Que o Universo da Marvel é gigantesco todo mundo sabe. E que sua construção rendeu tempo. Para ser exato, mais de dez anos desde o primeiro Homem de Ferro (2008) até o término com Vingadores: Ultimato (2019). Neste decorrer, personagens foram ganhando suas próprias experiências e histórias, como o próprio Tony Stark, assim como o Capitão América e o deus do trovão asgardiano, Thor. Sua trilogia própria andou por entre mundos de ação, suspense até que pincelasse pontas da comédia. Porém, é com Taika Waititi, diretor de Thor: Ragnarok que a franquia simplesmente cruza todas as linhas para um plano cômico completamente diferente. Uma jogada audaciosa da Marvel, que poderia dar certo ou errado. Resta saber se o fim do mundo asgardiano por Hela e Surtur realmente diverte, ou foi um filme fora da curva dentro da Casa das Ideias. Veja nesta Crítica!
Não sabíamos que precisávamos de um Thor mais sacana, até ter um Thor mais sacana:
Primeiramente, o que define Thor: Ragnarok é a sua mescla, muito bem acertada, entre a comédia e a ação de super heroi. As sacadas que conseguem tirar alguma gargalhada do público não são jogadas em demasia, o que poderia saturar o título. Pelo contrário, elas estão perfeitamente encaixadas dentro de um contexto narrativo que acaba deixando a história ainda mais leve. Vale lembrar que o antecessor, Thor: Mundo Sombrio amplia o aspecto de suspense e drama dentro da franquia, enquanto esse filme de fato busca uma nova alternativa. E, o timing de praticamente todos os personagens é muito bem acertado. Não esquecendo que temos um longa de super heróis, temos criaturas poderosas e batalhas extremamente bem feitas por efeitos especiais, mas aqui, o que faz brilhar até em termos de roteiro é a estrutura narrativa voltada para a comédia.
E claro que, para uma boa comédia, ou um filme em geral, é necessário ter bons personagens. E nisso, Thor: Ragnarok consegue trabalhar como ninguém na franquia do deus do trovão. O Thor de Chris Hemsworth está ainda mais afiado com piadas e situações cativantes, que faz o telespectador se afeiçoar a seu jeito mais divertido. O Loki de Tom Hiddleston é o que mais cresce, uma vez que seu humor ácido se mantém. É incrível como ambos os atores conseguem transparecer qualidade em seus papéis. Contudo, o elenco de apoio e a antagonista também não fazem feio. Hela, após a morte de Odin ressurge. Ela é perigosa, é destemida e maravilhosa em todo o seu intuito de se tornar a Senhora de Asgard. Além deles, o Hulk de Mark Huffalo, a Valquíria de Tessa Thompson e o Grão Mestre de Jeff Gondblum abrilhantam ao aparecerem em cena.

A história é rápida e prende em toda a sua movimentação, com uma criação de mundo, paletas e efeitos especiais espetaculares, criativos e que lembram o histórico das HQ’s de Jack Kirby:
Na verdade, por mais que Thor: Ragnarok se dedique com maestria ao tom cômico, a história destaca momentos sérios, e isso é evidente em especial com a aparição de Hela. E dessa forma, é possível destacar que o longa não se perde ao acrescentar textos engraçados em momentos que não deveria ter. Eles estão no momento certo, sendo divididos entre toda a dinâmica de dominação de Asgard e o que ocorre no planeta Sakaar com o outro núcleo, formado por Thor, Hulk, Valquíria e o Grão Mestre. Mesmo parecendo divididos, a história consegue se juntar em um único momento, em que Hela decide reinar em Asgard destruindo a todos que estão em seu caminho. Quando isso ocorre, o longa converge em sintonia para um único momento, unindo todas as pontas deixadas soltas no início com a aparição de Surtur até a apresentação de todos os personagens de Thor.
