Que o relacionamento entre Nintendo e Microsoft passa por boas novas, isso não há dúvida. Afinal, além de Minecraft e Banjo e Kazooie em Super Smash Bros, a norte americana lançou alguns títulos de peso no híbrido da Nintendo. É o caso de Cuphead, Hellblade: Senua’s Sacrifice e Ori and the Blind Forest e sua sequência. Vale destacar que os dois primeiros também estão disponíveis no PlayStation 4, o que parece destacar uma política distinta da Microsoft em relação as demais quanto aos seus jogos. Quanto a Ori em especial, o game foi anunciado ainda em 2015. Produzido pela Moon Studios, estúdio austríaco, o game se tornou sucesso no Xbox One, e depois foi para o Nintendo Switch, com Ori and the Blind Forest: Definitive Edition. Resta saber se, com o estilo único de arte, o game consegue manter a essência do gênero plataforma ao estilo Metroidvania.
Sem dúvida alguma, Ori é uma obra prima em termos de artes visuais e de trilha sonora:
Primeiramente, o ponto que sem dúvida é o mais chamativo de Ori and the Blind Forest: Definitive Edition é sua direção artística. E aqui temos tanto o designer de níveis, como também dos personagens e a trilha sonora. A paleta de cores é simplesmente extraordinária, parecendo que toda a sua estrutura foi feita a mão. Logo, no início, o prólogo do game já se apresenta com cenas marcantes, de alta qualidade. Há um cuidado excepcional com a ambientação, que também é distinta, passando por florestas, cavernas e locais cheios de armadilhas. Contudo, todos eles apresentam uma certa sincronia com aquele mundo, imersa ainda em uma trilha sonora que se aloca em um mundo mágico. Aliás, a trilha sonora aqui, em um game que praticamente não possui diálogos pesa junto com os sons do próprio ambiente.
Com toda essa riqueza de detalhes em seu cenário, era possível destacar que o game teria alguma queda em sua performance. Porém, não é isso que acontece. Com toda a beleza de cenário e seu tamanho gigantesco, Ori and the Blind Forest: Definitive Edition corre com uma fluidez que impressiona no Switch. Ainda mais que torna-se necessário justamente pelo seu próprio estilo. Em determinados momentos, é necessário inteligência e habilidade para ultrapassar algumas barreiras do cenário, algo que de fato é auxiliado por esta constante. Agora, de nada adiantaria uma beleza extrema e um quesito técnico praticamente perfeito, se a história apresentada também não se encaminhasse de mesma forma.
Narrativa envolvente com um significado profundo entre suas linhas. E que avança de maneira confortável a jogatina:
Para quem não sabe, Ori and the Blind Forest: Definitive Edition conta a história do personagem de luz Ori. Ele, após uma tempestade se separou de sua mãe, a Árvore, que perdeu toda a sua força após uma terrível águia roubar um orbe de luz. Assim, cabe ao pequeno buscar através de um cenário gigantesco recuperar as forças de sua família. O game pode contar com uma premissa que resumida desta forma, torna-se limitada. Mas de maneira alguma. A narrativa é extremamente bem contada, e profunda para um game ao estilo Metroidvania. É possível encontrar momentos onde o próprio jogador se vê questionando suas ações como personagem. E se aquilo realmente é algo positivo ou simplesmente uma vingança. Ori and the Blind Forest: Definitive Edition com maestria um plano de fundo que consegue cativar sem dúvida alguma, com a junção de seu pequeno personagem.
Como já mencionado, Ori apresenta um mapa gigante e um estilo Metroidvania. Assim, cabe ao jogador passar os desafios do cenário, evoluindo pequeno ser iluminado, que diferentemente de Samus ou do clã Belmont não detém poderes. Mas sim é auxiliado por uma pequena esfera de luz que faz as vezes do atacante. Essa vulnerabilidade de Ori, além de torná-lo ainda mais atrativo, é perfeitamente compreensivo se deparado com sua história. Contudo, ele aos poucos vai evoluindo em habilidades, sendo fundamental e necessária para prosseguir no terreno de Ori and the Blind Forest: Definitive Edition. No entanto, não é só com a evolução que o jogador se sentirá apto para prosseguir. Além de melhorias como pulos duplos e poder se agarrar nas paredes do cenário, o jogador deverá ter uma estratégia e também habilidade.
Eleve as habilidades do personagem, e morra várias vezes. Mas antes de tudo, tenha estratégia de casa uma de suas ações:
Não pense que a beleza de game o transforma em algo simples, pois Ori and the Blind Forest: Definitive Edition pode ser tudo, menos fácil. Por mais que sua versão definitiva conte com três dificuldades, ainda assim o jogador irá padecer em espinhos pelo cenário várias, e várias vezes. Seria comum e uma complicação retornar ao último local salvo, se não fosse pela ideia apresentada no game de salvar em qualquer lugar. Desde que com esferas de luz, o jogador poderá salvar em praticamente qualquer lugar do mapa. Mesmo com essa facilidade na jogabilidade, ainda assim os pulos, saltos, plataformas e inimigos deverão ser pensados antes do jogador seguir em frente. Como desafio, Ori mantém a estética já conhecida de dificuldade elevada, com chefes inclusive interessantes que possuem cada um suas próprias técnicas de derrota.
