OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE
O mundo é repleto de contos famosos. Um deles, encontrado na bíblia, fala sobre os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, que, nada mais são, do que quatro cavaleiros que chegariam montados em cavalos e com isso trariam a peste, a guerra, a fome e por fim a morte. E, graças a essas quatro entidades, um terço da humanidade seria dizimada, dando assim, continuidade ao apocalipse cristão. Então, com base nessa história, nasceu Darksiders!
Lançado em 05/01/10, sendo desenvolvido pela Vigil Games e publicado pela THQ para PS3, Xbox 360, PC, e nos anos seguintes ele recebeu ports para Wii U, PS4, Xbox One e Nintendo Switch que trazem de mais relevante às legendas em português. Tratando-se de um jogo de ação e aventura, no gênero hack ‘n slash.
OS TRÊS REINOS:
A princípio, vemos uma ceninha contando sobre o universo de Darksiders. O Paraíso e o Inferno travam uma guerra sem fim e, graças a tal conflito, o Conselho das Chamas (que sempre pregou a ordem e o equilíbrio) foi obrigado a intervir. Então, após um tempo, os dois reinos começaram a obedecer ao Conselho por medo dos quatro cavaleiros que respondiam à entidade.
Em seguida, o reino dos homens nasceu, com uma referência (extremamente direta) a Adão e Eva, e o Conselho decretou a paz para que o terceiro reino fosse preservado (já que era o mais frágil). Logo depois, sete selos foram criados para oficializar esse pacto de paz e, tais selos só poderiam ser quebrados, quando o reino dos homens estivesse pronto para a guerra do fim dos dias (Apocalipse). Tal guerra determinaria o destino dos três reinos e traria o equilíbrio.
Então, após essa explicação, já vemos o mundo dos homens sendo alvejado por uma chuva de meteoros, e esses meteoros trazem demônios e anjos em batalha. Porém, no meio da confusão, o primeiro cavaleiro e protagonista do jogo, Guerra (War), chega com a cara fechada, uma espada gigante, e cheio de marra. E assim, o jogo começa.
O TANQUE DE “GUERRA”:
Darksiders é um hack ‘n slash padrão para os fãs. Seu combate (assim como alguns detalhes do level design e aspectos do jogo) tem grande inspiração em God of War, ou seja, é muito bem feito e violento (amo). Porém, diferente de Dante, Kratos e Bayonetta, Guerra é mais lento. Eu diria que ele é literalmente, um tanque de guerra. Então isso pode ser estranho no começo para aqueles que estavam acostumados com outros jogos, mas não se enganem. O combate é muito bom.
VÁRIAS FORMAS DE MASSACRAR:
Portanto, tudo é muito familiar. Temos a espada do Guerra (War) como arma principal, mas também adquirimos outras armas que usamos com o triângulo como ataque pesado, além de ataques de longo alcance como um gancho que serve tanto para combate quanto para locomoção no cenário. Também podemos usar o dash (R1) tanto para desviar de ataques, quanto para refletir projéteis, agarrar inimigos enfraquecidos usando o bolinha e ainda temos uma variedade bem interessante de apetrechos.
Bem como habilidades passivas, que nos ajudam na exploração, como o Shadowflight que serve como um planador para o Guerra. E para fechar as formas de combater em Darksiders, nós podemos usar habilidades ofensivas como a Blade Geyser que da dano em área, e por último, a grandiosa Chaos Form, que nada mais é do que uma forma ‘’demoníaca’’ onde nos transformamos e viramos um monstro gigante que bate extremamente forte (muito útil em chefões). A chegada de Guerra na Terra foi, conturbada.
RECUPERANDO AS FORÇAS:
Mas, é claro que teriam mais detalhes. Darksiders possui algumas formas de fortalecimento. Temos a lifestone que ao coletarmos quatro aumentamos a saúde máxima, temos o wrath shard que usamos para aumentar a barra de wrath que serve para usarmos as habilidades ativas, além da abyssal armor que precisamos de dez para finalizar a armadura. Sem mencionar os consumíveis que recuperam hp, magia, e os itens que podemos equipar nas armas para conseguirmos bônus, como dar mais dano, por exemplo, bem padrão.
Além disso, sempre que derrotamos um inimigo, ou quebramos alguns objetos no cenário, nós coletamos almas. Tais almas servem como moeda de troca com um demônio chamado Vulgrim (o mercador oficial da franquia). Com ele podemos obter itens consumíveis, habilidades físicas para Guerra, para assim aumentarmos o leque de ataques com a espada. Compramos também armas secundárias (aquelas que usamos com triângulo), e ainda habilidades ativas. Mas os inimigos também deixam obs verdes e amarelos que recuperam hp e wrath, respectivamente. ”Eu sirvo somente ao conselho. Somente ao equilíbrio. Como o cavaleiro sempre fez”
A FACE DO APOCALIPSE:
Agora, vamos falar sobre o level design de Darksiders. O jogo possui um mapa linear, porém, o seu level design é muito bem feito. Existem segredos, e baús escondidos com itens especiais, ou consumíveis e até caminhos bloqueados que precisamos procurar um item para passarmos. Além disso, temos vários puzzles durante a campanha, e eles têm uma boa variedade entre complexos e simples, mas a grande quantidade pode cansar algumas pessoas.
