SABE DE UMA COISA, UTIVICH? ACHO QUE ESSA PODE SER MINHA OBRA-PRIMA!
No Brasil, fazer apologia ao Regime Nazista é crime. Pelo menos é o que diz a Lei 7.716 de 1989. Porém, é a Alemanha uma das nações mais rígidas no que se refere à divulgação ou ao uso de imagens do Terceiro Reich, o que faz com que games, como os da franquia Wolfenstein, da Bethesda, sofram com modificações em território alemão. Mesmo com os inúmeros relatos históricos dos crimes perpetrados, a saudação nazista parece se tornar comum em certas cúpulas governamentais. E, para lembrar a todos que não existe discussão sadia entre nazistas e pessoas normais, e sob o espírito de Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009), um seleto grupo de títulos disponíveis aos jogadores são exemplos para descer o cacete em nazistas, seja numa guerra distópica como em Wolfenstein 2: The New Colossus, uma simulação da realidade como Call of Duty: WWII ou a espionagem de The Saboteur.
#1 WOLFENSTEIN 2: THE NEW COLOSSUS (2017), DA MACHINE GAMES E BETHESDA.
Não há como começar qualquer lista de games que descem a porrada em nazistas e não mencionar a franquia que se tornou parâmetro nessa caçada. Wolfenstein nasceu em 1981, e desde então se transformou na melhor propaganda contrária desse regime. Wolfenstein 2: The New Colossus é a continuação direta de The New Order, de 2013, e coloca o jogador na pele de William Blazkowicz, um espião americano com descendência polonesa e judia. Aqui, o mundo é distópico, os eventos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foram vencidos pelas forças do Eixo. Frenético, sendo um título de tiro em primeira pessoa, os suecos da Machine Games não pouparam esforços em trazer mecânicas rápidas e um detalhamento gráfico digno da idTech 6, a engine do game. Multiplataforma absoluto, Wolfenstein 2: The New Colossus obteve o prêmio de Game de Ação no The Game Awards de 2017, provando sua qualidade.
#2 – INDIANA JONES AND THE GREAT CIRCLE (2024), DA MACHINE GAMES E BETHESDA.
Como prova viva de que sabe como ninguém colocar nazistas para descer o cacete, a Machine Games também é responsável pelo game Indiana Jones and The Great Circle, um dos mais suntuosos títulos de 2024 em termos gráficos e de qualidade. Produzido com uma engine própria com base na franquia Doom, Indiana Jones leva o arqueólogo mais conhecido do cinema para o entretenimento eletrônico. Aqui, os nazistas continuam sendo um problema, como em Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981). Porém, ao invés da Arca da Aliança, temos um círculo espalhado pelo globo terrestre de enorme poder. Que se cair nas mãos do Reich Alemão, poderão controlar o mundo. Uma jornada em primeira pessoa, Indiana Jones and The Great Circle está disponível para a linha Xbox Series e o PC, com lançamento confirmado para o PlayStation 5 em algum momento de 2025.
#3 – SOUTH PARK: STICK OF TRUTH (2014), DA OBSIDIAN ENTERTAINMENT E UBISOFT.
Indo para títulos com a temática RPG, temos o acréscimo de humor ácido e muitas vezes antiético de South Park, a série animada norte-americana para o público adulto. Produzido pelos californianos da Obsidian Entertainment, South Park: Stick of Truth começa de maneira peculiar. Escolhendo os arquétipos tradicionais de um título de RPG, o game se torna completamente descontrolado quando as missões se tornam ainda mais incômodas e surreais. Ao ponto de envolverem não somente alienígenas, como também a temática do aborto e, obviamente, nazistas. Ou até mesmo a junção de ambos, como um bebê abortado nazista. Diante o seu humor controverso, que não deixa sequer escapar a religião islâmica, South Park: Stick of Truth sofreu censura em determinados locais, como na União Europeia. Mesmo assim, o título pode ser lançado ao redor do mundo, com algumas mudanças caricatas e se encontra disponível como um multiplataforma.
#4 – THE SABOTEUR (2009), DA PANDEMIC STUDIOS E ELECTRONIC ARTS.