Em termos técnicos, Thor: Ragnarok é ainda mais brilhante do que seus antecessores. A Asgard apresentada é ainda mais viva, mostrando o motivo de que, aos olhos mortais, os asgardianos eram conhecidos como deuses. Porém, a estética mais cuidadosa é a do planeta lixão Sakaar e de sua arena, que refletem muito bem o estilo de vida gladiador daquela sociedade. E mais, a história original de Jack Kirby nos quadrinhos. As paletas de cores e os detalhes, como mãos e máscaras do então melhor gladiador. Assim como também restos de lixos espaciais de toda a parte da galáxia que toda a equipe de efeitos práticos e especiais merecem os devidos louros por fazer um ambiente tão respeitoso com as histórias originais nos quadrinhos. A trilha sonora também merece destaque, em especial Immigrant Song, de Led Zeppelin, que encaixa tão bem quanto o martelo destruído de Thor.

Esqueça aquele rancor e o romance desnecessário visto anteriormente. Aqui, comédia e ação se unem com maestria. Parecido com Guardiões da Galáxia na verdade:
E, somando todo esse histórico quase cartunesco com uma boa direção em termos de efeitos especiais e uma direção de personagens competentes, Thor: Ragnarok diverte. E não só apenas com muita risada, mas também por apresentar personagens ainda mais humanizados. Algo que precisava ocorrer dentro do mundo de Thor. Até mesmo o brilhante Korg por exemplo, vivido pelo diretor Waititi tem momentos de destaque dentro do longa que, ao analisar friamente, fazem sentido como uma espécie de alívio depois de momentos de choque. A narrativa também não demora a ocorrer, sendo rápida e suficiente ao manter a linha de pensamento mesmo quando o momento é de mais calma e serenidade. Não há uma espécie de barriga dentro de Thor: Ragnarok justamente pelo fato de que o roteiro é bem compactado e fechado em suas intenções. Porém, é inegável que nem tudo fechou tão bem.
O Thor mudou tão rápido não é? E Hela minha amiga, você tinha ainda tanta coisa pra brilhar:
Lembra que até então o roteiro foi de fato elogiado nesta crítica certo? Porém, por mais que realmente seja um roteiro bem feito, com uma proposta diferente, ele sofre de alguns problemas quando se analisa todo o conceito da franquia do Thor como um todo. Mesmo que em Mundo Sombrio, o deus do trovão já tenha provado um pouco do humor, a mudança foi absurdamente abrupta de todas as formas. Isso claro é um ponto positivo se Thor: Ragnarok fosse visto como um filme em separado. Não como o terceiro de uma franquia que ainda deve se unir ao mundo imenso do Universo Cinematográfico da Marvel. Então fica a dica, Thor: Ragnarok como um filme único é completamente insano, atraente e divertido, sendo um dos mais interessante do mundo Marvel. Porém, peca justamente em se unir a esse universo ao mudar bruscamente o comportamento de seu personagem chave.

Por fim, um último ponto que merece destaque negativo em Thor: Ragnarok é que, embora toda a equipe ao redor de Thor tenha uma presença de personagem excelente, e momentos de câmera agradáveis, em especial Loki e Hulk, ainda assim Hela, a antagonista do longa é bastante subutilizada. Algo já visto em Malekith no filme anterior. Não só ela como Surtur, o gigante de fogo, e Fenrir, o seu lobo mascote aparecem como grandes criaturas poderosas mas que, no fundo, só estão simplesmente para conduzir a história até um determinado ponto. E não participarem ativamente dela. Hela na verdade, como Deusa da Morte, poderia ter uma participação ainda maior e efetiva, usando-se do talento da atriz Kate Blanchet. Mas a fórmula Marvel aqui foi usada de forma integral, uma vez que cai em detrimento o vilão, salvo exceções, para que os protagonistas ascendam em sua jornada de heroi.
No fim das contas, Thor: Ragnarok trás uma nova via as histórias do deus do trovão. Divertida, esteticamente atraente e bem feita. Sem dúvida, foi uma escolha curiosa, porém acertada da Marvel ao mudar esse tom:
Desta forma, Thor: Ragnarok é um filme que busca uma trilha diferente de seus antecessores. Sendo melhor em praticamente todos os aspectos. A grande sacada de Waititi foi justamente perceber que seus atores têm um feeling para a comédia. Tomando o devido cuidado para que a narrativa não se tornasse pastelona ao ponto de destruir toda a estrutura do deus do trovão. E para isso, o diretor conta com atores bem instruídos que se sentiam seguros dentro de seus papéis, desde o próprio Thor a toda a linha de apoio. Além disso, o roteiro rápido e certeiro também agrada, não criando buracos, assim como os efeitos práticos e especiais, que conseguiram transformar Sakaar, Asgard e todas as criaturas que ali aparecem em algo belo e elegante. É possível que o espectador queira participar como convidado da Arena ou viver em Asgard, antes de Hela é claro.

