Indo na pegada de que quanto mais desastre melhor, você sabe que o Guariento Portal adora falar de filmes e games. Recentemente, falamos sobre o que aconteceria com a Terra se a Lua se chocasse contra ela, e se na verdade, cientificamente falando isso é possível. Na verdade, é mais provável dela se afastar de nós cada vez mais. Porém, sugando um pouco da primeira opção, o diretor alemão Roland Emmerich, responsável pelo supra sumo do Gênero Catástrofe trouxe mais um de seus filmes em que cidades são destruídas. Moonfall: Ameaça Lunar coloca o nosso satélite em rota de colisão com o planeta. E é claro que um grupo de astronautas precisa proteger quem está com o pé no chão, mesmo com teorias da conspiração e com respostas alienígenas. O filme é bom? Pois é o que você vai ver em mais uma Crítica cinematográfica do Guariento Portal.
Na escola você aprendeu que o Apolo 11 perdeu contato com o mundo por dois minutos. Não é verdade! Eles encontraram algo naquele dia … e mantiveram oculto por cinquenta anos. E agora, é tarde demais para detê-lo!
Texto de Moonfall: Ameaça Lunar achando que todo mundo aprende na escola os louros dos Estados Unidos na Corrida Espacial.
A Lua pode não ser de Cristal, e em Moonfall: Ameaça Lunar ela causa pesadelos. Aqui, temos o melhor da parte técnica, com explosões e destruições que marcam o estilo do gênero catástrofe, já conhecido pelo criador de sua criatura.
Para começo de conversa e dessa Crítica, Moonfall: Ameaça Lunar se destaca naquilo que pretende ser. Afinal, o que você espera de um filme catástrofe? Conhecendo o diretor do longa e sua extensa lista, com toda certeza não é um romance nem mesmo uma menina saindo de um poço. Aqui em Moonfall: Ameaça Lunar o aspecto técnico é trazido de forma impactante para o espectador. As imagens do espaço, da Lua – seu interior – quanto a Terra são elegantes e deixam a sensação de imersão de realmente se ver no espaço. Quanto aos desastres, eles estão igualmente potentes, em especial os efeitos da maré e da gravidade da Lua. Mesmo criando uma certa suspeição de descrença – no qual você vai precisar – o filme em seu atributo principal. E esse longa trás algumas explosões que Michael Bay com toda certeza chora no banheiro.
A parte acústica também soa muito bem. Desde o silêncio quando a Lua não se encontra no céu quando ela começa a se aproximar e muda drasticamente a força dos ventos. Até mesmo a trilha que, de fato, embora bastante clichê, já deixa o momentum correto que o espectador deve se segurar pois tem mais destruição vindo a caminho. Moonfall: Ameaça Lunar ainda faz questão de misturar com uma pincelada de ficção científica, apresentando uma caça alienígena que ganha quase todo o ato final do longa. Sabemos que no espaço não haveria som, mas imprudente seria o diretor não colocar nenhum barulinho durante essa perseguição. Assim, é possível dizer sem dúvida que dentro do gênero Catástrofe, de fato Moonfall: Ameaça Lunar trás toda a modernidade que a tecnologia pode trazer no seu tempo quando o assunto é destruição.
Narrativa rápida, isso não tem como não falar. E os personagens – pelo menos os principais – conseguem manter o fluxo de informações. É claro que o núcleo secundário poderia ser bem melhor para aumentar ainda mais a imersão do espectador.
E é claro que, quando se tem a destruição da Terra, o espectador precisa ter o impacto, ou pelo menos seguir os passos de algum humano salvador da Pátria. De preferência americano é claro. Aqui, seguimos Brian Harper (Patrick Wilson de Invocação do Mal 3 – Ordem do Demônio), um astronauta jogado para a lixeira da história por ter visto demais em sua última missão para a Lua. Perdendo a mulher e morando de aluguel, ele é chamado novamente por Jocinda Fowler (Hale Berry, de Chamada de Emergência) que percebeu que a órbita da Lua mudou. Junto com o “cientista” e teórico da conspiração K. C. Houseman (John Bradley-West, de Game of Thrones) eles formam o triunvirato onde todas as chances de sobrevivência da Terra estão apostas. Para um filme desse estilo, esses três personagens conseguem interagir bem, embora suas cargas emocionais estejam longe de impactar.
