QUATRO ANOS DE ESPERA
Black Myth: Wukong foi anunciado lá em 2020, com um trailer simplesmente impressionante! Em meio a duvida se ele sairia para PS4 ou não, o tempo foi passando e cada vez mais coisas foram sendo reveladas, e meu hype só crescia! Então, aqui estamos quatro anos depois, com o lançamento desse jogo que para mim, por muitas vezes, parecia um sonho. Mas, será que essa espera foi recompensada?!
Lançado em 20/08/24, sendo desenvolvido e publicado pela Game Science para PS5 e PC, com uma versão de Xbox Series a ser lançada no futuro. Tratando-se de um jogo de ação, hack’n slash, com câmera em terceira pessoa, baseando na lenda chinesa do rei macaco.
O GRANDE SUN WUKONG:
Wukong, começa com o nosso Sun Wukong, indo confrontar a corte dos celestiais que estavam lá atrás do grande macaco. Chegando lá, ele desafia um guerreiro e ali eles travam uma luta linda em meio as nuvens (é o tutorial). Depois, vemos Wukong indo para a floresta, e adormecendo lá, por muitos anos! Então, vemos o tempo ir para o presente e é aí que a nossa jornada para o oeste começa!
SE LIGA NA ESQUIVA:
Primeiramente, vamos a uma das partes onde Wukong mais brilha, que é no seu combate! Aqui, nosso predestinado, é capaz de andar, correr, esquivar, bater, usar magias e itens! E, como você deve ter percebido, não é possível defender em Wukong. Ou seja, o foco para não levar dano é a esquiva!
Até existe uma magia que permite o parry, rapidamente, mas ela não só precisa de um tempo de recarga, como também consome a barra de magia. Então, não é algo que você possa contar sempre. Mas, é impressionante como isso não faz falta! Wukong possui uma pequena variedade de builds e posturas do seu bastão.
MACACO POSTURADO:
Cada uma das três posturas tem suas vantagens e desvantagens. Eu, por exemplo, usei a postura do pilar desde que a liberei até o final. Mas, tudo vai depender do seu gosto. A questão é que, independente da sua postura, e da sua build, você vai encontrar em Wukong um combate fluído, responsivo, e incrivelmente viciante! Desde a luta de treino, você consegue perceber o quanto espancar os inimigos com o bastão é sensacional. Toda a física no combate é bem satisfatória!
Além disso, o jogo consegue te dar a opção de focar mais em HP, magia, vigor, ou nas transformações disponíveis e até nas barras de foco. Wukong, pode equipar três magias e uma transformação. As magias, como esperado, consomem a barra de magia e precisam de um tempo para serem usadas de novo (sempre use a magia imobilizar, porque ela é sensacional). Já nas transformações, nós assumimos a forma de uma entidade poderosa, que só irá sumir quando seu HP próprio acabar, ou quando a barra de poder esgotar.
BENDITA ASSOMBRAÇÃO:
Outro detalhe importante do combate, são os tônicos. Eles são bem padrões. Itens que tomamos e nos concedem dano passivo, como aumento de ataque, defesa, curam malefícios (veneno, choque, fogo), ou até aumentam o vigor máximo! Inclusive, eu aconselho que você fortaleza o vigor, já que o foco é na esquiva! Por fim, nós temos a invocação rápida, onde apertamos R2+L2 e nos transformamos rapidamente em um monstro para desferir um único ataque poderoso! Essa invocação pode ser adquirida ao derrotar o monstro em questão, e também concede bônus passivos e medida que são fortalecidas! Por último, temos as relíquias que também são bem úteis e são usadas em combate! Usei muito a do vento, que cria um tornado para atordoar o inimigo.
MACACO BEBEDOR:
Além disso, Wukong permite que você recupere o HP usando um Porongo. Esse porongo pode ser fortalecido aumentando tanto a sua quantidade quanto a potencia da cura. Entretanto, existem diversos tipos que irão conceder efeitos variados, como um que recupera HP e também magia! Mas, você também consegue equipar infusões nesses porongos (a quantidade varia entre eles) para dar efeitos extras. Eu, por exemplo, usava uma infusão que aumentava minha defesa ao curar e uma que eu seguia recuperando HP após a cura.
O SÁBIO CÃO XU:
Wukong também te permite equipar o predestinado com quatro equipamentos (cabeça, corpo, braço e perna que podem ser fortalecidos no ferreiro) além do bastão. Todos os equipamentos podem ser criados no santuário (que é o checkpoint), juntamente com o fortalecimento do personagem, as trocas de magia, a criação de tônicos, o upgrade dos espíritos de invocação e até comprar e vender item! Uma dica: Sempre que chegar num mapa novo, confira os itens a venda no santuário!
Um último detalhe, é que existe um NPC carismático, chamado de Cão Xu. Ele é capaz de fabricar tônicos celestiais. Esses tônicos são fortalecidos com um item chamado Núcleo Mental. Com ele, é possível aumentar todos os atributos, incluindo resistência aos malefícios! Não se esqueça de visitar o Cão Xu!
UM ESQUADRÃO DE CHEFES:
Mas, como eu sempre digo, nada dessas coisas importa se você não tiver em quem usar. Em Wukong nós temos uma variedade boa de inimigos. Nada exagerado, mas não irá ficar repetitivo. Entretanto, o jogo brilha mesmo é nas batalhas com chefões! Em Black Myth: Wukong, você vai encontrar uma jornada quase focada em grandes batalhas (literalmente, porque todos os chefões são maiores do que você). Em vários momentos, o jogo parece um bossrush, com você enfrentando um chefão atrás do outro.
