Dizem que quando você é um jovem adulto, o Discovery Home e Health é uma derradeira perdição. Mais até do que a Montanha que forjou o Anel de Sauron. Seus programas parecem sugar a vida alheia. No meio desses programas está Irmãos a Obra, série no qual dois irmãos se unem para reconstruir casas, apresentar conceitos arquitetônicos e mostrar que, com dinheiro é possível melhorar até a mais decadente das casas. Trazendo isso para a realidade dos games, temos House Flipper, game de simulação que busca trazer exatamente essa mágica. Compre ou ajude na reforma de casas, de acordo com o pedido do cliente ou do seu jeito, pintando e trazendo o conceito aberto para a sala. Lançado em 2018 inicialmente para PC, o game já possui versões para PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Resta saber se vale a pena nesta análise!
Irmãos a Obra está agora disponível no mundo dos games. Com outro nome, House Flipper!
Para começo de conversa, House Flipper se enquadra no gênero de simulação da mesma forma que The Sims e Sim City por exemplo. Ou os títulos da família Zoo Tycoon. Aqui, o jogador deve aos poucos evoluir seu personagem na arte de reconstruções de casas. E, nesse começo, seu próprio hangar de trabalho é uma casa que precisa, mais do que qualquer outra de uma reforma. No entanto, para melhorá-la é necessário primeiro obter dinheiro, o que só é possível arrumando a casa de terceiros primeiro. Com um computador em mãos, o jogador receberá mensagens de possíveis clientes, que buscam um serviço de qualidade. É então que tarefas como demolir, pintar, limpar, trocar equipamentos defeituosos ou velhos tem início. Esse primeiro momento serve de maneira suave para demonstrar como os controles do game funcionam, e House Flipper nesse cenário não peca em nada.
De maneira bem a conta gotas, o game vai proporcionando mecânicas novas uma vez que suas missões diferem cada vez mais. Primeiramente, a pintura e a limpeza da casa serão fundamentais. Depois, a troca de azulejos, a quebra de paredes e construção desses elementos. Tudo é bem direto, mas ao mesmo templo bem explicado, o que não deixa o jogador desiludido e esperando do que fazer. Como game de simulação, não há nenhuma mecânica extravagante. Tudo que você imagina que é um simulador de remodelamento de casas e sua posterior venda está disponível. E aliás, uma das principais qualidades de House Flipper é que, depois de um tempo, o jogador pode ter acesso a casas para colocá-las a venda, o que trás uma liberdade maior do que as missões anteriores. Os detalhes são essenciais, e quanto melhor o jogador aprender seus afazeres, mais receberá como recompensa pelo bom trabalho.
Alguns pontos gráficos poderiam ser melhores, disso não há dúvida:
Em termos técnicos, House Flipper não é uma preciosidade do mundo dos games. Porém, apresenta uma ambientação clara e consistente com seu objetivo. Os móveis e todas as construções dentro da casa possuem móveis, embora poucos, com um detalhamento que poderia ser melhor aproveitado. House Flipper não é um programa de primeira linha de produção de ambiente ou de design de interiores, e assim, acaba tendo algumas quedas em sua qualidade, com alguns momentos em que o jogador ultrapassa uma parede, ou que alguns polígonos não passam despercebido. Por fim e não menos importante, a quantidade de itens a disposição do jogador é grande o suficiente a ponto de indicar uma vasta possibilidade de decorações. No entanto, é a partir desse momento que inicia-se os problemas para com House Flipper. E, as vezes, o game merece levar uma bela de uma marretada.
E, deve-se admitir que os pontos negativos se sobressaem em House Flipper. O primeiro deles, sem dúvida é a repetição extrema de suas funções. Note que, por mais que o título consiga trazer uma certa progressão nas atividades, depois de algumas horas de jogatina é perfeitamente possível que o jogador se enjoe com a mesma situação. Existe uma casa, ela deve ser reconstruída. Você deve pintar os quartos, tirar o lixo, trocar algumas válvulas. Praticamente, não há nenhuma circunstância que modifique esses mesmos afazeres, que são repetitivos em escala integral. Não que jogos de simulação não sofram deste tipo de progressão, mas em House Flipper isso é levado até ao limite pois basicamente o título se mantém unicamente em seu argumento. Não há motivos para que o jogador se mantenha conectado ao título, como por exemplo liberação de personagens ou de novos trabalhos.
Fator replay e a performance do título é como quebrar uma parede. Bastante dura, e com muito esforço dá pra fazer um bom trabalho:
Isso é ainda mais explícito com a quantidade de conteúdo, na forma de itens, disponíveis em House Flipper que simplesmente não serão usados. Ou que melhor, dificilmente serão usados, em uma clara alusão ao não uso da Arma de Checkov. Dito de outra forma, os itens estão a disposição do jogador, e por estar presente, é interessante pensar que eles terão alguma função no futuro. Porém, o que na verdade ocorre é que eles não tem função alguma, estando apenas para aumentar o inventário e dar a falsa impressão de ilimitadas possibilidades, quando na verdade o próprio título se sabota. Seja nas já definidas pelo cliente quanto na venda de casas, em que os possíveis compradores podem ser insuportáveis ao ponto de querer a troca de todas as suas ideias para comprar a casa. Assim, perde-se e muito tanto no fator replay quanto na diversão proposta no game.
