NA ANTIGA SINNOH DE POKÉMON, O UNIVERSO JÁ ESTAVA EM PERIGO:
Pokémon é uma franquia clássica dos videogames, podendo ser feitas listas e mais listas sobre ela. E isso é incontestável. A existência de diversas criaturas que podem ser capturadas e que evoluem quanto mais brigam é simples. Porém, é o suficiente para tornar a ideia de Satoshi Tajiri uma das marcas mais rentáveis desse mundo, ao lado de Super Mario, também da Nintendo. Acontece que vira e mexe, o plot desses games é o mesmo. Uma equipe vilã com a audácia de destruir alguma coisa, seja a sociedade local, uma nação, o mundo ou até mesmo o Universo Pokémon. Não há limites para a maldade. E, mesmo que as mais recentes regiões de Galar e Paldea, respectivamente de Pokémon Sword e Shield e Pokémon Scarlet e Violet tenham perdido parte desse aspecto, existem equipes que escrevem seus nomes no índice da maldade, com planos sem sentido e destrutivos.
#4 – DOBREM OS JOELHOS PARA O REI DE UNOVA:
E não tem como não começar com a região mais filosófica e fora dos padrões de Pokémon, Unova. Com uma história onde os clichês já previstos são deixados de lado, Pokémon Black e White (Nintendo DS) apresenta uma equipe vilã que se disfarça nas palavras doces de N, o Rei da Equipe Plasma. O jovem, que tem a capacidade de sentir o que os Pokémon sentem, busca nada menos do que a liberdade absoluta das criaturas. Em sua filosofia, os seres humanos os escravizam, e, por alguns momentos, Hilbert ou Hilda, os personagens do jogador que, se entende um pouco de inglês, passa a se questionar, pela primeira vez na franquia, se realmente está do lado certo da história. Acontece que, embora tenha esse caráter quase pacifista ao estilo Mahatma Gandhi, N não é o maior problema de Unova, e sim seu pai, Ghetsis.
O verdadeiro líder da Equipe Plasma, na verdade busca é o controle absoluto, em que ele escraviza todos os Pokémon. Assim, não haveria amarras para seu poder no controle da região. Claro que essas ideias levam à invasão da Liga Pokémon de Unova e à destruição da Victory Road, com o ápice do jogador ao enfrentar o próprio N com um dos Guardiões de Unova, Reshiram ou Zekrom. Por outro lado, depois da derrota, N começa a perceber as reais intenções de seu pai, e desaparece, retornando anos depois nos eventos de Pokémon Black 2 e White 2 (Nintendo DS). Desta vez, N busca impedir os planos de seu pai com Kyurem e da Equipe que um dia participou. Mesmo sendo um plano mais filosófico que os demais, seria o suficiente para destruir a convivência entre humanos e Pokémon na região de Unova.
#3 – A BELEZA DE KALOS SE ENCONTRA TAMBÉM EM SUA ARMA SUPREMA:
Agora, quanto ao termo destruição, poucas regiões são tão marcadas por este termo quanto Kalos, de Pokémon X e Y (Nintendo 3DS). Conta-se na Mitologia Pokémon que, séculos antes dos games, a região entrou em guerra contra alguém. Os rumores dizem que poderia ser Galar ou até mesmo Paldea, dados as referências reais entre França, Reino Unido e Espanha e sua longa problemática medieval. E, nesse tempo, um imortal criou uma arma de destruição em massa. Sabendo disso, Lysandre, um filantropo que busca o poder dos lendários locais para ativar essa máquina e moldar a região à sua beleza. Táticas de um narcisista com o controle de uma organização, a Equipe Flare. Logo, cabe ao personagem do jogador, os jovens Calem ou Serena, de evitar a destruição que a máquina pode causar, escondida abaixo do vilarejo de Geosense.
Infelizmente, Kalos na totalidade reflete um problema de acabamento, e sua história, embora suficiente para criar teorias, ainda assim é algo que deixa a desejar. Retornando com mais pompa, a ideia de equipe vilã aos estilos dos Rockets de Kanto e Johto. Claro que, depois da destruição da arma no enredo dos games, o jogador acaba salvando a região de Kalos. A filosofia também não é esquecida, pois em muitos pontos da narrativa, o antagonista revela seu apreço por uma beleza que não é alcançável, e de seu desprezo, mesmo que escondido, do mundo atual. Um conceito interessante para um local baseado na França, onde o belo, o elegante era visto na arquitetura e até mesmo nos brioches locais. Só que no caso de Lysandre, bastante distorcido. Algo muito além da vida e da morte de Xerneas e Yveltal.
