Centralia, na Pensilvânia era uma cidade como outra qualquer. Até que um incêndio chegou as minas de carvão desativadas debaixo da cidade. O resultado é que a cidade agora está abandonada, e o fogo ainda queima. E queimará por mais 200 anos!
Silent Hill é sem dúvida, uma das primeiras franquias de terror quando o assunto são os videogames. Novas franquias vem surgindo, como Outlast, mas o lugar de Silent Hill está guardado. Produzido pela japonesa Konami desde 1999, a franquia ganhou incontáveis títulos – alguns aclamados, outros esquecidos e ruins. Contudo, até mesmo nas histórias mais escabrosas, existe uma ponta de realidade. Afinal, o que é a arte senão a imitação da vida? Pois bem, nos games e no filme lançado em 2006, Silent Hill era uma típica cidade americana do século passado. Com cinemas, teatros e uma aristocracia que remetia por volta dos anos vinte ou trinta do século XX. Contudo, um incêndio nas minas de carvão, que ficavam abaixo da cidade pôs fim a prosperidade. A cidade logo se tornou um ponto onde poucos moram, uma derradeira cidade fantasma, assim como Centralia. A personificação de Silent Hill.
Pois bem, tirando os Pyramid Head da equação, apresento a cidade de Centralia. Localizada no estado norte americano da Pensilvânia, é o que de mais real existe para este paralelo. Em seus tempos áureos, a cidade contava com quase mil e quinhentos habitantes. Isso por volta da década de 50 e 60. No entanto, algo que era comum tornou-se a ruína de Centralia. Os cidadãos costumavam colocar seu lixo em um aterro, e o governo local tacava fogo. No entanto, em 1962, eles construíram um novo aterro, e logo embaixo tinha uma mina de carvão desativada. A situação não prestou, assim que o fogo foi colocado no lixo, as chamas passaram por fendas subterrâneas até as minas desativadas. Não deu outra, dias depois de iniciar o uso do aterro, os cidadãos começaram a reclamar de um mau cheiro.
Os bombeiros foram chamados e acreditou-se que era o aterro o responsável. Mas já era tarde demais, e a ideia se tornou um desastre perfeito. Por mais que os bombeiros tenham conseguido apagar o fogo do aterro, as chamas já haviam se propagado por debaixo da terra. Aos poucos, o cheiro ainda persistia, e os especialistas perceberam que vinham de fendas na terra. O gás que saía delas era o monóxido de carbono, prova cabal de que os resquícios de carvão estavam em combustão abaixo da cidade. Por incrível que pareça, mesmo que incidente tenha ocorrido em 1962, a população conseguiu permanecer em Centralia até os anos 80.
Tudo continuava razoavelmente bem, com a diferença de que uma vez ou outra monóxido de carbono saía do chão. Mas o fogo continuava a arder, e aos poucos o solo ficava instável. Foi o que aconteceu quando crateras começaram a abrir e tragarem casas e até mesmo pessoas. A situação então ficou insustentável e o governo norte americano decidiu retirar todos os moradores. Já não era mais seguro morar em Centralia, que teria seu subterrâneo queimando por até duzentos anos.
Só que de maneira similar aos eventos de Chernobyl ou de qualquer lugar perigoso, tem gente que não quer sair. Alguns moradores não arredaram o pé por nada, e decidiram morar numa cidade fantasma. Dos mais de mil e quinhentos que li moravam, cerca de sete famílias ainda estão vivendo na cidade fantasma. Segundo os moradores que ficaram na cidade, tudo não passa de uma enorme teoria da conspiração. Tudo pelo fato das minas de carvão serem tão preciosas que o governo da Pensilvânia busca tomá-la de seus moradores. Já que pelas leias americanas, quando uma cidade não pode se manter como cidade, todos os seus bens vão para o estado da Federação. Essa teoria é constatada com pesquisas científicas que destacam que o carvão embaixo da cidade realmente está queimando. E que todas as rachaduras e gases saindo do chão não são mera coincidência.
Só que a história não termina por aqui. O incêndio de Centralia não ficou restrito a cidade. As minas de carvão nada mais eram do que um complexo circuito de cavernas que levavam também para outras cidades. E o fogo pegou carona nessas passagens. Uma cidade ao sul, Byrnesville também teve de ser evacuada. Ashland, outra cidade próxima sofreu bem menos e continua com seus moradores, mas algumas minas nas periferias da cidade também passaram pelo mesmo processo de queima. Nada se comparado as duas outras. Uma curiosidade: Estranhamente, poucos são os terrenos que se mantém idênticos ao período anterior da catástrofe em Centralia. Enquanto buracos e rachaduras abriam na terra, os quatro cemitérios localizados na cidade foram um dos poucos cenários que passaram despercebido. É como se o tempo tivesse parado.
