THE RAGNAROK IS COMING:
‘’The Ragnarok is coming…’’ Essa frase. Bastou somente essa frase para que o hype fosse instalado. Estava chegando. Finalmente estava chegando a sequência que eu tanto aguardei. Após o sucesso do God of War 2018, Cory Barlog disse que precisaria de pelo menos 5 anos até o lançamento seguinte. Mas, graças às bênçãos de Zeus, chegou antes do esperado.
Ragnarok prometia ser aquele tipo de sequência perfeita, onde se mantém o que deu certo, e adiciona elementos bem vindos. Mas, será que funcionou? A crítica gostou, mas e os fãs? Chegou a hora de saber! Lançado em 09/11/22, desenvolvido pela Santa Monica Studios e publicado pela Sony para PS4 e PS5. Trata-se de um jogo de ação e aventura, com elementos de RPG, e uma narrativa profunda.
O PRELÚDIO DO FIM:
Primeiramente, vamos a um breve contexto sobre a mitologia nórdica para engrandecer o conhecimento. O Ragnarok é o fim do mundo nórdico. Nele, tudo desanda. Thor enfrenta a serpente do mundo, Skol e Hati devoram o Sol e a Lua (respectivamente), Odin é morto, Asgard é derrubada por um dos Jotna, dentre outras calamidades.
Existem diversos sinais que apontam para a chegada do Ragnarok. O primeiro é a morte de Baldur, filho de Odin e Freya, pelas mãos de Loki, o deus da trapaça. E, logo depois, vem o Fimbulwinter, quase um inverno eterno, durando 3 anos consecutivos sem nenhuma pausa. Ou seja, todos os 9 reinos sentem os efeitos e percebem os sinais de que o Ragnarok está chegando! Então, a história do God of War (2018) introduz o Fantasma de Esparta nesse conceito desastroso (até porque ele chama o chaos). E é a partir dessa ideia que o jogo começa.
A FÚRIA DA DEUSA:
À primeira vista, vemos Kratos e Atreus, caçando. Porém, ao tomarem o caminho para casa, são surpreendidos por uma amargurada e totalmente decidida Freya! Ela os vem perseguindo há tempos por querer vingança pela morte do Baldur. Então, temos um embate curto e emocionante com a deusa vanir. Mas, por sorte, conseguimos escapar.
A princípio, já vemos duas adições com relação ao anterior. Temos mais quick-time events do que antes (ainda bem!) e já podemos controlar o nosso trenó! Que se parece bastante com o barco na questão dos comandos, porém, agora podemos andar rápido em terra firme também. E isso eu achei bem legal. Após um diálogo incrivelmente emocionante (que me arrancou muitas lágrimas), Kratos leva Atreus novamente para treinar, pois acha que ele não está pronto. E, agora de vez, a jornada para tentar sobreviver ao Ragnarok começa!
ENERGIZANDO AS ARMAS:
Logo de início, vamos falar do combate. Mas, é claro que, muita coisa foi mantida do God of War (2018). Então, vou me atentar somente as adições.
A primeira que me chamou atenção foi uma nova função para o botão triângulo. No anterior, ele era usado somente para chamar o Leviathan Axe de volta. Porém, agora, você pode energizar tanto o machado, quanto as Lâminas com o mesmo botão. E isso é bem legal, pois já permite um ataque elemental logo de cara! Vale ressaltar que o machado e as lâminas, vão acumular energia a medida que você bater. Mas, poder energizar instantaneamente é bem útil. Outro detalhe, é que quando o Kratos energiza as lâminas, ele gira a da direita e se você fizer alguns upgrades, esse giro pode causar um dano considerável! Então junta o útil ao agradável.
