A cópia de um clássico
Back 4 Blood chegou com a proposta de ser uma alternativa mais moderna para os fãs de Left 4 Dead 2 (que inclusive possui uma base bem ativa de jogadores, mesmo tendo sido lançado em 2009). Seguindo a mesma lógica, ele deixou os fãs do clássico com olhos atentos. Mas, será que ele ao menos chega perto da sua inspiração? Lançado em 07/10/21, sendo desenvolvido Turtle Rock Studios e publicado pela Warner Bros. Games para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S|X e PC. Trata-se de um jogo de tiro em primeira pessoa, com ação cooperativa e cheio de zumbis.
Direto ao ponto
Back 4 Blood começa direto no acampamento. De lá, nós podemos fazer um pequeno tutorial e já começar a campanha. E nela, vemos os sobreviventes em uma ceninha bem genérica que não explica nada, mas serve para colocar a gente direto na ação, e é assim que o jogo começa! Primeiramente, vamos aos controles. Back 4 Blood aposta na simplicidade. Ele não traz nada que você não tenha visto em qualquer FPS. Você pode mirar, atirar, correr, agachar, arremessar granadas, se curar, pular, tudo bem básico. Porém, por ser simples, ele acaba trazendo uma boa gameplay! Eu diria que é um dos melhores aspectos do jogo inteiro. É realmente divertido atirar na cara dos zumbis.

Dando uma de Legolas
Além disso, o jogo traz uma boa variedade de armas. Como base, nós temos o padrão que são pistolas, rifles, shotguns, etc. Mas, cada classe possui uma boa quantidade de variedades, sendo que todas elas possuem skins que podem ser liberadas também. Sem falar nos upgrades que vamos conseguindo durante a campanha, que podem ser mira, pente, bocal, entre outros. Um detalhe simples, mas importante, é que Back 4 Blood mantém o sistema clássico de cores, tanto para as armas quanto para os upgrades. E isso vale até para as armas corpo-a-corpo e para os arcos (que são ótimos já que não gastam munição).

Jogando cartas com os zumbis
Agora, um ponto interessante do Back 4 Blood é o sistema de baralho. Ao começar o jogo, somos presenteados com um baralho iniciante. Esse baralho traz algumas cartas e essas cartas vão te conceder vantagens em cada jornada. Funciona assim: ao fim de cada missão, ganhamos pontos que podem ser trocados por cartas novas (juntamente com skins e outras coisas). Com isso, vamos juntando cartas de diversos tipos (como combate e cura) e podemos montar nosso baralho.
E os efeitos são incrivelmente variados, indo desde melhorar a cura, até aumentar o dano ou a capacidade de munição. Back 4 Blood acaba sendo um jogo que, em teoria, você vai acabar jogando várias vezes o mesmo ato com os amigos. Por isso, a ideia é você ir juntando pontos e modificando seu baralho a cada partida até encontrar a ‘’build’’ ideal. Sem falar que cada personagem possui suas próprias características. Eu, por exemplo, joguei com um que focava em dano, mas você pode escolher um mais resistente ou um que cura e isso tudo pode ser combinado com o seu baralho! Inclusive, se atente às cartas corrompidas de cada missão! Elas estão lá para te atrapalhar.

Variedade mínima
Ao passo que falei das armas, quero comentar do que podemos encontrar nos mapas. Back 4 Blood traz como pior defeito, a pouca variedade de inimigos. Temos poucos zumbis para enfrentar e isso acaba cansando rapidamente, mesmo com o combate divertido. O jogo é dividido por fases lineares e temos pouca coisa para encontrar. Existem uns bonecos que parecem um Funko que são legais, e algumas portas trancadas que podemos abrir com ferramentas. No mais, temos pequenas bobagens como uma mochila que gera um bônus caso você consiga finalizar a fase com ela no inventário. Tudo bem simples e sem graça.

Existe para que?!
Em seguida, vamos para a história. A campanha de Back 4 Blood é dividida em Atos e os atos dão continuidade numa falsa história. E essa trama é tão chata, tão mal feita, que era melhor nem existir. Por vezes, a gente se depara com uma ceninha dos personagens conversando várias coisas desinteressantes e falando que devem sobreviver e matar os infectados. Sinceramente, não tem nenhum personagem que seja sequer mediano! Todos sem um pingo de carisma e com zero personalidade. E isso vale para os chefões também! O mais memorável é o último e mesmo assim é só porque ele encerra o jogo. Muito fraca mesmo essa história!

Tem sua beleza
Por fim, vamos ao lado técnico de Back 4 Blood. Visualmente, o jogo é bem interessante! Possui ceninhas bem bonitas, bons efeitos e gráficos bem legais! Infelizmente, a variedade de cenários é baixa, mas eles são bonitos, e as armas também! Já sobre a trilha, ela é uma trilha de ação e acaba cumprindo o seu papel. Claro que acaba sendo esquecível no fim das contas, mas não é péssima.
Por último, temos o level design. Os mapas são incrivelmente simples e a exploração é totalmente sem graça. E tudo isso pode acabar passando batido porque você vai estar se preocupando em atirar nas coisas. Mas, tem mapa feito para você ficar caindo na água durante uma batalha de chefão, por exemplo, somente para facilitar a sua morte e isso é bem ridículo.

Conclusão
Em síntese, Back 4 Blood traz bons gráficos e uma gameplay simples e divertida. Porém, ele acaba pecando em um level design fraco, trilha sonora esquecível, na pouca variedade de inimigos e na história que era melhor não existir. Com uma campanha que pode ser finalizada em 12 horas, mas pode chegar até 97 horas para quem quiser fazer tudo disponível! O jogo ainda conta com dois atos extras (5 e 6) que podem ser adquiridos via DLC, mas adicionam pouco tempo de campanha. Infelizmente, ele não chega nem perto do charme e da qualidade de Left 4 Dead 2. É aquele tipo de jogo que só vale a pena se você for jogar com seus amigos e, mesmo assim, vocês conseguem achar coisa melhor…
Números
Back 4 Blood
Back 4 Blood traz bons gráficos e uma gameplay simples e divertida. Porém, ele acaba pecando em um level design fraco, trilha sonora esquecível, na pouca variedade de inimigos e na história que era melhor não existir.
PRÓS
- Gameplay simples, mas funcional
- Gráficos bonitos
- Boa variedade de armas
CONTRAS
- Level design bem fraco
- Trilha sonora esquecível
- Inimigos genéricos e repetitivos
- História irrelevante