A volta de um clássico
A Segunda Guerra mundial durou de 1939 até 1945, onde os nazistas eram os principais vilões e vários países se juntaram para derrotar esta ameaça. Mas, você já parou para pensar, o que seria do mundo se os nazistas tivessem vencido essa guerra?! Pois essa é a ideia de Wolfenstein! Tudo começou com Wolfenstein 3D, lançado em 1992 para MS-DOS (um computador da época). Porém, anos depois a Bethesda resolveu reviver a franquia com Wolfenstein: The New Order!
Lançado em 20/05/14 sendo desenvolvido pela MachineGames e publicado pela Bethesda para PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One e PC. Tratando-se de um jogo de ação e tiro em primeira pessoa, com elementos de stealth em um mapa linear.
De cabeça na ação
Wolfenstein (para economizar, já que o nome é grande) começa com um flashback do nosso protagonista, William Joseph Blazkowicz, onde ele tem um dia de churrasco tranquilo em família. Porém, rapidamente, a cena já corte e nos vemos em um avião no meio da guerra!
Então, já assumimos o controle do Blazkowicz e temos que lidar com ataques aéreos e muito tumulto! Em seguida, depois de até trocar de avião, ele e seu esquadrão acabam tendo o avião derrubado e Blazkowicz precisa ajudar o pessoal a sair de uma grande emboscada! E é assim que o jogo começa de vez!
Por que usar uma se podemos usar duas?
Wolfenstein tem como grande qualidade a sua gameplay. Por isso, eu vou começar já elogiando! Aqui nós temos controles bem padrões no gênero. Podemos andar, correr, agachar, deslizar, nadar, mirar e atirar, e tudo mais que você já viu várias vezes. Porém, a diferença é que aqui tudo é muito satisfatório isso vale principalmente para o tiroteio. É um combate extremamente viciante. Inclusive, isso é o que faz o combate stealth seja menos usado, porque você fica com muita vontade de trocar tiros e acaba deixando a furtividade de lado.
Mas, isso não poderia ser feito sem as armas não é? E aqui, Wolfenstein tem pouca variedade. Existe somente um tipo de cada. Então, temos uma pistola, uma shotgun, um rifle, uma sniper, uma faca e uma granada. Entretanto, o diferencial aqui é que, com exceção da granada e de uma arma especial à laser, todas as outras você terá a possibilidade de executar uma empunhadura dupla. E isso vale para as facas também que, apesar de serem usadas no stealth, o jogo te permite empunhar duas. Mas, infelizmente o stealth não é tão bom. Ele falha as vezes e isso é meio ruim. Já aconteceu deu ser visto em momentos aleatórios e acabar com a minha abordagem.
Faltou desacelerar!
Ou seja, dois rifles ao mesmo tempo, ou duas pistolas, ou até duas snipers. É bem hardcore, por assim dizer e muito divertido (apesar deu preferir usar uma arma por vez). Além disso, as armas possuem duas formas cada. Por exemplo, o rifle tem como segunda forma um lança granadas. Já a sniper, tem como segunda forma uma arma de energia, e por aí vai. Mas, é bom deixar claro que, assim como Uncharted, Wolfenstein: The New Order, não traz um arsenal fixo. A cada missão, nossas armas acabam variando! É normal no final estarmos com todas em mãos. Porém, é raro começar já com todas elas.
Todavia, eu gostaria de ressaltar que nem tudo são flores. Wolfenstein conta com roda de armas e essa roda não desacelera o tempo quando você a abre. E isso é muito ruim! Porque em todos os jogos que eu joguei onde existe uma roda de armas (ou habilidades), o tempo fica mais lento para você conseguir escolher o que usar. Mas aqui não tem isso e fica muito ruim para trocar de armas durante o combate. É obrigatório se esconder e, portanto, acaba desacelerando o ritmo da ação. Uma pena. Dito isso, um dos melhores jeitos de sobreviver é atirar enquanto está tomando cobertura. Até os inimigos fazem isso e ajuda muito a levar menos tiros.
Terror na ponte
É bom ressaltar também, que nós temos o HP e o escudo. Ambos vão até 100 e podem ser recarregados com kit médico e peças de armadura ou capacetes e também coletes. Mas, é bom lembrar que somente o HP pode passar de 100. Entretanto, a pontuação vai descendo a cada segundo. Ou seja, se você atingir 200 de HP, em 100 segundos você vai voltar a quantidade máxima (inclusive existe um troféu de atingir 200 em!).
Agora, na questão dos inimigos, temos soldados nazistas e robôs tecnológicos (robôs esses que fizeram os alemães vencerem a guerra). Tem uma boa variedade, e não chega a ficar repetitivo. E, curiosamente, o combate não é tão difícil assim, mas tem alguns momentos que do nada, você vai sofrer um pouco. Cito principalmente a missão na ponte que eu apanhei bastante! Todavia, em um modo geral, é tranquilo (principalmente os chefões). Mas, é fato que a inteligência artificial é boa, pois os inimigos conseguem até te cercar!
Visite o ”PESADELO”
Entretanto, não é só de tiroteio que viver o senhor Blazkowicz. Em Wolfenstein você também vai encontrar alguns afazeres no mapa. Existem alguns colecionáveis, como as mensagens, os códigos que, inclusive, desbloqueiam um segredo caso você consiga desvendar todos. E também temos os itens dourados, onde você encontra máscaras, espadas, dentre outros objetos muito interessantes espalhados pelo mapa. Fora os documentos contando mais sobre a lore desse universo!