Do mesmo modo, temos outro detalhe que mudou, o Parry. Antes, em toda a saga, a gente pressionava o L1 na hora certa, e depois que o parry era feito, devíamos apertar o botão de ataque (qualquer um) para contra-atacar. Mas, mudou. Agora é necessário o L1 + L1 para conseguir o mesmo efeito. Achei mais prático por ser somente um botão. Todavia, não posso negar que custei a me acostumar! Principalmente pelo fato de ter zerado todos novamente antes do Ragnarok, minha memória muscular estava bem calibrada. Mas, depois você acostuma.
O LEGADO DAS LÂMINAS DO EXÍLIO:
Além disso, temos ainda mais adições. Existem vários movimentos novos. Os ataques rúnicos, não vou citar, porque eu ficaria horas escrevendo sobre todos, mas acreditem, são muitos! Tem para todos os gostos. Eu, particularmente, sempre uso nas lâminas os golpes que vieram diretamente da saga clássica, sou saudosista. Mas, existem muitos que são totalmente diferentes! Fica a seu gosto.
Mas, o moveset padrão do Kratos também mudou. Eles trouxeram de volta três habilidades que eu adorava: O ataque aéreo, onde podemos correr e pular já agredindo os inimigos (morria de saudade disso). O ‘’encontrão’’ que foi introduzido no God of War 3 com as Blades of Exile, onde podíamos grudá-las nos inimigos e desferir uma ombrada bem forte. Adoro esse golpe! Mesmo tendo usado ele pouco.
A LÁ DOOM ETERNAL:
Juntamente com o encontrão, temos também o arremesso de objetos do cenário, movimento esse que foi muito usado no Ascension, na batalha contra o profeta Castor. E segue tão simples quanto antes. Só precisa apertar o botão de ação (X ou O) e o objeto vai direto na fuça de quem estiver por perto. Por fim, se lembra que no God of War 2 começou a ser possível se pendurar em ganchos pelo cenário para nos locomovermos? Pois é, está de volta! Agora Kratos pode, não só se alçar para cenários elevados, como também descer por eles, e ainda executar pequenas sequências de parkour, tal qual em Doom Eternal. Isso realmente foi uma adição incrível, mas comentarei mais na hora do level design.
Por último, no quesito adições ao combate, Ragnarok trouxe um ataque novo aos inimigos. É o ataque com círculo azul. Como você deve se lembrar, no 2018 temos dois círculos. O amarelo pode ser defendido (mas também pode quebrar a defesa) e o vermelho é indefensável. Agora, o azul sempre caracteriza um ataque poderoso (normalmente em área) que pode ser interrompido ao apertamos L1 duas vezes perto do oponente. E assim, uma dica, fique sempre de olho, pois a quebra desse ataque gera uma abertura incrível que sempre é útil contra os chefões!
OS NOVE AMULETOS:
Em seguida, vamos falar sobre os upgrades que mantiveram a lógica do combate. Adicionaram coisas novas e deixaram o que deu certo. Aqui, logo de início, já vemos a primeira diferença: Atreus e Kratos tem XP separada. No God of War (2018) era preciso decidir quais habilidades você iria fortalecer. Mas, agora, ficou bem mais tranquilo. Sua consciência não pesa. E isso vale também para os ataques rúnicos. Eles possuem três níveis cada, fortalecidos com a XP respectiva do usuário.
Além disso, antes, os amuletos eram equipados nas armaduras de Kratos, conferindo a ele efeitos bônus. Cada parte comportava três amuletos, totalizando nove. Porém, isso foi modificado. Agora, você encontra um item chamado Amuleto de Yggdrasil (a árvore do mundo). Esse item tem espaço para nove amuletos e vamos fortalecendo ele a medida que o jogo progride (começa com 2 espaços). Achei bem mais prático, na verdade, e extremamente bem-vindo!
