Normalmente, o “Velho Mundo”, com a América do Norte e o Japão dominam as listas de estúdios de desenvolvimento de games. Nintendo, Square Enix, Ubisoft… É possível destacar que as grandes desenvolvedoras estão nestes polos. Porém, é interessante destacar quando um estúdio de fora consegue trazer um game que chega ao mercado. É o caso da indiana Nodding Heads Games, localizada em Puna. Chamado de Raji: An Ancient Epic, o game mescla plataforma com aventura em um ambiente que lembra uma índia da era dos Marajás e dos Rajás. Com palácios exuberantes e envolto da tradição hinduísta, com todo o seu panteão a mostra, o título coloca o jogador na pele de Raji, uma criança de circo que deve resgatar seu irmão das mãos de demônios que o sequestraram. Resta saber é claro, se o título consegue trazer toda essa energia mitológica para o jogador no Switch. Veja a Análise!
A jornada de Raji é ricamente adornada em uma Índia mágica. Onde cenários, ambientações e sons fazem a devida imersão:
Raji: An Ancient Epic começa com a história da menina Raji, uma acrobata de circo, e Golu, seu irmão mais novo, que conta histórias com marionetes. No meio de uma apresentação, justamente quando Golu falava de uma era em que demônios vagavam pela Terra, seu circo foi atacado por tais criaturas e ele foi sequestrado. Pedindo ajuda aos deuses para resgatar sua única família, Raji recebe ajuda de Durga, que narra a história, tendo comentários de Vishnu, que primeiramente contesta a ideia de Durga de ajudar a menina. E, nesse primeiro aspecto, a narrativa do game se sai bem ao apresentar uma história rápida, que embora pareça clichê, consegue manter a narrativa ao jogador. Para quem já conhece algum elemento hinduísta, observar as histórias dessas deidades é um ponto ainda maior. Para quem não conhece, é uma verdadeira aprendizagem, especialmente pelos cortes da aventura com a narrativa da história.
Contudo, Raji: An Ancient Epic brilha especialmente em sua estrutura de ambiente e de cenários. Em um estilo 2D combinado com o 3D, o jogador é transportado para um mundo indiano muito maior do que simplesmente o Taj Mahal. Os palácios são ricamente adornados. A divergência de cenários também agrada, pois montanhas, rios e florestas fazem com que a jogabilidade do título seja diferenciada em cada um desses ambientes, tendo o cuidado de entender o que deve ser feito. O cuidado com a parte técnica especialmente a ambientação marcam Raji: An Ancient Epic como um game com uma profundidade dentro de sua mitologia. Obviamente feito com maestria por um estúdio que conhece muito bem a região. Destaca-se também a trilha sonora, que logo a primeira vista cria uma viagem perfeita para a riquíssima Índia e a localização em Português do Brasil, que ajuda a compreender a história.
Pode ser do outro lado do globo, mas tem muito do que Ocidental na jogabilidade de Raji: An Ancient Epic. E isso não é algo ruim:
Do lado da jogabilidade, há a necessidade antes de falar dos precedentes em Raji: An Ancient Epic. Mesmo falando da religião hindu, os desenvolvedores do game tiveram uma clara influência de franquias mais ocidentais, como é o caso de God of War da Sony e até mesmo Darksiders, da atual THQ Nordic. Assim, é possível dizer que vários são os componentes para que Raji se torne cada vez mais forte. Primeiramente, e na maior parte do tempo, o game será um espécime de plataforma de exploração, correndo de um lado ao outro de palácios. Depois disso, temos finalmente as batalhas com criaturas típicas de contos e lendas hindus. Aqui, o game se assemelha com um hack’n’slash mais diferenciado, pois há a necessidade de uma série de combinações para destruir o adversário. Junte a isso com o estilo RPG de melhoria de armas e temos finalmente o conjunto do game.