#2 – O DILÚVIO E O AQUECIMENTO GLOBAL SÃO OS CAMINHOS DE HOENN:
Se a destruição de uma região parece não ser o bastante, o mundo talvez seja. Pois essa é a premissa vista na região de Hoenn dos originais Pokémon Ruby, Sapphire e Emerald (Game Boy Advance). Assim como em seus remakes Pokémon Omega Ruby e Alpha Sapphire (Nintendo 3DS). Nesta região mais tropical e com muita água, a dicotomia entre mar e terra é colocada à prova com o despertar de seus lendários, Groudon e Kyogre. O primeiro, capaz de trazer um calor que fará reduzir os mares do mundo. Já o segundo fará chuvas torrenciais, ao estilo dilúvio de Noé na Bíblia ou o de Deucalião da Mitologia Grega. E no meio disso, temos as Equipes Aqua e Magma, compondo um plantel de destruição global pelo clima. Em outras palavras, temos terroristas climáticos sendo os antagonistas desta geração de Pokémon.
A premissa inclusive é simples. A Equipe Aqua, liderada por Archie busca elevar o nível dos oceanos. Mas para isso precisam acordar Kyogre de seu sono eterno. Já a Equipe Magma de Maxie quer aumentar as terras cultiváveis, mesmo que isso leve a uma combustão global com o Renascimento de Groudon. Claro que, sendo criaturas opostas, o embate dos Titãs do Clima é inevitável e ele acontece na Cidade de Sootopolis. Esse, aliás, é o primeiro momento na franquia Pokémon onde há uma ameaça de perigo real para uma região. Então, cabe a Brendan ou May, um dos personsagens do jogador, encontrar a terceira fera, o Dragão Rayquaza. A criatura que tem o poder de acalmar os outros dois e que dorme no Sky Pillar. Essa batalha épica é a versão Pokémon das criaturas bíblicas também opostas, como Behemoth, Leviatã e Ziz.
#1 – SINNOH É A CRIAÇÃO, MAS TAMBÉM A DESTRUIÇÃO DO UNIVERSO:
No entanto, se o mundo não é o bastante, o universo pode ser no que sem dúvida é o clímax da vilania em Pokémon. Na mais antiga região, segundo a cultura dos games, ocorreu a criação de tudo através de um Ovo, do qual saiu Arceus, o Deus Pokémon. Depois dele, entidades primordiais como o Trio da Criação, os lendários da região de Sinnoh em Pokémon Diamond, Pearl e Platinum (Nintendo DS), seus remakes Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl (Nintendo Switch) e também de Pokémon Legends: Arceus (Nintendo Switch). Claro que o uso dos poderes de Dialga, Palkia ou Giratina era mais do que o suficiente para a destruição do universo Pokémon. Não por menos, séculos antes dos eventos que levam Lukas e Dawn aos braços do jogador, ocorre a destruição do Templo de Sinnoh em Legends: Arceus, onde seus restos tornam-se o Spear Pillar.
Assim, é exatamente criar um novo Universo que a Equipe Galáctica almeja através de seu líder, Cyrus. Com uma fama de poucas risadas, Cyrus também é outro narcisista e completamente obcecado em usar o poder dos lendários locais para destruir o Universo e criar um novo a sua imagem e como ele acredita que deveria ser. Uma destruição acima da força de um buraco negro ou da Lua caindo na Terra. Para isso, ele deve controlar outro Trio, o dos Lagos de Sinnoh, que o permitem no Spear Pillar invocar os poderes do tempo, do espaço ou da antimatéria. Claro que o jogador, auxiliado pela Campeã Cynthia e por outros companheiros, consegue evitar o Apocalipse completo. No entanto, é inegável que nos jogos de Pokémon, esse foi o momento mais próximo da destruição completa que o mundo passou. E ele aconteceu na região de Sinnoh.
QUAL SERÁ A PRÓXIMA EQUIPE QUE BUSCARÁ A DESTRUIÇÃO DO MUNDO?
Lógico que Pokémon não se define apenas pelos planos destrutivos das Equipes Vilãs. Porém, a sensação de perigo iminente faz parte da imersão do espectador, e isso pode ser visto com bastante detalhe nas regiões de Hoenn e Sinnoh, e de forma mais contida em Kalos e Unova. As outras regiões até podem ter equipes, mas não chegam aos pés da maldade contida na mente de Ghetsis, Lysandre, Maxie e Archie e Cyrus. No fim das contas, seria interessante o aparecimento de um novo grupo de antagonistas que fuja do escopo de líderes de torcida. O mundo Pokémon é capaz de criar tantas histórias e lendas que, sem dúvida, o mau uso de seus poderes pode transformar tudo na mais pura e perfeita destruição. E isso antes mesmo das Aves Lendárias e sua épica batalha contra Lugia e o surto de Mewtwo ao descobrir ser apenas um clone.