Como não falar de Pokémon em um Portal destinado a falar de games não é mesmo? Uma das franquias, senão a mais rentável do planeta, os monstros de bolso são capazes de vender absurdos. Sendo assim um grande carro chefe dos portáteis, e do híbrido da Nintendo. E, como tradição desde os remakes de Kanto com Fire Red e Leaf Green no Game Boy Advanced, é comum que a Game Freak, desenvolvedora dos jogos crie um remake sempre que uma região nova é explorada. É o que aconteceu depois de Pokémon Sword e Shield de 2019 que tem em sua companhia a grande região de Sinnoh. Lar de Diamond, Pearl e Platinum do Nintendo DS, a região agora é revivida em Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl, do Nintendo Switch. Agora, será que essa viagem de volta vale a pena? É o que veremos nessa Análise do Guariento Portal.
A viagem ao Monte Coronet e à Região de Sinnoh estão a postos. Salve o mundo do Team Galactic e conheça as Lendas do Tempo e do Espaço. Isso tudo agora em formato Chibi.
Como dito anteriormente nesta Análise, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl são remakes dos primeiros jogos nativos da Região de Sinnoh, onde os Mitos da Criação de todo o mundo Pokémon se originaram. E, pela primeira vez, o desenvolvimento do título não ficou completamente a cargo da Game Freak, mas sim do estúdio japonês ILCA. Como bom remake que se preze, toda a aventura se encontra completamente inalterada e incólume. Você, como treinador Pokémon escolhe seu inicial, vai enfrentando os líderes de Ginásio, chega na Elite dos Quatro e é claro tenta salvar o mundo da Equipe Vilã, no caso a Equipe Galáctica. Há uma certa nostalgia em reviver um dos continentes com o melhor conteúdo histórico de todas as franquias, com personagens igualmente importantes como Cynthia, a querida e poderosa Campeã de Sinnoh.
Em termos mais técnicos, podemos ter polêmica completa em Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl. Em relação ao seu antecessor direto, ou ao spin-off Pokémon Let’s Go, há uma queda no nível de detalhamento gráfico, embora o seu estilo gráfico não possa ser menosprezado. Se inspirando no remake em The Legend of Zelda: Link’s Awakening, o estilo chibi é gracioso e de certa forma cartunesco. De outra forma, cria uma espécie de simpatia para o game. O mesmo pode ser dito da trilha sonora revitalizada, que trás acordes típicos da Região, seja a trilha do Monte Coronet como da própria Elite dos Quatro. Há uma melhoria considerável nesta última. Os Contests sofreram melhorias de jogabilidade, ficando mais palatáveis e uma forma diferente de se passar o tempo além de capturar e enfrentar adversários.
Em termos de dificuldade, mesmo apresentando a mesma história, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl até que inovam. Com um rematch ao estilo competitivo, o jogador pode encontrar Líderes ainda mais poderosos e uma Elite dos Quatro que dá até medo!
Quanto as animações, não há grande diferença dentro das batalhas quanto aos movimentos ou ao barulho dos Pokémon. Com exceção de Eevee e Pikachu, todas as criaturas fazem o mesmo som polifônico desde a era do Game Boy. Agora, quanto a paleta de cores e os cenários, estes sim aparentam ter uma forte melhoria em relação a Sword e Shield. Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl apresenta, mesmo que de forma estática, cenários de batalha mais detalhados e animações das criaturas pouco mais polidas que seu antecessor. E justamente falando em batalhas, chegamos a um ponto que sem dúvida seja o segundo melhor dentro dos remakes, como vamos apontar nessa Análise, a melhoria da dificuldade nas batalhas. Pokémon, salvo exceções nunca foi visto como uma franquia difícil. Porém, os remakes dão a oportunidade de enfrentar novamente todos os líderes de ginásio e a Elite dos Quatro.
Porém, não pense que essa batalha será simples. Pelo contrário. Com um treinamento próprio de competitivo, esses treinadores trarão muito mais trabalho para que o jogador consiga avançar uma vez mais. Pokémon assim ganha uma espécie de estratégia dentro do game nas mesmas amarras que os campeonatos competitivos de sua franquia. Sem dúvida, travar uma batalha final contra um Garchomp de Nível 88 é uma das maiores dificuldade que os remakes podem trazer. Isso auxilia na longevidade, assim como a possibilidade de capturar quase todos os 493 Pokémon que em Sinnoh existem. Lembrando que sendo um remake, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl não contam com as criaturas nascidas de Unova em diante. O que realmente é uma pena! Seja por meio do Grand Underground, pelo Poké Radar ou nas Hordas, várias criaturas não nativas e com métodos escassos nos originais podem ser agora capturados livremente.
