Paradoxalmente, Okami não encontrou a luz do sol, mesmo que sua história tenha como personagem principal Amaterasu, a deusa do sol na mitologia japonesa. Agraciado pelos chatos da crítica em seu lançamento original em 2006 para o PlayStation 2, em termos de vendas, o game ficou aquém dos designos da Capcom, sua produtora. O que explica a “enorme vontade” da Capcom de seguir com uma franquia. Contudo, o tempo foi benevolente para Okami, que ganhou status de cult em doses homeopáticas. Depois de seu lançamento original, foi a vez do Nintendo Wii (2008) ganhar um port e o PlayStation 3 (2012) também. Contudo, o mundo HD só veio depois, com o PlayStation 4, o Xbox One, PC e o Nintendo Switch. Então, passado anos de seu lançamento original, será que Okami, agora em HD mantém as características que o tornaram tão marcante? Veja aqui na Análise do Guariento Portal.
Vivencie esta aclamada obra-prima com sua renomada arte em estilo sumi-ê em uma alta resolução de tirar o fôlego. Assuma o papel de Amaterasu, a deusa japonesa do sol que habita a forma de um lendário lobo branco, Shiranui. Use habilidades mágicas, ataques e técnicas do Pincel Celestial para devolver à terra de Nippon sua antiga glória, cheia de vida e cor. Você pode não apenas jogar em widescreen ou no formato 4:3 original, como também pode usar o Joy-Con (no modo TV ou modo semiportátil) ou a tela tátil (no modo portátil) para controles intuitivos e diretos do pincel celestial.
Descrição de Okami no Site Oficial da eShop Brasileira do Nintendo Switch.
Você não precisa visitar um museu para ver uma obra de arte. Aqui, pixels são transformados em um ambiente vibrante e em alta resolução. Provavelmente, o que mais salta aos olhos em Okami é a sua beleza. E de fato, se alguém falar que o game não é belo está redondamente enganado.
Bem, começando esta Análise, e obviamente, quando se trata de Okami, é inútil não começar com as suas mais belas – e bote belas nisso – características; a composição técnica e a trilha sonora. Produzido por Hideki Kamiya (de Bayonetta e Resident Evil 2), hoje chefe da Platinum Games e tendo o port desenvolvido pelo finado japonês Clover Studios, Okami HD trás uma obra de arte em forma de game. Sem dúvida, é como se entrássemos em um museu de Paris ou de Londres, para apreciar Vincent Van Gogh, Leonardo da Vinci e outros grandes mestres. Em Okami, o mundo é produzido por meio da técnica de pintura sumi-ê. Dando assim uma sensação de vivacidade a cada objeto, construção e vida dentro do Japão mítico de Amaterasu e Shiranui. É incontestável que o bom uso dessa técnica trouxe um game singular e com sua própria alma.
Okami HD é a evolução máxima de um clássico. A versão para Switch parece não fazer concessões, apresentando tudo aquilo que se espera de um port e indo além para melhor se encaixar às (altas) expectativas da plataforma. O resultado final é impecável, mas mesmo que não fosse a aventura de Amaterasu continuaria a ser recomendada independentemente.
Veredito de Okami HD pelo Switch Brasil, por James Mahon (Nota 100 de 100 – Impecável).

O mundo onde a luz transborda! Com uma trilha que te transporta ao Japão Feudal, a história de Okami é uma fábula mágica com todos os elementos mágicos da cultura japonesa. É como nadar nessa cultura sem estar numa piscina. Ou melhor, jogando! Quem disse por aí que videogame não é cultura?
E, trazendo a imersão desse Japão mítico onde a epopeia do lobo branco acontece, a trilha sonora exerce ainda mais influencia. A todo o momento, enquanto o jogador se aventura dentro de Okami, os sons naturais e as músicas são produzidos por instrumentos antigos do próprio Japão. Kamiya de fato entrou pra valer em sua cultura natal! Vale destacar que toda a trilha sonora de Okami estava a cargo de nomes como Masami Ueda e Hiroshi Yamaguchi, que não é o já falecido presidente da Nintendo. Instrumentos de cordas como o Shamisen e a flauta de bambu Mukkuri fazem parte do repertório. Assim, Okami não é só uma obra visual, mas também musical, unindo esses dois elementos em uma atmosfera rica em detalhes, intenções e história. E falando em narrativa, não se engane pois o game da Capcom também consegue trazer uma aventura coesa e inspiradora em seus detalhes.