COLEÇÃO DE ESCUDOS:
Outro detalhe muito legal sobre os upgrades, é que no Ragnarok temos vários tipos de escudo! Sendo bem sincero, por essa eu não esperava. São cinco modelos diferentes e cada um com a sua própria função. Temos o de parry, padrão, um que podemos dar um soco na parte de trás para atordoar inimigos, outro que é um paredão e consegue defender todos os golpes (exceto os de círculo vermelho, claro) e em seguida contra-atacar com uma pancada no chão (esse me salvou nos chefões finais). Por fim, temos um que serve para quebrar a defesa adversária com uma ‘’leve’’ pancada no chão, e outro no qual Kratos avança contra o inimigo enquanto bloqueia o ataque, tal qual a falange espartana do Ghost of Sparta (adoro referências).
E além de podermos upar todos os escudos, também é possível equipar um Rond nele. Que, nada mais é, do que o círculo central do escudo que é capaz de fornecer atributos extras ao Kratos. E existem vários!
QUAL A SUA FÚRIA?
Mas, não para por aí! Ragnarok também trouxe mais opções para a Fúria Espartana. Temos a Cólera que é a padrão do 2018 como conhecemos, fica nervoso e espanca tudo recuperando vida. Podemos usar também a versão Bravura, onde você gasta uma parte da barra para recuperar um pouco de vida, e que, se usada antes de sofrer dano, concede saúde extra e ainda aumenta seu ataque! E, por fim, a Ira que permite a Kratos atacar com a arma que ele empunha no momento, causando dano massivo ao que estiver na frente! Além disso, se você derrubar alguém desse modo terá uma recuperação de vida. Assim, eu usei a Cólera padrão na maior parte do tempo, mas gostei demais dessa adição! Só deixou a gameplay ainda mais variada. Vale lembrar que, todas as fúrias também vão até o nível 3 e upam com a XP do Kratos.
PROVE SUA HABILIDADE!
Por último, mas não menos importante, houve uma mudança nas habilidades. Elas seguem o mesmo padrão no começo. Mas, algumas delas receberam a ‘’Prova de Habilidade’’. Que nada mais é do que uma perícia. Quando você atinge uma certa quantidade de usagem com a habilidade (o número varia entre elas), você vai liberar um símbolo de modificação.
Existem cinco símbolos ao todo: Dano, Atordoamento, Proteção, Elemento e Ímpeto. Só pode equipar um por vez na habilidade e cada uma possui três opções (ou seja, será uma combinação dentre os cinco existentes). E isso é uma recompensa muito legal por usar sua habilidade favorita!
Para fechar, gostaria de ressaltar que agora, todos os equipamentos e armas chegam até o nível 9, diferente do 2018 que as armas possuíam um limite fixo que poderiam atingir. Além disso, elas ainda mudam de aparência a cada dois níveis em média! E as relíquias também voltaram, só que agora existem umas incrivelmente poderosas! As duas que mais gostei são usadas por personagens da história. Pegue todas, porque ainda dão um troféu!
O MALDITO NOKKEN E SEUS AMIGOS:
Agora, vem a parte do mundo e desse ‘’novo velho’’ universo que foi construído. Como era esperado, vários inimigos novos foram adicionados e algumas atividades foram modificadas no Ragnarok. Então, como sempre, vamos por partes. Primeiro, os inimigos. Não tem como eu falar de todos aqui, porque também foram vários! Mas, gostaria de dar destaque para aqueles que são mais malditos. Primeiro, o que eu mais odeio: Nokken. Uma pequena criatura que canta o tempo todo e cria uma proteção aos outros monstros. Se você não matá-lo primeiro, não matará ninguém!
Além dele, temos os Dreki que matamos com uma das finalizações mais lindas que já vi, os Graoungr que parecem com o Pokemon Tauros (e possuem elementos), a Serpe que é uma galinha com calda longa e que voa, a caçadora que é um centauro fêmea implacável, e até dragões!! Tem muita coisa que você deverá reaprender, pois, cada inimigo novo requer uma estratégia diferente. Para não mencionar o fato de que, existem alguns inimigos que possuem barras elementais protegendo sua vida, e para quebrá-las é necessário atacar com o elemento oposto ao que ela representa. Se for azul, use as lâminas, se for laranja, use o machado.
