Bandeiras são usadas como símbolos de nações. Seja em âmbito civil como militar, terrestre, aéreo ou naval. É possível, apenas observando os emblemas, brasões e cores usados nestes estandartes que tal avião ou barco é de determinado país. O Brasil por exemplo tem sua própria bandeira. Atualmente, ela é uma lembrança dos tempos imperiais, mantendo até mesmo o modelo com o uso de um losango amarelo e um retângulo verde. Contudo, a bandeira brasileira não é de longe a mais antiga. Antes mesmo de 1.500, quando os portugueses chegaram na região de Porto Seguro, regiões do mundo ostentavam bandeiras em baluartes de guerra. Seja na Europa, quanto na África e na Ásia. E a Bandeira da Dinamarca sem dúvida, é a mais antiga, pelo menos em registros históricos.
A Salvação caiu do céu:
Na verdade, a bandeira dinamarquesa, chamada de Dannebrog tem uma história bem mais mística do que outras. A tradição, inicialmente contada a partir do Século XVI indica que a bandeira teve origem nas campanhas militares do Rei Valdemar II da Dinamarca. O local exato é palco de conflito, mas segundo escritos de um frade franciscano chamado Petrus Olai, o Rei dinamarquês estava próximo da cidade de Tallinn, hoje a capital da Estônia. Em terrível desvantagem contra os russos, o exército de Valdemar estava por ser completamente derrotado. Porém, e bandeira vermelha com a cruz em branco caiu no meio do campo de batalha. Feita com pele de carneiro, a bandeira levou ânimo aos soldados que conseguiram vencer a batalha, travada no início do século XIII.
Lendas de cruzes aparecendo em batalhas decisivas não são específicas da coroa dinamarquesa. Em textos históricos, é possível encontrar relatos durante a Reconquista, em que na batalha de Alcácer, o exército Ibérico conseguiu derrotar os mouros, aos poucos levando-o a sua expulsão completa da Península Ibéria. Já na Suécia, reino vizinho da Dinamarca, uma lenda data do século XVIII invoca a aparição de uma cruz dourada após uma batalha contra a hoje Finlândia. Não por menos, a bandeira nacional da Suécia ostenta uma cruz similar a da Dinamarca, porém em tom amarelado. A Dinamarca, na verdade, seria a primeira de uma série de bandeiras de um grupamento, dos países nórdicos. Não por menos, todos eles adotam uma similaridade: Islândia, Noruega e Finlândia, além da já citada Suécia.
Tecnicamente, o recorde começa a contar na verdade a partir de 1625:
Mesmo que envolta do mito de sua milagrosa aparição durante uma Batalha do Rei Valdemar II por volta do ano de 1200, a Bandeira da Dinamarca ainda assim tem outros componentes históricos que a faz ser a mais antiga ainda em uso. Antes mesmo da lenda, no Século XII, no período das Cruzadas, a bandeira já era usada pelo exército do Sacro Império Romano. O estandarte seria adaptado para a monarquia dinamarquesa com datação histórica entre 1340 e 1370. Valdemar IV, um sucessor do antigo Valdemar II a batalhar na Estônia já teria usado o emblema em seu próprio brasão de armas. Mesmo assim, o Guinness, o livro ao qual destaca os principais recordes do mundo, data a Bandeira da Dinamarca ainda mais recente, de 1625.
Pelo menos, nesse ano, ela teria o seu design atual, sofrendo poucas modificações e se mantendo assim até os dias atuais. De forma a ter uma datação mais confiável, que não fique apenas em escritos da Idade Média ou contos com poucos vínculos históricos, foi possível traçar um momento de fato ao qual a bandeira teve sua data de nascimento atestada pelo Rei. Desta vez, coube a Cristiano IV, que, mesmo usando o estandarte de séculos passados, foi o primeiro a regulamentar o uso da Bandeira da Dinamarca na Marinha de seu estado. A data exata foi o dia 8 de Maio de 1625. Ou seja, a Bandeira da Dinamarca tem inúmeras datas de nascimento: 1200, 1340 ou até mesmo 1625. Isso não é tão importante, pois independentemente de sua data específica, a Dannebrog mantém o status de bandeira mais antiga do mundo.