A Maldição de Chorona, infelizmente, é apenas um filme ruim. Mesmo com ligação ao Universo de Invocação do Mal, o longa trás um roteiro péssimo e mal planejado. Some isso a uma antagonista que não assusta e a uma direção rodeada por clichês e temos a receita para algo desastroso.
Se você conhece o Guariento Portal, sabe que é comum fazermos análises de filmes do gênero terror. Isso já aconteceu com o ótimo O Exorcismo de Emily Rose e o o bom Quando as Luzes se Apagam. Assim como com o razoável A Freira e agora mais um entra na lista. Desta vez, vindo do Universo de Invocação do Mal, da mesma form que A Freira e Annabelle, temos A Maldição de Chorona. Trazendo um conto real mexicano, de La Llorona, o longa trata do seguinte situação. Maria, uma bela mulher casa-se e tem dois filhos. Contudo, com o passar do tempo, seu marido passa a não desejá-la da mesma forma. O ponto alto é quando ele a abandona por uma mulher mais nova. Tomada pela fúria, a mulher busca vingança contra o homem que a abandonou, e da pior forma possível.
Essa vingança é realizada quando ela tira o que mais de precioso o homem tinha, seus filhos. Depois de voltar aos estado normal após seu ataque de fúria, a mulher percebe o que fez. Por ter matado seus dois filhos afogados em um rio, a mulher tira sua vida. Porém, não lhe é permitido ir para o céu nem para o inferno. Ela se torna um espírito errante em busca de novas crianças para serem seus filhos. Esse é o plano de fundo de A Maldição de Chorona. Resta saber se a história flui como um rio caudaloso ou se acaba se perdendo em uma corredeira sem fim.
Com preguiça de ler toda toda a análise? Então, aqui vai um resumo:
- A Maldição de Chorona apresenta uma lenda mexicana de uma mulher que matou seus filhos afogados. Depois de tirar sua vida, ela se torna um fantasma errante em busca de seus filhos.
- Infelizmente, a história não é tratada da melhor forma possível. A lenda é apenas um pretexto para o andamento do filme. Que usa e abusa dos maiores clichês do cinema.
- Com um roteiro fraquíssimo e uma direção que não destaca absolutamente nada, o filme nada mais é do que um caça níquel. Mesmo com as atuações acima da média de parte dos personagens, mas que não segura o filme.
- Nota Final: 3,0/10,0 (Recomendado não Assistir. Claro, a não ser que você queira ter suas próprias conclusões de A Maldição de Chorona).
Sabe aquela comida sem tempero algum? Pois então, podemos indicar A Maldição de Chorona como um filme completamente sem sal. Dirigido por Michael Chaves, o longa, como já falado é do Universo do já conhecido Invocação do Mal. Porém, não tem absolutamente nada de interessante que outros longas dessa franquia. A começar pela antagonista da história. Diferente de Valak, a freira demoníaca, la Llorona tem uma história básica. O roteiro não se preocupa de forma alguma em lhe dar uma maior estrutura. Sua lenda é rasa e muito pouco explorada. Em suas aparições, o diretor não consegue criar um clima de tensão, e quando o personagem entra em tela, não existe pânico, nem mesmo terror. Ela está ali simplesmente por estar.
Sem dúvida, o roteiro é o mais clichê dentre todos os filmes já analisados, e facilmente de toda a franquia. Aqui, depois de auxiliar uma mãe com dois filhos, a jovem Anna (vivida por Linda Cardelini) se vê em volta de uma maldição. Seus dois filhos estão na mira de La Lhorona, que busca de toda forma buscá-los para dar fim a suas vidas. Mesmo que inicialmente a personagem não acredite nesta teoria, aos poucos o roteiro vai trazendo cada vez mais a ideia sobrenatural. Para a personagem, é um ótimo, e talvez o único avanço que o filme tenha. Isso acontece de forma arrastada, mas de fato não é ruim.
[…] A Maldição de Chorona perde com a empatia e com a principal finalidade do gênero, causar medo.