E eu não posso deixar de pontuar que isso é sensacional! Chegou um momento, no capitulo 3, onde o jogo deixa você dar uma respirada nas batalhas com chefões, e eu senti falta dos embates! Comecei a clamar por outra luta porque são sempre legais! Eu perdi as contas de quantos chefões enfrentei na campanha, e ainda deixei vários para trás!
CAÇA AOS BAÚS:
Entretanto, não é só de confusão, tumulto e brigas que Wukong vive. No mapa, nós temos diversos segredos. Desde baús com itens escondidos para criar armas, armaduras, e tônicos, até pequenos pontos de volição (o dinheiro do jogo). Sem falar nas missões secundárias que podem durar por várias missões! Porém, é bom ressaltar que as secundárias do Wukong não tem muita indicação do que fazer. É preciso prestar atenção no diálogo e conseguir identificar o que precisa ser feito. Até porque, não existe mapa no jogo (diferente de Stellar Blade, por exemplo). Por isso, a exploração é bem importante!
O CONTO DO PREDESTINADO:
Em seguida, vamos a parte que exigiu mais da minha atenção em Wukong, que foi a sua história. Logo depois, vemos um ancião macaco contando a história do Sun Wukong, e falando com o nosso protagonista, que o macaco predestinado, deve viajar para recolher as seis relíquias do antigo rei, e assim assumir o manto de Wukong, finalmente. Então, essa é a nossa missão!
Inicialmente, eu achava que Wukong ia seguir uma linha de história padrão, onde o predestinado seguiria uma trama continua recolhendo as relíquias. Mas não. Cada capítulo tem o formato de conto! Todos eles, contam com uma história própria, com personagens independentes uns dos outros! Ou seja, cada capítulo contará uma história com três atos (início, meio e fim) e irá finalizar com uma ceninha em animação inacreditavelmente bonita (utilizando técnicas diferentes de animação).
OS CONTOS INDEPENDENTES:
Meu erro foi ter entendido isso dinâmica somente ao final do terceiro capítulo. Até esse momento, eu não estava gostando muito da história, por realmente não conseguir ver ligação. Mas, a partir do momento que eu me toquei, comecei a gostar bastante dessa dinâmica! Claro que, por mais que sejam contos, eles não ficam tão claros sobre suas próprias histórias. Todavia, as tramas conseguem trazer bons momentos (principalmente os finais), e prender a sua atenção, mesmo que você não esteja entendendo muito bem! É uma história épica, mesmo com seus defeitos!
A BELEZA DA JORNADA:
Por fim, é a hora de exaltar o lado técnico de Wukong. Começando pelos gráficos que são incríveis! Seja no PS5 ou no Pc, Wukong vai te entregar um visual estonteante! Desde a iluminação, até a física das folhas, nuvem, fumaça, água, até o modelo dos chefões e efeitos das magias! Tudo é simplesmente um show visual, e com uma variedade bem legal de cenários! Agradando a todos os gostos! Com certeza um dos jogos mais bonitos que já vi.
Agora, um ponto que me surpreendeu, foi a trilha sonora. Simplesmente perfeita! As musicas nas batalhas, nas ceninhas, tudo sensacional! É uma história épica, com uma trilha sonora que encaixa de acordo do começo ao fim! Um trabalho impecável!
POUCO INTUITIVO:
Por último, temos o level design de Wukong que, tem seus altos e baixos. Primeiro, no ponto alto temos a exploração. É muito legal andar pelos mapas e descobrir novos segredos, sejam em itens ou em batalhas com chefões. Em todos os capítulos, vale a pena você explorar de forma lenta e detalhada! Seja pela XP adquirida, ou pelos bons itens que você vai encontrar.
Já pelo lado ruim, nós temos a falta de mapa e as missões secundárias pouco intuitivas. Vai ter missões que você não vai conseguir fazer sem guia, e mesmo as mais fáceis, ficam um pouco confusas em algum momento. Sinceramente? Não acho um defeito grave. Mas, sempre me incomoda quando o jogo tem aspectos que não são intuitivos.
CONCLUSÃO:
Em síntese, Black Myth: Wukong, traz um combate sensacional, uma trilha sonora épica, gráficos lindos, uma exploração deliciosa e contos interessantes. Porém, suas histórias um pouco confusas, e missões secundárias pouco intuitivas, acabam sendo seus pontos negativos. Com uma campanha que gira em torno de 34 horas, mas que pode chegar até 60 horas para fazer o 100%, Wukong é um dos hack’n slashes mais desafiadores que já joguei (com chefão final quase me fazendo desistir). Mas, se você estiver achando difícil, não se apavore, pois tudo é questão de persistir!
Números
Black Myth: Wukong
Black Myth: Wukong traz uma combate sensacional, gráficos lindos, uma trilha sonora absurda, uma história interessante e uma boa exploração. Porém, acaba pecando nas secundárias pouco intuitivas e nos contos que podem ser confusos.
PRÓS
- Jogabilidade extremamente viciante
- Trilha sonora épica
- Gráficos maravilhosos
- Batalhas com chefões memoráveis
- Animações lindas
- Exploração divertida
CONTRAS
- Missões secundárias pouco intuitivas
- Os contos podem ser um pouco confusos