FOGO NAS RUNAS:
Mas, nem só de monstros novos vive o Ragnarok. Temos também diversos itens inéditos para upgrades como: Svefnthorn, Taça de Nar, Pedaço Cristalino, Osso de Fera, Chama da Ventania, espalhados em vários cantos. E ainda, os Baús Nornir retornam, contendo as Maçãs de Idunn e os Fracos de Hidromel Sangrento. Cada um upando a vida e a fúria respectivamente. Lembrando que o upgrade é gradativo. Primeiro basta um deles para fortalecer, depois, o requisito vai aumentando. Diferente da saga clássica onde, desde o início, era preciso seis Olhos de Górgona e seis Penas de Fénix para se fortalecer. Entretanto, o modo como desbloqueamos esse baú mudou!
Antes, era necessário apenas encontrar as runas e destruí-las, ou girar um pequeno mecanismo para mostrar a runa certa, ou bater nos sinos das runas de forma bem rápida. Agora, temos um método onde temos que atacar as três runas ao mesmo tempo, e outro onde devemos acender uma chama em cima da runa para ativá-la. E, não só os puzzles com os métodos antigos foram renovados, como os novos dão uma dor de cabeça daquelas em alguns momentos! Adorei.
SKJÁLFA E AUKA:
Falando em puzzles, Atreus agora possui duas novas flechas. Ljosta da luz e Pruma do raio foram deixadas no passado. Agora temos a flecha sônica Skjálfa que atordoa inimigos (tal qual a Ljosta) e ainda destrói objetos. Também temos a Auka, que além de dar mais dano, também consegue aumentar os efeitos de gelo e fogo, servindo para uma reação em cadeia que serve para resolver vários puzzles durante a campanha!
No combate, elas possuem a mesma função das anteriores, sendo uma focada no atordoamento enquanto a outra foca no dano. Mas, no mundo, as funções são extremamente diferentes! E assim, os puzzles estão bem mais difíceis no Ragnarok do que no 2018, é impressionante. Lembra quando em Alfheim você tinha que romper algumas ‘’membranas’’ pelo mapa para liberar caminhos e itens? Pois é, aqui elas estão de volta e bem mais complicadas!
O LENDÁRIO KVASIR:
Inclusive, Alfheim conta com algumas Pedras Ancestrais que, nada mais são, do que formações rochosas capazes de refletir o machado, fazendo com que ele alcance lugares impossíveis. E isso também é um elemento na resolução de puzzles que pode te fazer agarrar bastante!
No mais, os corvos retornam também, além das missões secundárias de ajudar alguns espíritos a descansar. Como sempre, God of War traz pequenas missões com histórias interessantes. Eu recomendo muito A Maldição de Sigrun, Céu em Chamas, todas das Vítimas de Guerra e Um Funeral Viking. Mas, existem muitas para se fazer e todas te recompensam, seja com uma boa história ou uma batalha de chefão bem divertida!
Ah! E um pequeno conselho sobre a exploração. Colete todos os poemas de Kvasir! Eles são referências a várias franquias da Sony, incluindo Bloodborne, The Last of Us e Ratchet & Clank! Vale muito a pena.
BEM VINDO AOS NOVE REINOS!
Em seguida, eu gostaria de mudar um pouco, e falar do Level Design do Ragnarok. Como eu já adiantei, a possibilidade de usar as lâminas para alcançar vários lugares deu outra cara para a exploração do mundo. Eu realmente não via um level design tão bom na saga desde o primeiro God of War! Foi algo que me impressionou do início ao fim!
Mas, não foi só isso que me impressionou. Como foi dito antes, no Ragnarok seria possível explorar todos os nove reinos, ou seja, incluía os que já havíamos explorado no jogo anterior. Então, eu pensei: ‘’Bom, vão reciclar os cenários já visitados, e focar nos novos reinos’’. Como eu fui tolo.