Isso não quer dizer que a narrativa de Moonfall: Ameaça Lunar não consiga engajar, que já adiantamos nessa Crítica é o pior momento do longa. Os personagens, em especial o de Bradley-West é o famoso alívio cômico. Mesmo com a destruição vindo, com o bicho vindo em sua direção, ele é ainda capaz de criar uma distração, mesmo com poucas palavras ou com o seu olhar. Já os outros dois são bem o estereótipo de salvadores, por mais que o grande protagonista seja marginalizado por saber demais. O restante do povo, de parentes até cientistas de Moonfall: Ameaça Lunar, são esquecíveis de tal maneira que não alteram em nada toda a estrutura da narrativa. No máximo, estão ali para falar alguma coisa bastante expositiva, como se o espectador precisasse esperar que o longa o pegasse pela mão.
Agora é hora de jogar um míssil nuclear na Lua, ou melhor, em Moonfall: Ameaça Lunar. Esqueça a existência de algum roteiro sólido, até mesmo para os padrões de um apocalipse. E não fique se perguntando tanto como isso pode acontecer, só vai!
E é então que chegamos aos problemas de Moonfall: Ameaça Lunar, que não são poucos. Para começar, vamos para o roteiro, ou melhor, a tentativa de roteiro. Como já falado anteriormente nessa Crítica do Guariento Portal, a Lua está prestes a colidir com a Terra. E isso, ao invés de um desastre natural ao estilo 2012 é causado por uma perturbação de uma Inteligência Artificial. Conta-se que os antecessores dos humanos, uma civilização mais avançada criou essa IA que se rebelou contra seus criadores, e saiu Universo afora destruindo qualquer forma de vida biológica. A Lua, nesse contexto, nunca foi um satélite natural, mas sim uma estrutura colossal, a única que conseguiu chegar a um planeta que poderia ser habitado. Porém, um ano antes dos acontecimentos do filme, um enxame dessa IA descobriu a localização da Lua com o intuito de acabar com a vida humana.
Esse enxame é visto pelo astronauta Brian Harper, que é julgado culpado pelo seu acidente causado por seu ônibus espacial. E é então que temos os primórdios de Moonfall: Ameaça Lunar. Que, basicamente podemos resumir numa mistura dentro do liquidificador do já mencionado 2012 e Independence Day. O longa não sabe se vai fundo dentro de uma visão de ficção científica ou se mantém uma estética tradicional de apocalipse. E isso poderia ser um ponto positivo, trazendo algo de novo para um estilo que já é bem tradicional. Mas basicamente é uma perda de tempo, pois o filme acaba se perdendo em ser mais criativo e acaba perdendo parte de sua essência. Na verdade, Moonfall: Ameaça Lunar se perde tanto em saber o que é que não consegue aprofundar seus personagens, não trás tantas destruições assim e nem mesmo cria um ponto dentro da ficção científica.
Quando o Guariento Portal fala nessa Crítica que o longa é clichê em níveis astronômicos, nós não estamos brincando. Desde a fotografia, a cinegrafia até mesmo os personagens são os estereótipos batidos em liquidificador de tudo que você já viu em vários outros filmes desse gênero.
Vendo a biografia de Emmerich, era de se imaginar que fazendo a tanto tempo filmes catástrofe ele poderia ter aprendido alguma coisa. Porém, Moonfall: Ameaça Lunar não faz nem questão de inventar a roda. Nem mesmo quebrar ela. Pelo contrário, ele junta todos os clichês de praticamente todos os filmes da carreira do diretor. A diferença é que não temos um Will Smith com carisma. Ou algo mínimo como o visto em Destruição Final: O Último Refúgio. E isso não é problema de Wilson, mas do diretor e do seu roteirista que não soube guiar o filme nem seus personagens. E até mesmo a suspensão de descrença chega a ser absurda no filme. Uma coisa é acreditar em invasão alienígena, a outra é tentar juntar uma Inteligência Artificial que passa a controlar a Lua feita pelos antecessores dos seres humanos que agora vai bater contra a Terra.
E o termo clichê de fato pode ainda ser tragado tal como a atmosfera da Terra dentro de Moonfall: Ameaça Lunar. Só que em uma forma piorada. Desde planos de cena que já vimos em outros filmes, como até mesmo a fotografia e os cortes de cenas. A sensação de urgência não ocorre como nos outros longas, e ao mesmo tempo que a ação tenta ser frenética, ele não consegue impactar e interagir com o espectador. Os personagens que poderiam dar uma carga de peso para a ação do grupo principal são simples e raso. Nem a Teoria da Conspiração que embasa o filme é boa. Desta forma, Moonfall: Ameaça Lunar acaba sendo um espetáculo de áudio e vídeo, mas é tão clichê e com um roteiro tão ruim que faz com que o céu seja bem mais nebuloso. Mas então, essa Crítica pode dizer. O filme é divertido?