E é claro que com uma história dessa, existem histórias de assombrações rondando o local. Primeiro que, pelos gases expelidos, a atmosfera é nociva e deixa uma espécie de neblina no ar. Então, No melhor efeito de filme de terror. Normalmente, as assombrações do lugar dizem para que os aventureiros saiam imediatamente dali. Como no caso de três amigos, que percorrendo um dos cemitérios da cidade foram vítimas de uma estranha voz. Como se não tivesse nada melhor para fazer, estavam andando entre os túmulos quando a voz informou para eles que era melhor caírem fora da lá, imediatamente. Muito prudente e voz, uma vez que a inalação de gases da queima do carvão pode gerar consequências, entre elas alucinação.
A cidade hoje é literalmente o que toda cidade fantasma que existe no mundo. Restos de um passado que já se perdeu. Centralia pode ter tido seus tempos áureos, mas o incêndio que ainda se perpetua sob as camadas de terra fazem daquela terra perigosa para se morar. Para aqueles que apreciam o jogo da Konami, e gostam de uma aventura, a cidade, além de restos de construções tem várias rachaduras em seu solo. Se caso já tenha ido ou tem interesse, pode dizer aqui embaixo o que achou dessa viagem exótica. Estamos loucos para saber o que uma pessoa ao vivo ter a dizer sobre Centralia, a cidade que foi a inspiração para a fatídica Silent Hill.
Tem um outro lugar no mundo que é igualmente assustador, o nome é Ilha das Bonecas, e acho que fica no México. Dá uma olhada.
Obrigado por comentar. Pesquisarei sobre essa ilha, e assim que possível escreveu no site. Para acompanhar, aconselho você seguir o Guariento Portal. É rápido….
Incrível que uma forma de renderizar o game no ps1 sem ter tela de loading, fez que descobrissemos cidades assim
Obrigado por comentar. De fato, Centralia é uma cidade e tanto. Mas seria interessante um jogo bom tipo em Chrenobyl não acha? Ou na floresta de Aokigahara, que inclusive já temos um post sobre essa floresta aqui mesmo. Se tiver já algum jogo (bom) nesses lugares, preciso saber para jogar…
Ótimo texto sr Vitor… eu conhecia um pouco sobre Centralia por conta das pesquisas que fiz pros artigos la no site mas, fiquei bem impressionado e admirado co mas informações que o sr compartilhou. Caraca… 7 famílias!? Imagina as histórias dessa galera ao viver num local tão inóspito. Curiosamente, achei bacana sua menção as demais cidades também afetadas, em menor porte. “Ashland” me lembrou muito SH Homecoming… se bobear é baseado nesse conceito de que, mesmo não sendo a principal afetada, ainda tem suas marcas. Eu sou o Shady, la do divulgantemorte.com, achei legal comentar por aqui também. Sr… parabéns e é um prazer conhecê-lo. Obrigado pelo convite.
Poxa muito obrigado. Pode continuar comentando a vontade Shady. A ideia da versão repaginada do site era falar sobre locais exóticos. Daí Centralia, Chernobyl e a Floresta de Aokigahara foram os primeiros. Depois começaram mais coisas, como análise de filmes. E pode deixar que eu também me inscreverei no seu site. Obrigado por comentar. Abraços.
Ótimo texto sr Vitor.
Interessante, eu já conhecia um pouco de Centrália por conta das pesquisas que tive de fazer mas, fiquei espantado com as informações que compartilhou, inclusive, tenho muito a agradecer. Bem curioso só terem 7 famílias por la, imagino o que elas vivenciam num local tão inóspito.
Outra coisa, sua citação sobre as demais cidades afetadas foi excelente, e me fez pensar nas cidades que aparecem em Silent Hill Homecoming (que até me veio a mente por causa do nome “Ashland”) e as mostradas em Silent Hill 4 – The Room e até no 3… É como se fosse um jeito de referir ao fato da extensão do problema ser bem maior do que apenas às fronteiras da cidade inicial.
Realmente, adorei a leitura.
Ah, é… eu sou Shady, do divulgantemorte.com. Obrigado pelo convite ^^.