A frase “Que comam brioche” é atribuída a antiga rainha francesa Maria Antonieta. Odiada pela corte e por seus súdito por ser austríaca, a rainha não deteve o apreço na corte de seu marido. Certa vez, conta-se que, as beiras da Revolução Francesa, em 1789, o povo francês passava fome. Enquanto isso, os outros dois Estados Gerais, a nobreza e o clero detinham mantimentos em igrejas e castelos. Maria Antonieta foi alertada por uma de suas preferidas que havia escassez generalidade de pão ao povo, ao que a Rainha, de forma rígida declarou a frase, em sua versão francesa, Qu’ils mangent de la brioche. Contudo, a verdade é que, a princípio, essa frase jamais saiu da boca de Maria Antonieta.
Maria Antonieta ficou famosa pela frase, mas não foi ela quem falou:
Pois bem, aos fatos. A primeira menção a uma frase dessas existe em um livro chamado Confissões de Rousseau. Tal livro foi publicado em 1782, época em que Maria Antonieta tinha apenas nove anos de idade. Além disso, nos escritos do francês, o momento da frase trata-se de uma princesa que encontra-se em uma padaria. A descrição é muito similar, com alguém perguntando a nobre que faltava pão ao povo, no que ela diz exatamente a frase. No entanto, em nenhum momento o autor descreve o nome da referida nobre.
Obviamente, a frase “Que comam brioche” foi largamente usada em especial no período da Revolução Francesa. Neste momento, com a ideia da abolição da monarquia e a modificação completa no sistema social francês, a frase foi e é até hoje utilizada como sinônimo de soberba e ganância. Especialmente das classes mais altas. Em um exemplo bastante recente, é como se responsáveis pelo abastecimento da população informassem da necessidade de se tornar o arroz por algum outro item, como o macarrão. Vale lembrar que o arroz faz parte da dieta primária da população brasileira, da mesma forma que na época, o pão era para o povo francês.
Mesmo assim, é importante guardar o significado da frase:
Indo de forma mais incisiva, é possível encontrar a verdadeira dona da frase “Que comam brioche”. Ainda uma rainha, não da Dinamarca, porém de séculos de antecedência. Era Maria Teresa da Espanha, a esposa do Rei Luis XIV, o Rei Sol. Por mais que seja considerada uma monarca benevolente, é identificar que durante o seu reinado houve de fato uma restrição de alimentos as classes mais pobres da França. Entretanto, há ainda resquícios de uma lenda chinesa em que o pão foi trocado pela carne, e a princesa ou rainha alterada para um Imperador. No caso, o Imperador Hui de Jin, no ano de 1084, após uma devastadora seca na região da China foi informado que a população não tinha arroz o suficiente para comer. De maneira análoga as monarcas europeias, sua resposta foi o uso de outro alimento, nesse caso, a carne.
Por isso, da próxima vez que escutar a frase “Que comam brioche”, pense duas vezes antes de creditá-la a Maria Antonieta. É claro que, como resposta a uma intensa divergência de pensamento entre grupos da sociedade, ele ainda é válida. E não por menos, a própria Maria Antonieta, como representante da nobreza, vou guilhotinada na Revolução que sucedeu ao seu reinado. Entretanto, por mais que o tempo possa passar, ainda assim haverá momentos em que sim, é possível identificar esta frase. Porém com outros povos, e com outros alimentos. Mas seu cerne ainda está ali, o de ingerência e completo descaso com a população.