CHEIO DE NOVIDADES:
Ragnarok não traz nenhum reino igual ao anterior. Todos os cinco reinos anteriores foram retrabalhados e estão totalmente diferentes do que vimos antes. Nada de usar sua memória para se locomover por aqui. Não vai adiantar. Midgard, Muspelheim, Niflheim, Alfheim e Helheim estão com outra perspectiva (graças aos efeitos do Fimbulwinter), levando a uma exploração totalmente nova! É muito impressionante o que fizeram aqui, de verdade.
Destaque principal vai para Alfheim, que, de forma alguma, parece o mesmo reino que visitamos anos antes. Mas, vale ressaltar também os quatro reinos seguintes: Asgard, Jotunheim, Svartalfheim e Vanaheim também receberam um tratamento belíssimo tanto graficamente quanto geograficamente! Aqui o meu destaque fica para Vanaheim que é enorme e lindo!
God of War 2018 deixava a exploração aberta focada em Midgard. Agora, temos Midgard, Vanaheim e Alfheim com áreas bem grandes. Enquanto Svartalfheim fica ali no tamanho médio. De fato, os passeios estão muito mais divertidos, seja de barco ou de trenó.
SE EU SOU FÃ, EU QUERO SERVICE:
Por último, queria exaltar os diálogos entre as viagens. Seguem tão bons quanto antes! Eu ouvi referência ao Ascension, quando Kratos diz que já foi preso pelo pescoço. Ouvi falas sobre o Deimos. E até, um momento onde Kratos diz que não treinou Atreus como um espartano, pois achava que o garoto não precisava. Além das charadas do Mimir, dentre outros momentos! Se você gostou dos papos do 2018, vai se deliciar com o Ragnarok!
Para concluir, queria deixar uma observação sobre algo que eles arrumaram na exploração. No 2018, existem várias correntes espalhadas pelo mapa que podemos chutar e descer por elas liberando atalhos. Entretanto, sempre que o Kratos chutava a corrente, ele descia automaticamente. Isso era um saco, porque você sempre queria só chutar e ir embora. Então, eles mudaram isso! Agora ele só chuta e pronto! Você decide o que faz. É um detalhe bobo, mas mostra como eles pensaram em tudo!
O GENERAL KRATOS:
Em seguida, vamos à parte que eu preciso que você se prepare. Vai lá, pega algo para comer, toma uma água, porque chegou o momento de gastar o seu português. Hora do enredo do Ragnarok. Antes de mais nada, eu gostaria de comentar sobre a subversão que esse jogo fez comigo. Como expliquei, o Ragnarok é o fim do mundo nórdico. Uma guerra brutal, pior do que a Titanomaquia. Então, eu imaginei que God of War Ragnarok, traria uma energia caótica como a que vimos no God of War 3. Iriamos presenciar deuses morrendo, gente gritando, fogo nas florestas, criança de colo correndo, Atreus atirando flechas sem rumo, Kratos arrancando cabeças, etc.
Mas não. Grande parte da campanha consiste no nosso Fantasma de Esparta tentando evitar o conflito e o Ragnarok. O homem que já foi movido pela fúria, agora usa a razão para isso (como foi estabelecido antes). E, por conta disso, a trama se desenvolve lentamente, sem um senso de urgência imediato. Tanto que, agora temos uma base de operações na casa do Sindri, e em vários momentos da história estaremos lá planejando o nosso próximo passo com cautela.
E, mesmo tendo uma das melhores batalhas iniciais de chefão da saga (você sabe que é tradição, né?), as coisas esfriam rapidamente para dar lugar ao desenvolvimento dos personagens e para mostrar os efeitos do Fimbulwinter.