Além disso, é bom lembrar que existem os ‘’perks’’ que nada mais são do que habilidades que vamos desbloqueando à medida que cumprimos pequenos requisitos durante a campanha. Por exemplo: caso você mate cinco inimigos no stealth, você libera a habilidade de arremessar facas. E assim segue.
Outro detalhe, é que quando estamos no esconderijo, podemos fazer algumas poucas missões secundárias, como achar os brinquedos do Max, e até um desafio retrô muito legal onde Blazkowicz deita pra dormir e acaba tendo um pesadelo onde somos levados ao mundo do Wolfenstein 3D! Esse desafio fica no último andar, em um colchão no chão. Vale muito a pena.
A caça ao Deathshead
Em seguida, vamos aproveitar o gancho do esconderijo para falar de história de Wolfenstein. Depois de salvar os aliados, Blazkowicz segue com seu ataque à base dos nazistas. Juntamente com seu esquadrão, a gente escala parede, derrota inimigos de forma furtiva, derruba robô gigante e vê amigo morrer.
Porém, ao adentrar uma sala, caímos em uma emboscada do doutor Deathshead. Que nada mais é do que o grande vilão do jogo. Nesse momento, ele pede para a gente escolher entre o Wyatt e o Fergus. E, nesse ponto é onde abrimos as duas linhas do tempo de Wolfenstein, dependendo de que você salva. No PS3 eu salvei o Fergus e no PS4 eu salvei o Wyatt. Posso dizer que muda pouca coisa, então pode seguir o seu coração.
Então, depois dessa decisão, Blazkowicz consegue escapar, mas acaba se ferindo gravemente e acordando em um hospital 14 anos depois, em 1960, com os nazistas já tendo vencido a guerra. Após alguns soldados invadirem o hospital, e sequestrarem a sua cuidadora Anya, ele decide ir atrás dela e também buscar pela resistência para derrotar os nazistas de uma vez por todas!
Nada melhor do que derrotar nazistas!
Wolfenstein, apesar de ser um fps, traz uma história muito interessante. Blazkowicz é um bom protagonista, que por mais que seja uma máquina de lutar, ainda sonha com um mundo melhor e dias tranquilos. E também, que faz de tudo para salvar as pessoas que ele ama. Além disso, a trama em si consegue te prender desde a premissa. Até porque, nada melhor do que derrotar nazistas. Mas, o fato de viver em mundo onde os nazistas foram vitoriosos é revoltante por si só.
É extremamente agoniante andar por aqueles corredores e salas cheias de suásticas e outras referências. Você se sente um senso de urgência em acabar com tudo aquilo à sua volta. E a trama contém segredos sobre a força dos nazistas e ainda vários personagens interessantes (incluindo os vilões). Sem duvidas é uma das melhores histórias que eu já vi em um fps!
Gracioso em todas as versões
Por fim, vamos ao lado técnico de Wolfenstein e aqui temos outro aspecto onde o jogo brilha. Primeiramente, os gráficos aqui são bem bonitos, independente da versão que você jogar. Como ele é um jogo crossgen, todas as versões são idênticas. Então, simplesmente vá naquela que for mais em conta, sem medo! Desde o design das armas, aos modelos dos personagens e também a ambientação. Tudo bem feito!
Já sobre a trilha sonora, diferente do DOOM, Wolfenstein tem músicas mais tímidas e menos presentes. Estão longe de serem ruins, claro. Mas, poderiam ser mais marcantes e memoráveis. Porém, um detalhe marcante é a destruição do cenário! Aqui você ver pequenos pedaços de concreto voando várias vezes e isso é incrível!
Em compensação, temos um bom level design. Como eu disse antes, temos vários segredos e colecionáveis. Por isso, os mapas acabam tendo locais extras para explorarmos como portas que precisamos arrombar com o famoso lockpick, dentre outras localidades que sempre vão te recompensar ou com mais HP, ou algum item extra para a sua coleção. Fora os baús que ficam espalhados pelos cenários e ao quebrarmos achamos munição, escudo, e HP!
Conclusão
Em síntese, Wolfenstein: The New Order foi um renascimento de uma série que deu vida ao gênero de tiro em primeira pessoa. E foi uma volta triunfal. Trouxe uma campanha envolvente, com bons personagens, um bom level design e um combate extremamente viciante! Além disso, o seu final é bonito e deixa um pequeno gancho para dar continuidade nessa trama! É, com certeza, uma experiência ótima para quem gosta do gênero! Ele conta com uma campanha de 11 horas em média, e podendo chegar até 24 horas se você tem a intenção de fazer 100%. Ou seja, rende bastante!
Números
Wolfenstein: The New Order
Wolfenstein: The New Order, foi uma volta triunfal para a franquia. Entregou uma história envolvente, bons personagens, um bom level design e uma gameplay incrivelmente viciante. Porém, peca um pouco na falta de uma trilha sonora marcante para fechar com chave de ouro essa experiência.
PRÓS
- História envolvente
- Jogabilidade muito viciante
- Level design bem feito
- Gráficos bonitos e cenários detalhados
- Bons personagens
CONTRAS
- Trilha sonora sem graça
- Roda de armas não desacelera o tempo