A cultura da reciclagem!
Como você deve ter percebido, a indústria dos jogos tem sido inundada com uma enorme quantidade de relançamentos. E isso não é de hoje. Seja pela Sony, Nintendo ou Microsoft, todo ano, somos ‘’agraciados’’ com algum jogo familiar. Mas, isso ocorre de formas diferentes para os jogos, podendo ser Ports, Remasters ou Remakes. E, graças a essa quantidade exagerada, acabou nascendo uma duvida sobre qual é qual. Portanto, a ideia desse artigo é esclarecer um pouco e aliviar a sua confusão! Então segue o fio…
O Port.
Primeiramente, vamos ao mais básico dos três, o Port. A questão aqui é bem simples, pois um port nada mais é do que quando um jogo é portado de uma plataforma para outra, seja com uma resolução maior ou não. Por exemplo, o fúngico The Last of Us, da Naughty Dog, foi lançado em Junho de 2013 para PS3. Porém, no mesmo ano a Sony lançou o PS4 que não conta com retrocompatibilidade com o PS3. Ou seja, você não poderia jogar os jogos que já tinha no console novo da Sony.
Então, para suprir essa demanda (e faturar uma grana), a Sony fez um Port de The Last of Us para PS4, com os mesmo gráficos, mesma história, mesma jogabilidade, mesma trilha sonora. Era tudo igual, porém com uma resolução maior. E então posso citar outros exemplos, como The Legend of Zelda: Skyward Sword para Nintendo Switch, que é um Port da versão de Nintendo Wii. Ou também o Donkey Kong Tropical Freeze que é um Port do jogo de WiiU.
Vale ressaltar que podem existir ports trabalhados com conteúdo extra, como Super Mario 3D World, por exemplo. Nesse caso, eles subiram a resolução e mudaram a velocidade padrão dos personagens, além de algumas pequenas mudanças na interface e a adição de uma expansão. É, um dos melhores Ports já feitos, inclusive!
O Remaster.
Em seguida, temos os Remasters. Aqui a coisa começa a ficar mais complicada. A grande diferença é que nesse caso, os gráficos sofrem uma remasterização considerável. A ponto de você bater o olho e saber que se trata de outra versão. Porém, é somente isso, uma repaginada gráfica e nada mais. Assim como o Port, ele não traz mudança na jogabilidade, ou história, ou trilha sonora. É exatamente o mesmo jogo, só que com gráficos atualizados para quando ele foi lançado.
Por exemplo, Shadow of the Colossus (PS4), novamente The Last of Us (PS5), Demon’s Souls (PS5), Gears of War Ultimate Edition, Metroid Prime Remastered, Crash ‘n Sane Trilogy, e varios outros. A ideia do Remaster é trazer algo que você gosta, com uma roupagem mais agradável aos olhos e, as vezes, com umas pequenas melhorias na jogabilidade.
Basicamente, o Remaster irá repetir a experiência que você teve, por isso que, se você já possui a versão original, acaba sendo redundante comprar a versão remasterizada, por se tratar da mesma jogatina. Mas, claro que existem Remasters tão lindos que parecem Remakes, como Metroid Prime, Demon’s Souls, Crash e Halo 1 da Masterchief Collection.
O Remake.
Por fim, temos o suprassumo dos relançamentos: Os Remakes! Bom, os Remakes começam iguais aos Remasters. Ou seja, trazem gráficos bem atualizados e perceptíveis. Entretanto, sua principal diferença (e qualidade) está no seu conteúdo. A ideia do Remake é refazer a experiência do jogador e principalmente, lançar uma versão definitiva daquele jogo. Fazendo com que, de forma prática, não seja necessário que você revisite o antigo nunca mais.
Por exemplo, Resident Evil 1 Remake, Resident Evil 4 Remake, Crash Team Racing Nitro Fueled. Que são jogos onde os desenvolvedores pegaram todos os elementos dos originais e adicionaram conteúdos extremamente relevantes. Seja na história, ou acrescentando personagens, músicas, etc. São as versões finais, que trazem, inclusive, mudanças no level design (Resident Evil 4 Remake fez isso com maestria). É o tipo de jogo que, você pode ter zerado o original 10x, mas quando jogar o Remake, você ainda vai se surpreender!
Mas qual vale a pena?!
Então, isso fica a seu critério. Pois, depende da sua vivencia. Na minha visão (que pode ser diferente da sua), se eu nunca joguei o jogo seja por nunca ter tido o console, ou porque na época não me interessou, tanto o Port, quanto o Remaster são válidos. Cito de exemplo Super Mario 3D World, que, por não ter um WiiU, acabei não jogando. Mas pude aproveitar no Switch.
Ou então, o Crash N Sane Trilogy, que eu zerei muito o 2 e o 3, mas o 1 não consegui quando criança. Então, comprei a trilogia numa promoção e pude finalmente zerar o primeiro e rejogar os outros dois. Porém, se for algum jogo que eu tenha zerado várias vezes, eu só compro se for um Remake. Cito o exemplo do Shadow of the Colossus. Zerei bastante no PS2. Quando comprei o PS3, também peguei o Port em HD (por vir com ICO junto também, que eu não havia jogado) e zerei novamente. Mas, o remaster no PS4 não me interessou pois ia me entregar a mesma experiência que eu já vivi várias vezes.
Diferente do Crash Nitro Fueled, que, joguei no PS1, depois no PS2 (via retrocompatibilidade) e ainda comprei o Port no PS3 (amo muito esse jogo). E, mesmo assim, comprei o Remake, porque vi que teriam pistas novas, muitos personagens novos, modo online, customização grande dos veículos e isso me fez pensar ‘’beleza, é uma experiência bem diferente e definitiva’’. Ou seja, depende do que você gosta e prioriza. E claro, da grana a disposição em seu bolso.
Conclusão.
Em síntese, esse artigo não tem a intenção de ser dono da verdade. A ideia aqui é mais te explicar as diferenças dentre as versões, para que, quando você for investir o seu dinheiro, saiba exatamente o que está comprando. Não é errado você já ter zerado The Last of Us várias vezes no PS3, depois comprar o Port de PS4, zerar mais vezes e ainda comprar o Remaster de PS5 e zerar ainda mais! Não é desperdício se te diverte!
Porém, uma coisa que eu vejo muito, são empresas como a Sony não sendo muito claras na hora de vender o produto. Claro que, todo mundo tem que exaltar seu produto. Mas, falar que um remaster é feito do zero e que traz uma experiência única, chega ser sacanagem. Ah! E detalhe, você reparou que citei muito menos Remakes nos exemplos do que Ports ou Remasters?! É porque Remake dão muito mais trabalho. Não é um simples copia e cola. Requer uma reinvenção de uma fórmula já consolidada que você mesmo criou! Eu realmente exalto bastante os bons Remakes pois eles merecem.