O Grand Underground sem dúvida é a melhor coisa de novidade dentro dos remakes do Nintendo Switch. Capturando Pokémon vistos no subterrâneo, os ambientes e as possibilidades aumentam ainda mais. Ainda mais se você curte um Tipo Fogo, que falta em Sinnoh.
Não há como fazer uma Análise de Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl sem falar na parte mais importante e única grande mudança em relação ao original, o Grand Undergound. Sendo uma parte que o jogador certamente passará mais tempo do que na superfície. Fazendo as vezes do Undergound, além de caçar fósseis e pedras de evolução, o jogador agora tem acesso a locais onde os Pokémon podem existir e serem visto de imediato. Essas criaturas podem ser não nativas de Sinnoh e normalmente podem vir com golpes exclusivos aprendidos em ovos. Inclui-se aqui até mesmo os Pokémon inicial, desde Kanto até Sinnoh. Divertido, o Grand Undergound é uma centelha de vida dentro dos remakes, e com toda certeza, se todo o game fosse feito com a mesma premissa que o local subterrâneo, traria certamente ainda mais diversão aos remakes.
Agora, vamos ir para o lado Giratina da força, pois Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl apresenta alguns problemas e o Guariento Portal não vai passar pano. Na questão gráfica, se por um lado o estilo artístico é aceitável e bonito, não há o que falar, o seu detalhamento é muito aquém do que o console da Nintendo pode fazer. Pegando o mesmo exemplo da aventura de Link, tudo foi levado em uma cadeia literal, sendo um “upgrade” simples da versão de Nintendo DS. E algumas vezes com problemas, como é o caso de alguns Pokés seguindo o jogador. Com exceção do Grand Undergound, tudo é tão igual ao seu antecessor que para um viajante que já se cansou de Sinnoh, o game se perde rapidamente, e sequer apresentando uma melhoria gráfica significativa ou de conteúdo. Tudo é mesmicimamente a mesma coisa. E não sabemos se essa palavra existe.
Aqui, temos o lado sombrio de ser um remake tão literal. Com a exceção do Grand Underground, não há estímulo algum de se revisitar a região de Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl. Isso nunca tinha acontecido em nenhum remake da franquia, que sempre trazia algo novo.
Essa repetição ad nauseam dentro de Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl acaba ganhando contornos negativos. Nenhum outro remake dentro da franquia não apresentou algo de diferente. A história é literalmente a mesma dos originais. E mesmo com o Grand Undergound, ainda assim os remakes de Sinnoh no Nintendo Switch são fracos e faltam carisma. Algo que aliás a franquia Pokémon tem de monte. E nesse cenário, não importa a longevidade, que de fato possui, assim como a jogabilidade, que se mantém constante desde que Pokémon chegou ao Nintendo Switch perdem qualidade. A Game Freak pode ter terceirizado a criação do game para a ILCA, mas falta um sentimento, um coração dentro do game. Nem mesmo Pokémon sucessores podem ser capturados, algo que em jogos remakes anteriores era possível das maneiras mais criativas. Assim, fica evidente os problemas de Sinnoh, se ela não fosse uma criação tão literal.
Essa criação literal também bate em momentos chaves que em outros games havia livre acesso. A não existência de ranqueamento de batalhas, como as provenientes em Sword e Shield, assim como a existência de uma Battle Tower apenas (e não a Battle Frontier de Pokémon Platinum) diminuem substancialmente o gosto por passar horas e mais horas dentro de Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl. Até a presente data, o Global Trade disponível nas versões originais não está disponível, tendo apenas uma janela de atualização para ocorrer. Até mesmo a personalização do jogador, que é possível agora na Cidade de Veilstone não é encantado ao ponto de criar um impacto tão grande quanto ocorreu em Pokémon X e Y do Nintendo 3DS. Assim, de certa forma como pode-se ver nessa Análise, as “novidades” apresentadas em Sinnoh não conseguem se sobrepor a literalidade do remake.
E sim, estilo gráfico é diferente de detalhamento gráfico. Nisso, os remakes de Sinnoh pecam bastante com uma atmosfera simples demais. Seus gráficos não são feios e são apaziguados pelo estilo, mas ainda assim Pokémon continua não sendo referência nesse aspecto.
