Para os judeus, o Dybbuk é um espírito perigoso. Traduzido como “aquele que agarra”, trata-se de uma figura maligna condenada a vagar pelo mundo dos vivos. Uma caixa em especial é creditada por ser a prisão de um Dybbuk, e ficou conhecida por ser assombrada.
A cultura judaica é uma farta fonte de história, tenebrosas ou não. Até mesmo a franquia Pokémon usou da criatura bestial Behemoth para a criação de Groudon, o lendário terreno de Hoenn. No entanto, os filmes de terror, com o intuito de assustar com o sobrenatural pegam as histórias mais cavernosas e a transformam em filmes. Alma Perdida de 2009 e Possessão de 2012, embora distintos tem a origem na mesma criatura; um Dybbuk. Oriundo dessa cultura, trata-se de um espírito malévolo que está preso a terra. Não por menos, a tradução do hebreu para este nome é “aquilo que adere” ou “aquilo que agarra”. Algo com certa similaridade ao “encosto”. Para prender um espírito desse, é necessário uma caixa especialmente feita com essa finalidade.
E é então que entramos na história ao qual ambos os filmes se basearam (Alma Perdida levemente). A lenda conta que em 2001, no estado americano do Oregon um jovem comprou de uma venda de garagem uma caixa de madeira. Ela tinha pertencido a uma sobrevivente do Holocausto na Polônia durante os eventos da Segunda Guerra Mundial. Como tinha acabado de falecer, a família decidiu vender parte de seus pertences, e em conjunto, a bendita da caixinha. O jovem então a comprou, não sendo alertado que a caixa teria, em seu interior aprisionado um desses espíritos, um Dybbuk.
Com preguiça de ler toda toda a matéria? Não devia mesmo, afinal, essa curiosidade é assustadora e devia ser lida. Mas se quer realmente saber um resumo sobre Dybbuk, uma criatura maligna do folclore judaico, então veja:
Dybbuk, no hebreu significa “aquilo que adere”. Na verdade, a lenda conta que é o espírito pecador que não recebeu as bençãos divinas. Sendo assim, ele vaga incansavelmente até que encontre um refúgio no corpo de uma pessoa viva.
A história que deu Origem dos filmes Possessão e Alma Perdida se baseia em uma lenda urbana. Conta-se que, através de uma venda de garagem, um jovem americano comprou uma caixa, a Caixa Dybbuk. O estranho artefato tinha escrituras em hebreu e foi aberto pelo rapaz, que começou a presenciar fenômenos paranormais.
Depois disso, a Caixa passou pelas mãos de diversas pessoas, sendo vendida no e-Bay, até chegar a um médico no Missouri no ano de 2004. Somente a partir dele, com um exorcismo judaico é que foi possível colocar a criatura de volta na caixa. E a Caixa foi aprisionada em outra caixa, como uma forma de aumentar a proteção contra o espírito inquieto.
Ao levar para sua loja e abrir a caixa de madeira o jovem encontrou os seguintes objetos. Dois centavos dos anos de 1920, uma mecha de cabelos loiros, uma mecha de cabelo preto, uma pequena estátua de pedra com a palavra Shalom em idioma hebraico. Além deles, tinha ainda um cálice de vinho, um botão de rosa e um suporte de vela. Depois da abertura, o jovem comprador relata ter tido pesadelos terríveis com uma “coisa” que parecia querer estrangulá-lo a noite. Eventos também foram relatados por sua funcionária. Eram vidros se quebrando repentinamente, odores desagradáveis que surgiam, lâmpadas queimavam e oscilavam. Ela se demitiu por não aguentar conviver com o trabalho depois da abertura da caixa.
Mesmo com os pesadelos, o homem ainda estava cético sobre a possibilidade de estar sendo assombrado por um Dybbuk. Ele nem mesmo sabia o que era. Contudo, passou a considerar a hipótese de vender ou dar de presente a caixa assombrada para alguém. Deu de presente então para a sua mãe, em uma amostra de ótimo filho que era. A mulher dias depois teve um derrame que paralisou metade de seu corpo. Comprovando a malignidade da caixa, o homem começou desesperadamente a buscar um comprador. Então ele criou um leilão no E-Bay para a caixa. E ele conseguiu compradores. O primeiro foi um universitário do Missouri, que não ficou com a caixa muito tempo. O segundo, um médico, também do mesmo estado americano.