Um outro ponto no qual House Flipper também perde bastante consistência é a sua performance geral dentro de um computador. Apresentando gráficos nem tão perfeitos assim, era de se esperar que o título não fosse pesado e nem gerasse tantos problemas como bugs e travamentos. Infelizmente, não é o que ocorre. É comum que entre uma missão ou outra, os carregamentos sejam bastante demorados e alguns bugs que obrigarão o jogador a reiniciar o computador inteiro possa acontecer. Não trata-se de um título em que toda sua estrutura gráfica seja ao nível por exemplo de Red Dead Redemption 2, que aliás é extremamente diferente e trás uma outra gama de possibilidades. Porém, há uma expectativa maior de que games deste porte tenham problemas de performance, e não House Flipper, um simples simulador de construção e arrumação de casas.
No fim das contas, com alguns mofos, rachaduras e pinturas descansando, House Flipper tem uma diversão que dura pouco tempo. A repetitividade quebra qualquer tentativa de longas horas em seu terreno:
Assim sendo, House Flipper, produzido pela Empyrean é um “leve” simulador de construção e arrumação, mas com pesada performance e quedas de padrão em diversão e produtividade. A princípio, sua premissa é interessante, colocando algo bem similar a programas de Televisão. Estando no cargo de um design de interiores, cabe ao jogador, de acordo com o pedido de seu cliente limpar e restaurar as mais diferentes casas e localidades. Para isso, seu inventário é grande o suficiente e as missões são bem difundidas, com um tutorial indicando com certa consistência tudo o que deve se fazer. Além disso, a parte gráfica, embora não maravilhosa, é interessante com detalhes mostrando equipamentos, móveis e eletrodomésticos. Por sua simplicidade, é possível começar a se divertir, e nas primeiras horas de jogatina, o título cumpre com o prometido. Porém, é só o tempo começar a ressoar que os problemas aparecem.
A repetitividade, a quantidade de itens presentes e seu não uso, criando uma falsa ilusão de ser ilimitado, assim como os problemas de performance fazem de House Flipper um peixe diminuto de aquário. Mesmo que outros games do gênero sofram com isso, a repetitividade das missões é constante, e o que antes era divertido torna-se simplesmente desgastante e pouco reconfortante. Já a quantidade de itens no inventário não seria o problema, se o game não desse a falsa sensação de que cabe apenas ao jogador ter o controle total de qualquer obra. Algo que não ocorre devido a própria estrutura em missões. E, por fim, bugs e um peso desproporcional em seu funcionamento por falta de otimização para a plataforma, no caso a Steam. Sendo assim, House Flipper, de forma clara é destinada a quem gosta de gêneros de simulações mais casuais. E com uma boa promoção!
Veja mais no Guariento Portal se gostou desta análise de House Flipper. Saiba que o Irmão a Obra do mundo dos games é um multiplataforma de carteirinha. E a versão analisada é a disponível para PC. Não deixe de comentar também, pois é muito importante para o crescimento e desenvolvimento deste Portal!
Se você gostou da análise do game House Flipper produzido pela Empyrean em sua versão PC, saiba que o Guariento Portal tem muito mais. Em termos de análises, você pode gostar de outras análises, como e o caso de Hades, da Supergiant Games, Jotun: Valhalla Edition da Thunder Lotus, Spirit Camera: The Cursed Memoir, spin-off da franquia Fatal Frame para o Nintendo 3DS, Aragami: Shadow Edition no Xbox Series S, assim como The Crown Tundra, a DLC de Pokémon Sword e Shield. Em termos de dicas, temos Ornstein e Smough, duas criaturas conhecidas no Universo de Dark Souls, que está disponível também no canal do Youtube do Portal, assim como games que estão disponíveis para o Nintendo Switch com a alma de Dark Souls. Além destes, que tal saber curiosidades sobre a história de Hades, do início de Luigi’s Mansion ou um pouco de mitologia grega.
* House Flipper está disponível para Steam no valor de R$ 37,99. O título foi lançado primeiramente para esta plataforma e depois portado para o PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Vale ressaltar que esta análise foi produzida pela versão PC com recursos próprios, e que no caso da versão do console da Nintendo, ela não está disponível na eShop brasileira. Sendo assim, é necessário alterar para a região americana, canadense ou mexicana para proceder a aquisição do título.
Números
House Flipper (Steam Version)
Ao estilo "Irmãos a Obra", pegue casas decadentes e renove-as em House Flipper, game de simulação da Empyrean, por pouco tempo nesta Análise!
PRÓS
- Simulação simples e sem dificuldade, com tutoriais tranquilos.
- É interessante ver as casas e mansões tomando forma depois de um tempo.
- Gráficos não são elegantes, mas tem seu destaque em mostrar os elementos de uma casa.
CONTRAS
- Repetitividade que torna o jogo um tédio e suas ações chatas com o decorrer do tempo.
- Performance do título não é otimizado. Comum travamentos e bugs.
- Inventário enganoso. Nem tudo que está ali será usado. Na verdade, trás falsa sensação de possibilidades.
- Diversão e jogabilidade são afetadas fortemente por seus defeitos.