Assim, como um todo, a jogabilidade produzida pelo game não é repetitiva no sentido em que, por mais que o jogador venha a seguir um mesmo roteiro, a exploração e todos os elementos passam a ser diferentes. Uma vez que o jogador deve entender como derrotar todas as criaturas antes de partir para o ataque. Algo diferente do que um esmagamento de botões puro, por exemplo. Em termos de botões e controle, Raji: An Ancient Epic funciona no Nintendo Switch. Os controles são precisos na hora que precisam, mas é inevitável dizer que deslizem especialmente em situações mais complicadas, onde a técnica deve ser aprimorada. Em determinados momentos, combos devem ser produzidos para continuar a jornada, e é então que no console da Nintendo o game pode esbarrar em algumas situações desagradáveis.
A performance no Nintendo Switch não é digna dos Devas. O que atrapalha o brilhante caminho que o game poderia ter. Incluindo é claro a sua rapidez:
Como é o caso da queda de frames por segundo. Novamente, Raji: An Ancient Epic é bonito esteticamente, e isso não tem o que se negar. Contudo, é comum que na plataforma da Nintendo o game passe por perrengues de performance. Quando há uma quantidade considerável de inimigos na tela, os ataques se tornam claramente mais lentos, afetando inclusive a jogabilidade do título. O mesmo pode ser dito em momentos exploratórios onde há um certo tempo para a atividade, senão a morte da personagem é certa. Assim, por mais que tecnicamente o game seja uma aventura visual detalhista e de certa forma com alma, sua performance deixa a desejar quando. Claro que não são todos os momentos, porém, em situações de batalha, que são um dos pontos chaves do título, é inegável que isso trás uma certa mancha a toda a história do game, impactando inclusive em sua diversão.
Junte esse problema de performance com a longevidade do título e temos os dois grandes problemas de Raji: An Ancient Epic. Mesmo sendo uma narrativa que navega pelo tema épico, a jornada de Raji para encontrar seu irmão Golu é rápida. Rápida demais para falar a verdade. Por mais que promova um desafio a sempre ser superado, após a história principal, não há motivos para que o jogador tente se aventurar novamente pela Índia proposta pelo pessoal da Nodding Heads Game. Sendo assim, o game muito provavelmente é do tipo a ser jogado uma única vez. A dificuldade pode até mitigar esse problema, pois o game apresenta uma escalada interessante de desafios. Porém, ela não é o suficiente para não deixar uma sensação de que o game poderia ter tido mais. Ou muito provavelmente, a restrição orçamentária do estúdio impediu de tornar ainda mais completa esta jornada.
No fim das contas, Raji é uma digna aventura em uma mitologia não tão explorada no mundo Ocidental. Tem falhas, mas diverte com as suas qualidades e leveza em contar sua história:
Assim, em uma análise, Raji: An Ancient Epic é um agradável título oriundo de um lugar promissor no mundo do entretenimento eletrônico. Oriundo da Nodding Heads Games. Tendo como base de fundo toda a expressão hindu, o game acerta em criar uma história rápida baseada em seus Devas e Asuras, para que o jogador logo parte em suas missões. Os cenários, exuberantes, trazem o luxo e a proposta de mostrar uma Índia ainda mais imponente, com cenários que mostram sua flora, sua geografia e toda a sua arquitetura e cultura. Desta forma, o game é uma viagem em áudio e vídeo para uma realidade diferente e cativante. Junte isso com os aparatos que conseguem mesclar muito bem uma plataforma estilizada com batalhas hack’n’slash com pinceladas de RPG, e temos um jogo que não se sobressai como uma nova revolução, mas pega tudo e constrói com qualidade.
Mesmo assim, Raji: An Ancient Epic apresenta problemas consideráveis, e que repercutem em toda a sua narrativa. Primeiramente, a questão da performance que de fato é bastante questionável no Nintendo Switch. Como dito, em momentos de intensa batalha, é possível perceber claramente a queda de movimentação. Abalando assim as estruturas da jogabilidade quando há a necessidade de uma maior movimentação. Do outro lado, temos a questão do quão rápido o título é, sendo que não agrega nenhum tipo de pós-game após o jogador completar a narrativa principal. Desta forma, diminuindo o fator replay que Raji poderia ter. Porém, fato é que, mesmo com esses problemas perceptíveis, o game é de fato interessante especialmente para aqueles que gostam de um tempero mitológico. No fim das contas, falhas existem, mas Raji: An Ancient Epic é uma boa jornada dentro de uma mágica Índia. Que Durga e Vishnu o guie!