Porém, não é só o design dos níveis que é bem feito, já que a ambientação também é caprichada. Guerra anda por uma Terra destruída e no meio de um apocalipse. Então vemos vários cenários urbanos destruídos, mas temos áreas com vegetação e deserto também, e tudo muito bem feito. Ao mesmo tempo em que podemos invocar nosso cavalo chamado Ruin (somos um cavaleiro lembram?) sempre que o símbolo dele aparecer no canto da tela.
CAÇA AOS CORVOS:
Mas, Darksiders tem uma característica peculiar na trilha sonora. Ela não toca durante a exploração, mas se acentua em momentos de pausa (como quando compramos coisas no Vulgrim, por exemplo), o que é uma pena, já que quando toca, ela faz bem. Poderia ser mais presente.
Gostaria de ressaltar um pequeno detalhe. No mapa existem alguns corvos que quando matamos, dão orbs de hp, então aproveitem essa dica, pois essa recuperação extra é útil já que Darksiders tem uma dificuldade bem interessante eu diria. Além disso, Guerra se locomove escalando paredes, se pendurando em cabos e também nadando, o que aumenta o leque de exploração do mapa. Vulgrim é malandro e carismático. Não é atoa que está sempre presente na saga.
FALSO CHAMADO:
Em seguida, o enredo. E aqui, temos um ponto muito forte em Darksiders, por vários motivos. Logo após começarmos a campanha, Guerra se vê enfrentando anjos e demônios pelo caminho. Entretanto, em um determinado momento, ele vai sendo enfraquecido sempre que escuta uma trombeta ao longe (assim como no God of War 2 e 3 que começamos fortes e somos enfraquecidos). E no fim, nós temos a revelação que move a trama: o Apocalipse ainda não tinha começado!
Como eu expliquei, os cavaleiros chegam durante o Apocalipse, após o sétimo selo ter sido rompido. Porém, o selo ainda estava intacto, e Guerra não foi oficialmente chamado (tanto que seus irmãos não estavam lá). Mas, mesmo assim ele desceu para à Terra, quebrando o pacto e dando início ao conflito antes da hora!
TENTANDO SE PROVAR:
Mas, Guerra jura que ouviu o chamado, e que jamais trairia seu código perante o Conselho das Chamas. Em seguida, ele pede uma chance de voltar à Terra para provar sua inocência, então, o Conselho aceita. Mas atrela ao Guerra uma entidade chamada de Vigia, para ser os olhos e ouvidos do Conselho. Então, retornamos após cem anos em um cenário totalmente desolado e com a raça humana a beira da extinção!
Sinceramente, eu simplesmente amo o universo de Darksiders. A mitologia própria que eles construíram utilizando elementos bíblicos em várias partes é incrível. A história tem reviravoltas, traição, mistério, muita ação e o Guerra, é o típico protagonista carrancudo, ou seja, algumas pessoas não vão gostar. Mas, eu acho que combina perfeitamente com o cavaleiro que representa a guerra em pessoa! Ele é forte, bruto e implacável, definição de alguém que você não quer irritar. O Conselho das Chamas após dar uma chance ao Guerra de se provar.
CONCLUSÃO:
Em síntese, Darksiders chegou em 2010 em um mercado com gigantes estabelecidos como Devil May Cry, God of War e Bayonetta. Então, tiveram que buscar algum diferencial, e conseguiram. Com um universo muito bem construído, um design de personagem memorável (tanto para o Guerra quanto para seus irmãos que viriam em seguida), um combate bem satisfatório e uma história muito interessante, ele acabou sendo um sucesso entre os fãs e crítica, gerando assim um hype para a sua continuação que já estava planejada (para não falar da cena final que é insana).
Sua campanha pode ser completada em 17 horas, mas esse tempo pode chegar até 28 horas para quem quer fazer tudo! Ele é um prato cheio para os fãs de hack’n slash!
Números
Darksiders
Darksiders traz um combate muito viciante, gráficos bonitos, um level design bem feito e uma história muito interessante! Porém, acaba pecando na sua trilha sonora.
PRÓS
- História muito cativante
- Design memorável dos personagens
- Combate divertido
- Bom level design
CONTRAS
- Trilha sonora pouco aproveitada