Como já falado no início dessa Análise, o jogador é colocado na pele do lobo Shiranui, reencarnação de ninguém menos do que Amaterasu, a deusa do sol na cultura nipônica, que você já deve ter ouvido falar alguma vez na vida. Ocorre que, dentro do mundo de Okami, cem anos atrás, um demônio chamado Orochi foi derrotado e aprisionado por uma espada. Em um excelente conflito de luz e sombras, a criatura – como todo ser malévolo – tinha a ambição de trazer as trevas para o Japão, e obviamente não conseguiu. Porém, passado esse tempo ele acaba se libertando de sua prisão, e cabe a Shiranui, a reencarnação do Sol mais uma vez salvar a todos. Essa concepção ter certas semelhanças a Ganondorf e Link de The Legend of Zelda. Porém, e de fato, há semelhanças em termos de narrativa quanto em parte da jogabilidade com o game da Nintendo.
A estrutura é por deveras linear. Você vai evoluindo o seu Pincel Celestial conforme vai derrotando os seus inimigos. E isso vai abrindo mais calabouços e locais para a exploração. Lembrou de alguma coisa? Sim, é parecido com o estilo de The Legend of Zelda. Mas acredite, não é uma cópia!
Na verdade, essa semelhança só pode, e em parte, ser observada com os games mais antigos da franquia da Nintendo. Tanto Okami quanto The Legend of Zelda tinham o ambiente fechado. Ou seja, o jogador tinha um mundo para se aventurar. Porém, não determinava como prosseguir em sua narrativa, já delineada, com suas masmorras e chefes finais tão interessantes quanto na franquia da Nintendo. Essa situação de mundo fechado se alterou drasticamente com The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Quer quem goste ou não, Breath of the Wild foi um parâmetro de qualidade para tudo que veio depois. Mas voltando para Okami mantém essa estrutura fechada, e que não atrapalha em nada sua narrativa, uma vez que a história consegue evoluir de maneira através dos upgrades do Pincel Celestial, sem dúvida a mais peculiar e marcante forma de se jogar.

A versão do Nintendo Switch do Okami HD torna-se o melhor remaster do título criado por Hideki Kamiya. Um conto japonês tradicional esmagador e bonito se transformou em um videogame. Uma magnífica seção visual e uma trilha sonora soberba fecham um tributo a uma cultura ancestral. Além disso, a inclusão do sistema de controle de movimento é muito satisfatória quando você chega a ele. Um sucesso para adaptar o controle ao Joy-con e que fazem desta revisão para Nintendo Switch única e diferente das demais. Então passaremos muitas horas na parte de trás de Amaterasu em turnê por todo o país de Nippon enquanto transformamos a escuridão em luz. Pena que não traduziram [no caso, para o Espanhol].
Veredito de Okami HD pela IGN de Espanha, por Miguel Angel Escudero (Nota 85 de 100 – Muito Bom).
Dois lados de uma mesma moeda. Em um, temos o Pincel Celestial que trás uma jogabilidade diferente e que não cansa. Pelo contrário, sempre trás algo novo. Do outro, a movimentação de Shiranui e a câmera de Okami que são complicadas de se mover. Você pode se perder em seus controles tranquilamente.
Com o Pincel Celestial, o jogador pode, com a ajuda dos Doze Animais do Zodíaco quebrar barreiras, pedras, trazer a luz do sol e outros elementos que diversificam a jogabilidade. A experiência vai ganhando contornos de evolução. A cada chefe eliminado, e a cada conquista de Shiranui, mais poderes do Pincel são desbloqueados, novas áreas conquistadas até finalmente se encerrar no derradeiro confronto com Orochi, o demônio final. Destaque-se que Okami não se vincula somente a uma aventura de encontrar determinados itens, mas parte importante de sua dinâmica também se faz presente em batalhas. Assim, essa diversificação trás ainda mais ao jogador uma ideia de que o game não é cansativo, justamente por se modificar e trazer tantas formas de jogo. Ou seja, o game da Capcom não apela para repetir a mesma jogabilidade sempre, o que é um baita desastre e uma perdição para o jogador.