Veja mais no Guariento Portal se gostou desta análise de Raji: An Ancient Epic. O título indiano foi lançado inicialmente para Switch e Steam. Porém, depois ganhou versões para os consoles da Sony e da Microsoft. Assim, não deixe de comentar também, pois é muito importante para o crescimento e desenvolvimento deste Portal!
Se você gostou da análise de Raji: An Ancient Epic, produzido pela indiana Nodding Heads Games, saiba que o Guariento Portal tem muito mais. Temos a Análise de Injustice 2 para Xbox, Sim City (2013) para PC, Ocarina of Time 3D, para o Nintendo 3DS, Phantom Hourglass para o Nintendo DS e Zeus: Master of Olympus para o PC. Em outros mundos, temos House Flipper, da Empyrean, Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order da Tecmo Koei, Hades, da Supergiant Games, Jotun: Valhalla Edition da Thunder Lotus, Spirit Camera: The Cursed Memoir, spin-off da franquia Fatal Frame para o Nintendo 3DS, Aragami: Shadow Edition no Xbox Series S, assim como The Crown Tundra, a DLC de Pokémon Sword e Shield. Já em termos de dicas, temos Ornstein e Smough, duas criaturas conhecidas no Universo de Dark Souls, que está disponível também no canal do Youtube do Portal.
* Raji: An Ancient Epic foi produzido pela Nodding Heads Games e publicado pela Super!. As primeiras plataformas a terem uma versão foram o Nintendo Switch e a Steam. Contudo, no console da Nintendo sua venda ocorre fora da eShop do Brasil, tendo preços em outras regiões como Estados Unidos, México e Canadá. Depois, foi a vez do PlayStation 4 e o Xbox One receber uma versão. O título não passou em branco, sendo nomeado para o ano de 2020 como um dos melhores games indies. Na mesma data, também foi nomeado no Nindie Awards, evento de títulos na plataforma da Nintendo, assim como ganhou o Indie Game Awards de 2021 realizado em Taipei, Taiwan.
* Embora produzido pelo mesmo estúdio, a Nodding Heads Games, esta Análise de Raji: An Ancient Epic é exclusiva para o Nintendo Switch. Em outras plataformas, o game pode rodar de maneira diferenciada, uma vez que um dos problemas abordados foi justamente o desempenho.
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Em 2021, a Nuuvem se tornou uma fornecedora de jogos oficiais da Nintendo, que havia saído do Brasil anos antes. Assim, jogos da Gigante de Kyoto agora podem ser obtidos pela plataforma online, incluindo é claro o Nintendo 3DS, o Nintendo Switch e até mesmo o Wii U. Infelizmente, o game da Nodding Heads Games não está disponível. Dentro da coletânea, além é claro da franquia Pokémon, também existem clássicos como The Legend of Zelda, Super Mario e Kirby. Todos disponíveis para comprar e depois você fazer a sua própria análise. E o melhor, pode ser parcelado no cartão de crédito. Então, preste atenção, confira e clique no link para ser redirecionado para a página da Nuuvem. Lembrando que, se você comprar por este link estará ajudando no trabalho de Análise e Crítica do Guariento Portal. Então, ajuda aí! Que vamos continuar com a Análise e Crítica de Games!
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Números
Raji: An Ancient Epic (Nintendo Switch)
Da indiana Nodding Heads Games, Raji: An Ancient Epic é um game criativo baseado na cultura hindu dentro do Nintendo Switch.
PRÓS
- Cenário e ambientação cativante de descoberta da cultura hindu.
- Trilha sonora chamativa com localização no Português do Brasil.
- União de plataforma, hack'n'slash e elementos de RPG.
- Enredo rápido, coeso e que trás uma história legal dentro deste universo.
CONTRAS
- Performance no Nintendo Switch é um tanto problemática.
- O título é curto, não dando valor a algum tipo de aventura posterior.
- Em determinados momentos, a queda de performance também prejudica a jogabilidade exata de golpes.