Linda consegue segurar as pontas contra todos os argumentos e com um roteiro que atira nos clichês dos sustos a todo o canto. Na verdade, ele se movimento na falta de comunicação dos personagens. Facilmente, se os filhos falassem sobre a criatura no primeiro contato, sem dúvida a duração do longa seria de um curta metragem. Em relação as crianças, nada tem a falar, a não ser que se movimentam na linha na qual o roteiro exige. Ou seja, suas atuações são rasas, e por vezes, é possível que o espectador não sinta muita emoção. Assim, A Maldição de Chorona perde com a empatia e com a principal finalidade do gênero, causar medo.
Dentro dos personagens secundários, embora bastante estereotipada, Patrícia (vivida por Patricia Velasquez) tem até certas atuações compreensíveis com o sofrimento de sua personagem. E as ações da personagem até passa por um certo crivo. Mas de certa forma, é só isso que o longa tem a oferecer de positivo, as atuações acertadas. Lembrando que elas não são maravilhosas, mas é uma limonada com o roteiro fraquíssimo que foi entregue para a produção. Como forma de mostrar inclusive essa fraqueza, o diretor usa e abusa de sustos baratos para tentar causar algum espanto. Coisa que, diferente do A Freira, onde embora o uso seja até demais, consegue em determinados pontos ter sucesso.
[…] Não há usos de câmera que instiguem o medo. Nem mesmo de planos que poderiam causar dúvida quanto a existência da criatura, ou dela estar naquele lugar. A Maldição da Chorona joga de cara o inimigo, e isso sem nenhum pudor.[…]
Em termos de direção e cenário, não há novidade. Não há uso de momentos de penumbra. Não há usos de câmera que instiguem o medo. Nem mesmo de planos que poderiam causar dúvida quanto a existência da criatura, ou dela estar naquele lugar. A Maldição da Chorona joga de cara o inimigo, e isso sem nenhum pudor. A atmosfera perde o efeito, e a partir do terceiro ato, com a entrada de um padre pouco ortodoxo, onde o clímax deveria prevalecer, ele é morno. O enfrentamento da criatura é simplesmente esquecível. Facilmente, a sensação é de que o longa se usou de uma formatação padrão. Buscando ganhar público ao se ligar ao mundo de Invocação do Mal, o longa esqueceu de ter uma identidade própria. Roteiro fraco, personagens que não cativam e uma antagonista sem nenhuma história que lhe dê estrutura.
Nota: 3.0/10.0 – A Maldição de Chorona é um filme muito ruim, essa é a conclusão. A atuação de Linda Cardelini e dos outros personagens secundários não seguram o longa. E na verdade, nem poderia segurar pois o roteiro tem ponto fracos que se sobressaem sobre qualquer coisa. A antagonista é sem vida. Não por estar morta e ser um fantasma, mas por não ser apavorante o suficiente e nem por sua história ser tão bem usada. Ela simplesmente é jogada em um plano onde não convence, e na verdade sua ligação com a história é sem nexo algum. Não existe inteligência na ligação de La Llorona com o roteiro. Além disso, suas aparições são envoltas do mais básico do clichê que existe do mundo do terror. E o pior, não dá medo algum. Tornando assim a personagem esquecível em um universo que poderia render uma história mais aterrorizante.
[…] [A Maldição de Chorona] é um filme fraco e ruim, muito aquém de outros longas existentes. Infelizmente, o longa na verdade é simplesmente a demonstração de que caça níquéis existem. E nas melhores franquias.
Se do lado do roteiro, A Maldição de Chorona não encontra guarida para algo positivo, a direção também peca demais na produção. Não existe uma cena memorável e todas elas são o básico do cinema de terror. Algo que está acontecendo primeiramente temos a sensação com uma cena sem som algum. Depois, riscos, vultos, aparições e barulhos acontecem. Até que finalmente o fantasma toma forma na frente dos personagens. Jogando-os para todos os lados ou tentando afogar os filhos da protagonista. O terceiro ato, quando ocorre a batalha final é sem fôlego e ao invés de ter um clímax só de perde. É um filme fraco e ruim, muito aquém de outros longas existentes. Infelizmente, o longa na verdade é simplesmente a demonstração de que caça níquéis existem. E nas melhores franquias.