Pois bem, continuando a Análise, Okami em sua versão em HD pode apresentar um Japão como nenhuma outra história apresentou. Porém, apresenta alguns problemas, sendo um deles de destaque e outro que pode ser contestado por alguns de vocês. O primeiro caso são seus controles. No Nintendo Switch, há a possibilidade de se jogar no modo portátil e trazer o Pincel Celestial para a tela de toque. Já no modo TV, é possível usar os Joycons para desenhar e triturar os elementos do cenário. “Isso” exatamente não é o problema, mas sim a movimentação de Shiranui durante toda a jornada. Sinais de que o tempo realmente passou, o controle do lobo branco é pesado em muitos momentos da história, em conjunto com a câmera. Isso acaba causando conflitos em sua jogabilidade, perdendo assim um pouco do destaque do Pincel Celestial e de sua tão agradável forma de jogar.
Japonês, Inglês, Francês e Alemão. Se você nobre jogador souber uma dessas línguas, nem que seja um pouco, poderá desfrutar de toda a história de Okami. Em outras palavras, não espere por Português nem sequer Espanhol. Aqui, pra entender tudo tem que ser na raça. Mas pensa positivo, é uma aula interativa.
Outro ponto, e como dito anteriormente nesta Análise que pode ser contestado é a história de Okami. Mas vamos com calma e não joguem pedras neste Redator. Não que ela seja ruim. Muito pelo contrário. O trabalho de cada elemento, assim como de cada NPC cria um mundo vibrante com vinda consciente de cada personagem. No entanto, para acompanhar esse obra, entender e interagir em sua integralidade, será necessário que o jogador entenda Inglês ou outro idioma presente no game, como o Japonês. Pode parecer bizarro colocar a falta de localização do Português como um fator negativo para um game. Porém, em games onde a história é fundamental para o entendimento da mecânica, como Professor Layton da Level-5 e Ace Attorney da própria Capcom, assim como Okami isso seria ainda um maior fator de profundidade. Claro que aqueles que conhecem outras línguas terão a imersão completa dentro do game.

Se você ainda não se decidiu, Okami HD é um software absolutamente fantástico, e sentimos que você estaria fazendo um desserviço em deixá-lo passar. Por apenas vinte dólares, você pode ter acesso a uma aventura de 40 horas que emula Zelda maravilhosamente, adiciona muitas mecânicas memoráveis, apresenta um dos estilos de arte mais memoráveis no jogo, e é completamente jogável por movimento. Embora possa estar mostrando sua idade um pouco visualmente e seu combate às vezes é um pouco fácil, Okami é um marco importante, divertido e notável na história dos jogos — e uma das recomendações mais fáceis que podemos fazer para sua biblioteca do Switch.
Veredito de Okami HD pela Nintendo Life, por Mitch Vogel (Nota 9 de 10 – Excelente).
Uma versão remasterizada de um game essencial para os amantes de bons videogames. Okami tem como único defeito seus controles pesados, mas em contrapartida toda a aventura é mágica e digna das melhores notas. O visual, a trilha sonora trazem uma cultura tão rica quanto a japonesa para a luz do Ocidente.
Assim sendo, e como pode-se perceber nesta Análise, Okami em sua versão remasterizada é exatamente aquilo que todo mundo esperava. O game da Capcom mostra que o tempo foi bem mais benevolente do que malévolo para sua construção. Retornar a este Japão é uma das mais edificantes aventuras que o jogador pode ter, agora em HD. Sem dúvida alguma, Hideki Kamiya, não fez somente algo com pixels e programação, mas sim uma aventura com alma própria. A ambientação, a trilha sonora, sua jogabilidade com o Pincel Celestial e os mínimos elementos como o trato com os NPC’s fazem desta aventura um marco em como os games devem ser produzidos. E estranha-se que em seu lançamento original não tenha obtido o retorno esperado. Sua história, mística e cativante completa o acervo desta obra no Nintendo Switch e em outras plataformas.