Metal Gear Solid, clássica franquia da Konami é uma amálgama do estilo stealth. Porém, essa essência também se encontra em The Saboteur, game produzido pela extinta Pandemic Studios no qual o jogador se encontra mais uma vez na Segunda Guerra Mundial. No caso, após a Queda de Paris (1940). Contudo, é nesta França Ocupada que o jogador assume as vestes de Sean Devlin, um mecânico e piloto irlandês que se une a Resistência Francesa. Com uma carga de ação menor e com mais elementos de estratégia, esse é um título de mundo aberto onde o jogador deverá não somente assassinar nazistas como também implantar explosivos em lugares-chave, nas famosas táticas de guerrilha. Esse estilo, inclusive, foi comparado com títulos já lançados quando de sua distribuição, como Grand Theft Auto III, de 2001. Sendo multiplataforma, seu lançamento ocorreu em 2009 para PlayStation 3, Xbox 360 e PC.
#5 – CALL OF DUTY: WWII (2017), DA SLEDGEHAMMER GAMES E ACTIVISION.
Poucas são as franquias de guerra que conseguem resistir às areias do tempo. E Call of Duty parece ser uma delas. Retornando aos eventos da Segunda Guerra, Call of Duty: WWII, produzido pela californiana Sledgerhammer em engine própria segue os eventos da Frente Ocidental. Além disso, é um dos primeiros da franquia em apresentar campos de concentração em seu modo campanha. Logicamente, como um game de tiro em primeira pessoa, Call of Duty: WWII apresenta suas melhores características no modo multiplayer, como seu sucessor Black Ops 6, de 2024, onde o frenesi é ainda mais potente. Inclusive, o game conta com um Modo Zumbi, onde é possível descer o cacete em soldados do Terceiro Reich zumbis. Sucesso comercial que rendeu mais de um bilhão de dólares, o título é um daqueles lançados antes da compra da Activision pela Microsoft. Desta forma, está disponível no PlayStation 4, Xbox One e PC.
#6 – BLOODRAYNE: BETRAYAL – FRESH BITES (2021), DA WAYFORWARD.
A franquia Bloodrayne nasceu com as amarras focadas na destruição do Regime Nazista, contendo elementos sobrenaturais e vampirescos. Assim, na pele de Rayne, uma dhampir, ou seja, metade vampira, metade humana, o jogador deve conter o advento de criaturas diabólicas, assim como o anseio do Terceiro Reich por relíquias místicas. Algo inclusive historiograficamente aceito. Entretanto, Bloodrayne: Betrayal, produzida por outra californiana, dessa vez a WayForward, acaba apresentando algumas mudanças, tornando o título mais distinto para meter o cacete em nazistas. Assim, com uma abordagem que mistura hack’n’slash e plataforma, com uma peculiar dose do estilo Metroidvania. Não por menos, o título acaba tendo diversas criaturas para serem aniquiladas, sendo algo obrigatório para se evoluir nos níveis e nos capítulos do título. Lançado originalmente em 2011, o título ganhou uma versão reformulada em 2021 com o subtítulo Fresh Bites, sendo mais um game multiplataforma disponível aos jogadores.
E ENTÃO, VOCÊ JÁ DIALOGOU COM ALGUÉM HOJE?
Cersei Lannister, uma das personagens de Game of Thrones (2011-2019), certa vez escolheu a violência para alcançar seus objetivos, o que incluía o Trono de Ferro. Em uma sociedade moderna e minimamente civilizada, há o inócuo debate entre liberdade de expressão e criminalização de certas ideias. Mas tudo deve ter limite, sendo o nada absoluto. Historicamente, o Regime Nazista não possui outro adjetivo senão o hediondo. Assim, não existe muito o que dialogar com seus mais afetos defensores, seja na mais simples tentativa de normalizar condutas. É por isso mesmo que existem títulos de franquias tão consagradas, como Wolfenstein e Call of Duty para colocar as coisas em seus devidos locais. Pelo menos no mundo dos games, de The Saboteur até Indiana Jones, passando por South Park e Bloodrayne, o jogador tem inúmeras formas de dialogar, mas através do grande porrete.
A lista mais satisfatória dos últimos tempos <3
Sem dúvida, é aqui que a gente percebe como devem ser tratados uma certa galera por aí. E já cansado de ser tão bonzinho!