O PONTO DE VIRADA:
Todavia, existe um ponto de virada envolvendo Kratos e Atreus. Depois desse momento, fica impossível você parar de acompanhar essa história. A título de comparação, eu fiz quase todas as missões do God of War (2018) antes de zerar. Porém, o Ragnarok criou uma problemática que tornou impossível o desfoco. É muito difícil você parar de pensar nos problemas que estavam ocorrendo e não querer muito resolver!
Mas, eu realmente não esperava uma história tão boa, com um desenvolvimento tão bom quanto o que foi apresentado aqui. No final, acabei chorando 3x durante o jogo e soltei várias onomatopeias comemorativas em batalhas-chave da história. Realmente foi um trabalho primoroso feito aqui.
O SORRISO:
E, vou adiantar que, o final desse jogo é simplesmente perfeito. Como você deve se lembrar, existem algumas profecias, e eles usam isso para nos dar uma ótima lição sobre destino, amizade, amor e sobre nossas atitudes. Não vou mentir, eu sinto falta do Kratos agressivo, matador de deuses (como disse o Thor). Mas, é muito gratificante ver esse deus da guerra sábio e sensato, botando (como sempre) seu lado estrategista para funcionar. Porém, dessa vez, movido pelo amor. Pela primeira vez, eu vi Kratos chamar alguém de amigo!
Ragnarok venceu o prêmio de melhor narrativa e o Christopher Judge venceu melhor ator, pela atuação do Kratos. E foi, sem dúvida, duas das premiações mais justas que eu já vi! Os momentos entre Kratos e Atreus, vão te trazer diversas emoções durante toda a campanha, e a motivação dos dois para fazerem o que fazem é totalmente crível. E, pela primeira vez depois de Chains of Olympus, você verá Kratos sorrir!
UMA TRILHA EMOCIONANTE:
Por fim, vamos à parte técnica do Ragnarok. Como eu já adiante o level design, não preciso mais comentar. Então, começarei pela trilha sonora. E meus deuses, que trilha! O jogo traz uma trilha simplesmente inexplicável. Emocionante em todos os aspectos, seja no lado mais triste, seja no mais agitado. É realmente impressionante! Além disso, notei um fato curioso. Quando estamos no ambiente de floresta, temos uma trilha que lembra muito Uncharted 1, e isso me deixou extremamente feliz.
Outro detalhe importante está nos gráficos. Como você sabe, essa review foi feita na versão de PS4. Como o jogo é cross gen (lançado para PS4/5), algumas pessoas se preocupam em como o jogo se sairá na sua versão ‘’mais fraca’’. Aqui posso tranquilizar você. O jogo roda perfeitamente no PS4, tal qual o 2018. O máximo que vi, foi um delay de render de 1 segundo na porta da casa do Sindri. Fora isso, alguns inimigos humanos sofrem de um pequeno glitch onde seu corpo pisca ao serem partidos ao meio.
FAZENDO BONITO NO PS4:
No mais, o jogo rodou liso, sem fazer meu PS4 parecer que iria voar (Doom 2016 força ele muito mais), e com gráficos simplesmente estonteantes! É cada paisagem, cada finalização, cada close de cair o queixo! E ainda, o jogo segue com aquela política de Plano Sequência, onde não existem cortes. Tudo é mostrado em apenas um take, deixando as cenas incrivelmente imersivas!
Porém, não posso dizer que me impressionei do jogo rodar tão bem no PS4, por ser a mesma engine do 2018, e eu confiar totalmente na Santa Monica. Entretanto, existiam algumas pessoas que tinham essa preocupação e é compreensível. Todavia, a verdade é que mesmo que você tenha um PS5, vale mais a pena comprar a versão de PS4 que é mais barata, pois não tem nada de mais na versão de ‘’nova geração’’ que valha o valor extra!