Os dois futuros donos relataram sintomas similares, e alguns além; além de cheiros fétidos depois de terem em posse a bendita da caixa, eles relataram queda de produtividade, uma fadiga intensa e pesadelos recorrentes com uma entidade velha. Um deles, o estudante, relatou inclusive perda de cabelo. Pelo ceticismo de não acreditarem realmente na história e por terem comprado a caixa para “saber se era realidade”, os dois compradores se juntaram e buscaram respostas ao vendedor original. Foi então que retornando a casa da falecida mulher polonesa, a família os revelou a verdadeira história por trás da caixa. E do contato da finada com um espírito maligno, um Dybbuk.
Conta-se que, por volta dos anos quarenta, era comum no Leste Europeu, uma febre na verdade, o mundo sobrenatural. Tabuleiros Ouija ou similares eram um jogo divertido para pessoas que queriam o contato com o outro mundo. Uma dessas pessoas que buscaram esse jogo foi a velha senhora dona da futura caixa sombria. Ela, em conjunto com algumas amigas brincaram com um ritual de invocação, e do outro mundo uma entidade inumana surgiu. Ela pediu para que as meninas a libertassem do mundo das trevas, algo que as meninas permitiram. Assim sendo, elas abriram as portas ao que, os parapsicologistas acreditam ser as duas leis que regem o mundo sobrenatural. A Lei da Atração e a Lei do Convite. Elas chamaram a atenção e permitiram que a criatura entrasse em suas vidas.
Embora com o pensamento positivo de acabar com o sofrimento de seu povo durante a Segunda Guerra, as mulheres na verdade liberaram uma criatura que não queria nada disso. Percebendo tarde demais que mexeram com algo acima do sombrio, elas tentaram um ritual de aprisionamento do espírito obsessor, o Dybbuk, mas sem sucesso. De 1938, ano em que é creditada a primeira brincadeira com o espírito até 1945, as meninas passaram a conviver com a entidade. Somente depois da Guerra é que uma delas conseguiu selar a criatura em uma caixa de madeira. Assessorada é claro por uma rabino. Essa caixa então deveria ficar para todo o sempre selada, e caso a mulher morresse deveria ser enterrada com ela. O que não foi feito pois isso vai contra as leis judaico-ortodoxas.
Voltando ao século XXI, o mais recente dono da caixa, o médico do Missouri ficou pasmo com a descoberta, e buscou resposta em como terminar com a maldição. Disseram-lhe que não adiantaria queimar a caixa, o que seria pior já que o espírito não seria preso e buscaria algo para grudar, provavelmente a sua alma. Tentou-se um enterro formal, com um grupo de orações e tudo mais, porém também sem efeito. Somente com um ritual de exorcismo em 2004 é que a criatura novamente foi aprisionada, selada em sua caixa. O médico após esse evento parou de sentir os estranhos acontecimentos. Por força de se manter distante dos espíritos, a caixa foi aprisionada em outra caixa, de madeira e folheada a ouro e enterrada por ele, em um local que somente o médico sabe onde está.
É claro que essa lenda não passa pelo crivo dos mais céticos. Mesmo não colocando os nomes dos compradores nem da família original, ambos passaram por entrevistas. A caixa foi leiloada pelo E-Bay, e, para angariar popularidade, uma história como essa com toda certeza geraria burburinho. Afinal, não é de todo dia que objetos servem como aprisionamento de um Dybbuk ou de qualquer espírito. Mesmo assim, a questão do espírito, nos termos judaicos é real. A existência deles é creditada no folclore judeu. Espíritos que normalmente se aderem aos seres vivos com o único intuito, por estarem mortos e querem a vida de outros. O alerta fica. Mesmo se você for cético, não aconselhamos a brincar com o sobrenatural.
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Você sabia que existe no mundo um Museu destinado a coisas macabras? Sim. Trata-se do Museu Oculto dos Warren, dos conhecidos investigadores americanos Ed e Lorraine Warren.
Morador de Japeri – RJ (Baixada Fluminense para os mais íntimos). Bacharel em Ciências Econômicas pela UFRRJ e Pós Graduando em Defesa Nacional pelo IMES. Outrora Agente Administrativo, agora Auditor Federal. Campeão da Região de Johto e Herói de Hyrule. Fundador do Guariento Portal, site destinado a curiosidades e críticas de filmes e jogos em geral.