Porém, Thor: Ragnarok apresenta falhas. De fato elas são tão poucas que não tiram o mérito de ser o melhor filme solo do deus do trovão nesta crítica. Essa mudança toda de tom pode descontinuar um pouco o que vinha sendo apresentado anteriormente. Dentro é claro do mundo da Marvel. O Thor mais introspectivo foi deixado completamente de lado para renascer algo mais cômico. O que permitiu que o espectador se afeiçoasse ainda mais. Porém, deixa essa dualidade dentro do próprio Universo Marvel. Por fim, os antagonistas poderiam ser mais bem utilizados, uma vez que possuem uma presença considerável. Esse problema ocorre reiteradamente dentro dos filmes do MCU, com a exceção do próprio Loki na franquia Thor e com Erik Killmonger em Pantera Negra. Mesmo assim, Thor: Ragnarok, sem dúvida é uma aventura heroica divertida e demonstra que, no mundo Marvel, existe lugar para todos os estilos.
Veja mais no Guariento Portal se gostou desta crítica de Thor: Ragnarok. O longa na verdade, finaliza as histórias solos de herois para que a Saga do Infinito se complete. Pelo menos por enquanto. Não deixe de comentar também, pois é muito importante para o crescimento e desenvolvimento deste Portal!
Gostou da crítica de Thor: Ragnarok (2017)? Sem dúvida, o filme mais divertido do deus do trovão da Marvel. Além do especial Marvel, saiba que o Guariento Portal não vive só de games, mas também de filmes. No mundo dos filmes, é interessante notar que na nossa aba Revisitando o Passado, é possível encontrar crítica de filmes antigos, como A Casa da Colina (1999), O Enigma de Outro Mundo de 1982 e a franquia Hellraiser, como Renascido do Inferno e Renascido das Trevas. Já de filmes mais recentes, temos um grupo especial de crítica que vão desde o terror, que predomina, com Halloween (2018), Destruição Final: O Último Refúgio, A Freira, Verdade ou Desafio ate a ação com Godzilla (2014)e Gozdilla II: Rei dos Monstros (2019). E tem também a antologia completa de Annabelle, com o primeiro, o segundo e o terceiro filme tendo análise no Guariento Portal.
* Thor: Ragnarok fez tanto sucesso na crítica quanto na bilheteria que será uma das séries solos a transpassar a Fase 4 da Marvel. Com Homem de Ferro e Capitão América não estão disponíveis, coube novamente a Taika Waititi comandar o próximo longa do deus. Que tem data prevista para 6 de Maio de 2022 nos cinemas americanos. Sendo uma sequência direta de Ragnarok e Vingadores: Ultimato, Thor terá o aporte de membros dos Guardiões da Galáxia. Afinal, uma vez que no final da batalha contra Thanos, ele passa a viajar pelo Universo com esse grupo.
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Números
Thor: Ragnarok (2017)
Com um tom cômico elevado, Taika Waititi deixa sua marca no Universo da Marvel com a história do deus do Trovão no filme Thor: Ragnarok.
PRÓS
- Mundo colorido, diverso e bem apresentado. Lembrando as HQ's de Jack Kirby.
- O tom cômico é elevado, mas isso não quer dizer que o heroi se torna pastelão.
- Trilha sonora sabe o momento certo de impactar e engrandecer.
- A narrativa é rápida e os personagens agem com naturalidade.
- Parte técnica em efeitos especiais é a melhor dos três da franquia de Thor.
CONTRAS
- Existe sim uma descontinuidade de personagem se comparar com o restante do MCU.
- Os personagens são bons, mas especialmente a antagonista não é tão utilizada.