Quanto ao fator de longevidade, o game apresenta um modo principal que deve durar cerca de dez ou quatorze horas. A dificuldade, que é apresentada aos poucos, sendo dosada para o jogador agrada e transforma a aventura em um desafio. Que pode irritar as vezes, mas é parte do título. Um pouco mais fácil, e Ori poderia perder sua essência. Se, tudo isso não fosse o suficiente, há ainda a necessidade de se informar quanto aos controles. E, neste aspecto Ori and the Blind Forest: Definitive Edition também se sai muito bem. No máximo, alguns pequenos problemas na versão analisada quanto a necessidade e maestria de saltos do pequeno personagem fizeram com que algumas mortes ocorressem. Porém, no geral, os carregamentos após cada derrota são extremamente velozes, fazendo o jogador não perder tempo algum, assim como os controles que respondem de maneira agradável.
Com um admirável trabalho da Moon Studios, Ori and the Blind Forest: Definitive Edition é necessário e agrega altíssimo valor a qualquer biblioteca:
No fim das contas, Ori and the Blind Forest: Definitive Edition é uma das maiores surpresas em um gênero plataforma disponível no Nintendo Switch. E com toda certeza, do Xbox One. Primeiramente, pelo sua estética, sua arte, gráficos e trilhas sonoras. Enfim, seus aspectos mais técnicos. Sem dúvida, o ambiente rico em detalhes, de cores vibrantes trazem um carisma que já de imediato causa uma expressão benéfica ao jogador. A trilha que balança entre momentos de suspense e enredo também trazem uma imersão como poucos jogos conseguiram fazer até o presente momento. Sem dúvida, em termos de beleza, Ori está acima de vários outros títulos, e até mesmo grandiosos, com uma direção de arte invejável e com tudo isso rodando com uma performance linear, sem problemas ou quedas de frames.
Quanto a jogabilidade, por ser um game ao estilo Metroidvania, o título abusa de um cenário longo, ainda maior na versão Definitive, com uma jogabilidade cada vez mais diferente, necessitando da evolução de habilidades. É provável que você vá retornar em um cenário várias vezes. O que também quer dizer que você vá morrer também várias vezes. Por sorte, e como forma de facilitar uma dificuldade elevada, o game te permite salvar a qualquer momento. com o item certo. Prepare-se para passar por plataformas elevados, buracos, inimigos que necessitarão de uma ideia distinta para serem derrotados. Basicamente, Ori and the Blind Forest: Definitive Edition trás tudo que é positivo neste tipo de game. Sem dúvida alguma, ele pode até não inventar a roda, mas consegue produzir em uma tela tudo o que é possível imaginar, e muito mais além.
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Se você gostou dessa análise de Ori and the Blind Forest: Definitive Edition, saiba que o Guariento Portal tem um espaço dedicado para o mundo dos games. Assim, você provavelmente pode gostar de análises que já fizemos anteriormente. Desde games do PC, como Crusader Kings III, marca do gênero, produzido pela Paradox Interactive, assim como Among Us, para Mobiles, da InnerSloth, que vem marcando sucesso com uma premissa bem simples. Dentro do Switch, o híbrido da Nintendo, temos alguns games que merecem uma olhada, como The Flame in the Flood, título de sobrevivência que abusa de uma bela estética, assim como Civilization VI: Gathering Storm que trás uma dinâmica de desastres naturais ao game de estratégia da Firaxis. Não menos importante, já no gênero simulação temos Game Dev Tycoon, título para Android que ganhou versão recente para o Switch, e Planet Zoo, simulador de zoológico para PC da Frontier Development.
Números
Ori and the Blind Forest: Definitive Edition
Magnífico, Ori and the Blind Forest: Definitive Edition é cativante, belo e essencial para qualquer um. Seja no Switch, no PC ou no Xbox One.
PRÓS
- Arte e trilha sonora inigualáveis, criando uma atmosfera única.
- Fluidez mesmo com a singularidade do cenário, apresentando muitos elementos.
- Estilo metroidvania perfeito. Avance pelo longo cenário aumentando suas habilidades.
- Narrativa acolhedora e poderosa, com um subtexto competente e que cria empatia.
- Possibilidade de salvar em qualquer lugar, melhorando a dificuldade elevada.
- Dificuldade progressiva e interessante, necessitando de estratégia e inteligência.
CONTRAS
- Diminutos problemas com o controle durante alguns pulos.