Dentre todas as mitologias conhecidas, talvez a que mais apresente nomes ao público é a mitologia greco-romana. Usada por exemplo para planetas descobertos, os antigos deuses, os titãs e os olimpianos são palcos de histórias atuais, inclusive em games como Immortals Fenyx Rising, futuro título da Ubisoft. Hesíodo e Homero por exemplo, escritos da Grécia Antiga destacam o poder de deidades como Zeus e Atena em seus épicos. Porém, nenhum desses toma a força tão temível quanto a de Tífon, um gigante terrível, pai da maior parte das criaturas enfrentadas pelos heróis míticos. Por exemplo, descendem de Tífon e Equidna a Hidra de Lerna, a Esfinge de Tebas, o Leão de Neméia, a Scylla e ninguém menos do que Cérbero, o cachorro de três cabeças que protege as portas do Mundo dos Mortos, governado por Hades. Porém, sua existência era um perigo para todos os deuses olimpianos.

A origem do mito, a vingança contra os Olimpianos:
Conta-se em seu mito que, Gaia, a mãe terra, ressentida pelos Olimpianos terem derrotados seus filhos no que ficou conhecido como Titanomaquia decide se vingar. Une-se então ao Tártaro e cria Tífon, que nasce das profundezas do Etna. A criatura, dentre todos os adjetivos era uma aberração. Isso pelo fato de que suas asas podiam muito bem bloquear o sol. De seus ombros saíam cabeças de cerca de 50 dragões. De sua presença, um ar venenosa saía e até mesmo seus irmãos, os Titãs não o aceitavam. Porém Gaia, sua mãe sim, e buscando a vingança da matriarca ele escala o Monte Olimpo, a morada dos deuses.
Com o receio de serem destruídos, os deuses olimpianos fogem. A maior parte deles em forma de animais, sendo que alguns deles cruzam o Mediterrâneo e se escondem no Egito. Por esse motivo, é possível encontrar um certo sincretismo religioso no mito de Tífon. Inclusive, os gregos acreditavam que era pela fuga de seus deuses para o Egito que aquele povo acreditava em seres antropomórficos, ou seja, metade humanos e metade animais. Apolo, o deus sol, se tornou um falcão (o mesmo emblema de Hórus). Hermes, o eloquente, se transforma em Íbis, a mesma ave que é símbolo de Toth. Já Ártemis, a deusa da lua e da caça se transforma em uma gata, símbolo de Neite, a também deusa da caça, mas da mitologia egípcia. Somente Atena, a deusa da sabedoria e da guerra justa se mantém em sua forma humana.

Sem dúvida, o maior dos gigantes foi também o maior rival de Zeus:
Zeus e os outros deuses não são mencionados em que forma fogem, porém o fazem com o receito da fúria de Tífon. O rei dos deuses então vai para o Egito, e depois que Tífon encontra pistas sobre o seu paradeiro, ele foge novamente para a Síria. O monte Cássio foi o cenário finalmente para o embate entre o rei dos deuses e o monstro. Entretanto, Zeus perde a contenta, tendo seus membros amputados e seu poder, os raios retirados por Tífon, que os confia a um de seus dragões. Sabendo que não poderia vencer o gigante sem os seus poderes, Zeus busca Cadmo, o fundador de Tebas, e segundo o mito o inventor do alfabeto fenícia, que mais tarde se transformaria no alfabeto latino. Então, o deus pede para que, com o poder de sua flauta, Cadmo consiga atrair o monstro para que ele possa recuperar seus poderes.
O plano encontra resultado, e após pegar seus músculos e seus raios, Zeus enfrenta Tífon, que dessa vez fica atordoado e foge. Como a caça havia se tornado o caçador, Zeus não desiste de destruir de uma vez por todas a ameaça, e vai até a costa da atual Ilha de Sicília, na Itália para confrontar seu rival. Ali, ambos lutam uma última batalha em que o rei dos deuses consegue destruir cada uma das cabeças de Tífon, que cai morto em um enorme estrondo. A história termina exatamente onde começou. Afinal, Tífon surgiu no Monte Etna e fora morto em suas cercanias. Por isso, acreditava-se que além de passagem para o Tártaro grego, o fogo que saía do vulcão era resquícios da criatura que um dia ousou destruir os deuses olímpicos.