Entretanto, se por um lado o tempo foi bom para Okami, um elemento em especial se mostra conflitante, os controles. Sim, eles são difíceis de se lhe dar. Especialmente a câmera, que parece ter vida própria. O game da Capcom apresenta em diversos momentos um peso nos comandos de Shiranui que acabam diminuindo o gosto pela jogabilidade, e que exigirão certa experiência por parte do jogador. Além disso, a história, que pode parecer simples, tem muitos contornos na cultura japonesa. Então, por isso mesmo seria interessante uma localização para o Português. Mesmo aqueles que sabem razoavelmente Inglês terão esse acervo cultural dentro de Okami, mas para uma imersão direta, e dado que o game original é de 2006 e tempo não foi o problema, podia-se pensar em uma localização. Contudo, como já ressaltado, essa situação em Okami pode ser discutido, fazendo falta para alguns, e não para outros.
Divertido? Sem sombra de dúvida, Okami no Nintendo Switch ou em qualquer outra plataforma merece e deve ser respeitado. Assim, é um título que inabalável, deve estar dentro de qualquer biblioteca de qualquer jogador na face da Terra. Se pudesse, até fora desta Terra.
É então que, como em toda a Análise do Guariento Portal você caro jogador e leitor se pergunta. Okami é realmente divertido? A resposta é ainda mais óbvia. Com toda certeza! Mesmo com o problema dos controles, Okami em sua versão HD no Nintendo Switch é uma espécie de versão definitiva do game. Apresentando aquilo que de melhor veio da mente de Hideki Kamiya, temos uma estrutura de aventura com um mundo completamente único. Belo e elegante, temos uma cultura própria no Universo de Okami que não cansa, e muito pelo contrário, agrada a todo o momento. O uso do Pincel Celestial no ambiente ainda marca uma forma dinâmica de resolver puzzles e até mesmo destruir inimigos. Tudo em um fundo poético, épico e místico que aproveita a essência da cultura japonesa.

* Okami HD, para o Nintendo Switch foi lançado em 2018. Porém, sua versão original deu luz ao mundo em 2006 no PlayStation 2. O Guariento Portal, como na maior parte das vezes nas Análises aqui dispostas custeou de seu próprio bolso uma cópia no console da Nintendo. A título de Curiosidade, embora poderia se tornar uma franquia com vários títulos, já que a Capcom idolatra transformar tudo em franquia, algumas contestáveis é verdade, Okami só tem mais um game. Trata-se de Okamiden, que pouca gente conhece, e é um sucessor espiritual com requintes de sucessor mesmo lançado exclusivamente para o Nintendo DS. Agora, de você não tem um Nintendo Switch, que deveria ter, pode jogar Okami HD também no PlayStation 4, no Xbox One e Xbox Series S/X e no PC (via Steam). Então, você jovem padawan, está esperando o quê?
Números
Okami HD (Nintendo Switch).
Orochi, uma criatura das trevas se libertou, e cabe a Shiranui, reencarnação de Amaterasu combater esse perigo em Okami. Agora em HD, temos um dos games mais belos games em termos artísticos com uma jogabilidade divertida e extremamente cativante, agora com os comandos do Nintendo Switch.
PRÓS
- A arte Sumi-ê japonesa se mescla perfeitamente com a história e a cultura de Okami.
- O Pincel Celestial é uma forma de jogabilidade diferente, que trás desafios e não cansa, além de se unir ao ambiente.
- Trilha sonora imersiva por demais. É impossível não se sentir em um Japão Feudal mágico neste game.
- A narrativa é simples, mas coesa e cheia de mistérios que unificam o poder do game da Capcom.
- Exploração, masmorras e evolução de seus upgrades na medida certa, trazendo muita diversão.
- Como não é muito repetitivo por cuidar da forma de jogar, sua longevidade combina com os acontecimentos do game.
CONTRAS
- Os controles e a câmera de Okami são brutos por demais, causando certo desconforto no jogador.