E, para fechar, gostaria de exaltar a dublagem brasileira. Eu ainda acho a dublagem de The Last of Us a melhor de todos os tempos. Porém, a do Ragnarok me surpreendeu muito no Thor e no Odin! Foi um trabalho espetacular, e essa acessibilidade, com qualidade, sempre deve ser exaltada.
A JORNADA EM VALHALLA:
Um ano depois do seu lançamento, God of War Ragnarok acabou recebendo uma DLC gratuita! Com o nome de Valhalla, ela mostra a jornada de Kratos após os eventos do Ragnarok quando ele recebe uma carta misteriosa dando-lhe instruções para chegar até Valhalla e assim, ele o faz!
Então, chegando lá, ele descobre uma sequência de testes onde ele vai ter que dominar a si mesmo para poder se entender melhor, superando assim todos os seus traumas! God of War Ragnarok: Valhalla, traz um estilo de jogo conhecido como roguelike. Aqui, você precisa superar os desafios, ficando cada vez melhor a cada tentativa!
Ou seja, cada vez que você morrer ou finalizar a jornada, upgrades permanentes estarão disponíveis e você voltará ainda mais forte e preparado! Além disso, aqui, nós não levamos nenhum equipamento ou ataques rúnicos (nem amuletos) do jogo base! Tudo será disponibilizado para você durante a jornada!
APROVEITANDO O COMBATE:
Valhalla pega todo aquele ótimo combate do Ragnarok e foca nele, trazendo uma história cheia de referências e surpresas de tirar o fôlego para quem é fã da saga! É uma opção excelente, tanto para quem quer ver mais da história, quanto para quem só quer aproveitar o combate viciante que esse jogo traz!
Sinceramente, eu não sei como essa DLC veio de graça (PS4/PS5), por ela carrega muito conteúdo com seu fator replay típico do gênero roguelike! Se você é fã da saga, e joga desde dos clássicos, vai se emocionar (e muito) com a aventura em Valhalla! No jogo base leva em torno de 26 horas para zerar, e podendo chegar até 53 horas, mais ou menos, para fazer tudo. Já Valhalla, traz uma média de 6 horas para zerar, e pode chegar até 9 horas para atingir o 100%.
CONCLUSÃO:
Em síntese, God of War Ragnarok entra para o hall das sequências perfeitas. Ele manteve todos os elementos que deram certo no anterior e adicionou vários aspectos que elevaram o que já era bom. Tem uma gameplay viciante, com novos ataques rúnicos, novas armaduras, novos movimentos, novas relíquias e artefatos, além de vários inimigos inéditos. Traz também, muitos chefões grandes e poderosos, com batalhas incríveis.
Além disso, vem com um dos melhores level designs da saga! Uma trilha sonora absurdamente memorável e gráficos belíssimos no PS4. Conta com várias missões interessantes, novos colecionáveis e muitas referências não só aos jogos da saga, como a outras franquias da Sony.
É realmente uma das obras-primas do Playstation e um dos (se não O) melhores jogos do ano. Fecha com chave de ouro o ciclo dos exclusivos de PS4, e também a história do nosso querido Fantasma de Esparta que vem a 17 anos na estrada, passando por perdas, remorso, desespero, guerras, perdão, e agora, por paz! Como diria o Kratão: ‘’Não se desculpe. Melhore’’
Números
God of War Ragnarok
Assim como God of War 2, God of War Ragnarok se tornou aquela sequência perfeita, onde mantém tudo que deu certo no original e acrescenta algumas novidades que são sempre bem-vindas em qualquer jogo! Tem uma história emocionante, uma ótima trilha sonora, um combate primoroso e um level design extremamente satisfatório!
PRÓS
- Jogabilidade tão boa quanto o anterior e ainda trazendo novidades
- Trilha sonora maravilhosa
- Ótimo level design
- História muito emocionante e com várias cenas memoráveis
- Inimigos novos bem legais juntamente com as batalhas de chefão
- DLC Valhalla sendo um presente para os fãs
- Puzzles muito interessantes