Esteticamente impressionante, Moonfall: Ameaça Lunar é uma contemplação do audiovisual. Mas não é só de imagens impressionantes que vive um bom filme. Se fosse por isso, Transformers: A Vingança dos Derrotados teria ganhado o Óscar, e não o Framboesa de Ouro.
Por um lado, os pontos positivos trazidos por esta Crítica de Moonfall: Ameaça Lunar se focam dentro da parte técnica. Ou seja, as imagens exibidas dentro da TV ou da tela do cinema são excepcionais, assim como o áudio, que cria uma ambientação interessante para saber o que se dará com a coitada da Terra enquanto a Lua se aproxima no melhor estilo Majora’s Mask. O trio de protagonista também consegue entender sua posição nesse cenário, e embora com alguns momentos de comédia desnecessária de um deles, cada um consegue carregar os acontecimentos de Moonfall: Ameaça Lunar. O filme chega a um terceiro ato rápido, mas que deixa uma ponta para uma quem sabe possível continuação. Já o grupo que fica na Terra, embora diverso, ainda assim estão apenas para mostrar as cenas de maior impacto no quesito destruição. Pena que um filme não é somente imagens, tem história.
E em termos narrativos, Moonfall: Ameaça Lunar é um desastre completo e retumbante. Mesmo em longas onde é necessário ter uma abertura maior para entender seu conceito, de onde aparecerá essa destruição toda, ainda assim Emmerich consegue viajar de tal forma e deixar as pontas soltas como um meteoro errante. A ideia de Inteligência Artificial pode funcionar sozinha, mas quando se une a uma salada apocalíptica acaba causando mais estranheza do que trazendo o espectador para dentro de sua história. Além disso, o uso exacerbado dos clichês, desde a família que consegue sobreviver aos piores percalços até o sacrifício do herói já se encontram batidos por demais. Ou seja, onde o filme poderia se tornar diferenciado, se perde por não conseguir saber mesclar suas ideias, e pela rendição ao clichê, se torna uma farofa de muito mais do mesmo.
Com tudo que foi falado nessa Crítica de Moonfall: Ameaça Lunar, você pode se perguntar, é divertido? Bem, se você curte ver a destruição do mundo. E não liga muito – na verdade, nenhum pouco – para histórias e narrativas – vale a pena da uma olhada, embora provavelmente você já tenha visto tudo isso em outros longas.
Assim, Moonfall: Ameaça Lunar pode ser divertido sim, caso você seja um espectador que já entenda esse estilo de filme. Se acaso, como essa Crítica bem deixou destacado, curta cenas de alto impacto é provável que você encontre alguma diversão nesse meio. Logo, em contrapartida, se você é um espectador que necessita de algo mais emocional ou mais terreno, esse provavelmente não é o tipo de filme que você gastaria seu dinheiro e seu tempo, nas mais de duas horas de duração. No geral, Roland Emmerich conseguiu trazer mais um filme de destruição para o seu catálogo, e que tem pinceladas de boas ideias e intenções. Porém, tudo passa a ideia de uma reciclagem que não é inédito, e nem sequer trás um ar puro dentro desse gênero. Sendo assim realmente é um filme mais do mesmo!
Números
Moonfall: Ameaça Lunar
Uma força misteriosa faz com que a Lua saia de órbita para se chocar contra a Terra. Essa é a premissa de Moonfall: Ameaça Lunar do alemão Roland Emmerich. Tecnicamente empolgante, o filme é uma batida de tudo que você já viu no gênero desastre com uma história bem meia boca.
PRÓS
- Efeitos especiais da destruição e do espaço são excelentes e impactam. Juntamente com o áudio.
- Os personagens principais conseguem trazer certa empatia para o público, mesmo não sendo maravilhosos.
- Tentativa de criar uma história diferente, envolvendo tecnologia alienígena e Inteligência Artificial
CONTRAS
- O uso dos clichês a enésima potência. Você já viu tudo que esse filme mostra em outros longas.
- O roteiro e a história de Moonfall são tenebrosos e precisam de uma suspensão fora do comum para serem críveis.
- Personagens secundários não acrescentam em absolutamente nada, e nem mesmo existe uma sensação de urgência.
- Direção repetitiva, seja nos cortes e até mesmo na fotografia, visto em 2012 e Independence Day.