis. Mas quando chega perto, as coisas desandam! Andromeda conta com expressões faciais terríveis! Muito piores do que o primeiro jogo! Foi uma regressão que eu, sinceramente, jamais pensei que fosse possível! Ou seja, ter qualquer tipo de diálogo aqui é sofrimento se você ficar prestando atenção! Isso só deixa a escrita ruim, ainda pior.

Um discurso silencioso
Já sobre a trilha sonora, não me dá nem vontade de avaliar. Se eu gostava das anteriores, mas achava que faltava uma música tema, aqui então falta tudo! Até a qualidade básica! Teve um momento, onde a Ryder fez um discurso motivacional para a tripulação e não tinha nenhuma trilha tocando! Foi uma cena incrivelmente ridícula! Enquanto isso, todo discurso do Shepard tinha lá a sua trilha para dar um up na cena! Realmente, Mass Effect: Andromeda erra em coisas acertadas antes!
Agora, falando de level design, acho que já ficou claro o quão ruim é. A exploração aberta é muito fraca, as missões são todas sem graça e sem emoção e, mesmo a volta dos puzzles, não resolveu, até porque eles são ruins também! Eu falei, e repito: não há razão alguma para se fazer nada extra aqui. E o combate fraco só piora tudo.

Uma bagunça técnica, desde sempre!
E, para fechar, vamos aos bugs! É a primeira vez que crio essa sessão na saga, e Mass Effect: Andromeda mereceu demais! Para começar, eu abri o jogo, mas precisei sair, então deixei o PS5 no modo repouso. Quando voltei, o jogo simplesmente crashou, antes mesmo de sequer chegar à tela de criação. Depois disso, ele ficou com vários bugs visuais, às vezes um braço entrando no corpo do personagem e coisas do tipo.
Mas, o pior para mim foi quando o jogo simplesmente ficou mudo do nada! Para você ter uma ideia, eu achei que minha TV tinha estragado! Depois que vi que não era a TV, achei que a entrada HDMI do console havia estragado! Só então, após minutos de desespero, que pensei ‘’vou fechar essa mer** de jogo para ver’’ e realmente era o Andromeda. Assim, já tem sete anos que o jogo saiu e é simplesmente inacreditável presenciar bug grave desses!
Isso sem falar em um que travou meu progresso, onde uma porta não queria abrir de jeito nenhum e eu tive que simplesmente fechar a abrir o jogo para conseguir progredir! Simplesmente tenebroso! E ainda assim, não foi o pior jogo que joguei em 2024…

Conclusão
Em síntese, Mass Effect: Andromeda traz um sistema de classes bem útil, upgrades fáceis e diretos e cenários muito bonitos. Porém, acaba pecando na sua trilha sonora fraca, personagens irrelevantes, protagonista tão carismático quanto um poste de luz, missões sem graça, história inacreditavelmente fraca, movimentação esquisita, puzzles chatos, expressões faciais ruins, escolhas irrelevantes durante a trama e bugs inadmissíveis!
Com uma campanha que pode ser finalizada em 18 horas e que pode chegar até, sofríveis, 98 horas para os malucos que buscam a platina, Mass Effect: Andromeda é um jogo para você simplesmente fingir que não existe. A saga tem uma trilogia que eu considero praticamente perfeita, e realmente não precisa da aventura em Andromeda. Até porque suas escolhas não são carregadas para cá, e a aventura anterior mal é mencionada! Poupe seu tempo e seu dinheiro!
Números
Mass Effect: Andromeda
Mass Effect: Andromeda traz um sistema de classes bem útil, upgrades fáceis e diretos e cenários muito bonitos. Porém, acaba pecando na sua trilha sonora fraca, personagens irrelevantes, protagonista tão carismático quanto um poste de luz, missões sem graça, história inacreditavelmente fraca, movimentação esquisita, puzzles chatos, expressões faciais ruins, escolhas irrelevantes durante a trama e bugs inadmissíveis!
PRÓS
- Bom sistema de classes
- Upgrades intuitivos
- Cenários lindos
CONTRAS
- Trilha sonora fraca
- Protagonista sem carisma
- Companheiros esquecíveis
- História muito ruim
- Secundárias chatas
- Controles esquisitos
- Bugs inacreditáveis
- Expressões faciais mal feitas