Dento de tudo que foi falado nessa Análise, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl se segurou numa fidedignidade que jamais foi vista na franquia em nenhum remake. E que de fato consegue trazer uma sensação nostálgica. A mesma história de Dialga, Palkia e Arceus, os mesmos personagens carismáticos e um continente encantador. Isso é claro com algumas melhorias, como os rematches ao nível competitivo e até mesmo ao estilo chibi de ser do ambiente, que é aprazível, e mesmo que alguns torçam o nariz, combina com a aventura de Sinnoh. O Grand Undergound é claro é a cereja do bolo dentro da Nova Sinnoh, uma amostra que nem tudo precisa ser exatamente nos mesmos contextos que um original. Tudo pode ser aprimorado. Também se destaca o cenário das batalhas, que de fato estão estonteantes e batem Omega Ruby e Alpha Sapphire, delírio aos olhos dentro do Nintendo 3DS.
Agora, os problemas se sobressaem infelizmente. Para o bem ou para o mal, o remake tão fiel criou uma espécie de game sem vida, destinado a reviver uma aventura sem grandes novidades. Praticamente, todos os jogadores que tiveram um Nintendo DS e jogaram Pokémon Diamond e Pearl terão ao seu alcance os mesmos conflitos. Nem mesmo os personagens carismáticos ou a história tem algo a surpreender. E isso afasta o jogador. O mesmo pode ser dito do caráter mais técnico, como a necessidade de gráficos mais bem polidos e não tão simplistas. E sim, a falta de novas criaturas desde Pokémon Black e White é o suficiente também para negativar os remakes. Mesmo com quase todos os antecessores a disposição, mantendo somente os 493 Pokémon originais, dos quase 900 existentes. Assim como uma longevidade sem grandes conflitos, além do simples foco de capturar todos.
Divertido? Bem, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl é uma visita datada para uma região de lendas. Pode ser apreciado sem dúvida, mas foi perdida uma grande chance de melhorar ainda mais o que já sabemos sobre a Região de Sinnoh:
De certa forma, você pode perguntar depois dessa Análise. Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl é divertido? De certa forma é, pois todo o game, mínimo que seja trás alguma diversão. E os remakes de Sinnoh para o Nintendo Switch não são de todo o mal. Pelo contrário, em suas novidades conseguem satisfazer, como é o caso dos rematches, assim como o pós-game, com a Battle Tower, a quase National Déx e é claro o Grand Underground. Contudo, ser tão fiel assim aos jogos de Nintendo DS trouxe também uma espécie de parada no tempo ao qual Sinnoh pareceu mergulhar. Há uma história, mas sem uma vírgula de novidade. Todas as novidades trazidas anteriormente estão foras, assim como criaturas. Assim, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl podem ser indispensáveis para os fãs da franquia, e para os jogadores que não conhecem Sinnoh. Mas infelizmente, poderia ter sido “mais”.
* Pokémon Brilliant Diamond e Pokémon Shining Pearl fazem parte do duo de remakes lançados em 2021 para o Nintendo Switch. De forma exclusiva, até pelo fato de ser um dos carros chefes da Nintendo. Os remakes foram produzidos pela primeira vez pela ILCA. Avaliados em R$ 299,00 os remakes estão disponíveis na eShop brasileira da plataforma, assim como podem ser adquiridos por meio da Nuuvem. Que aliás é uma parceira da Nintendo no mercado brasileiro. E aceita cartão de crédito para os mais desavisados. Essa Análise foi possível graças a verba própria do autor, ao comprar o game! Agora, se você curte Pokémon ou outra série de games, pode conferir Análise por exemplo de Pokémon Ultra Sun e Ultra Moon, ou então de Dark Souls Remastered enquanto espera o lançamento de Elden Ring, no qual temos uma Prévia aqui também. Sinta-se em casa.
Números
Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl
Um remake extremamente fiel. Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl trazem de volta a Região de Sinnoh com pouquíssimas mudanças e com uma aura de que poderia ser melhor dentro do Nintendo Switch.
PRÓS
- O Grand Underground e os Rematches competitivos são excelentes novidades.
- O estilo chibi agrada e os cenários de batalha são bem produzidos, assim como a Trilha marcante da Região.
- Controles estilizados a falta de duas telas e que não pecam em nada.
- Os Contests, o Grand Underground, a quase National Déx e a Battle Tower dão sobrevida para a longevidade.
CONTRAS
- Completa falta de originalidade, se mantendo com tudo que já sabíamos e sem novidade alguma.
- O detalhamento gráfico difere de seu estilo, que poderia ser melhor.
- E sim, a ausência completa de Pokémon além dos 493 existentes a época é um fator de negatividade dos remakes.