Pokémon Scarlet e Violet melhoraram… Mas isso não é sinal de milagre.
O ano era 2022 e o Nintendo Switch, após receber Hisui em Pokémon Legends: Arceus se tornava a casa da Região de Paldea. Pokémon Scarlet e Violet eram os primeiros jogos de mundo aberto da franquia, que experimentou um pouco desse estilo na Área Selvagem de Pokémon Sword e Shield (2019). Acontece que essa revolução contou com um selo de qualidade técnica duvidosa. Texturas flutuantes, personagens entrando em modo O Exorcista (1974) e Pokémon atravessando paredes. O Lago Casseroya era desesperador. A ventoinha do Switch chorava para não explodir. Mas, com a chegada do Nintendo Switch 2, os jogos receberam um upgrade gratuito. A primeira vista, Paldea se tornou mais jogável, especialmente pelo acréscimo de desempenho. Agora, Scarlet e Violet rodam a 60 quadros por segundo (FPS). Mas, engana-se que esse será o antídoto das falhas do jogo.
Sejamos honestos, no Switch, Pokémon Scarlet e Violet pareciam rodar num micro-ondas. E isso não é culpa do Switch. O console sabe rodar jogos com ambientes bonitos, como Xenoblade Chronicles 3 (2022) e Bayonetta 3 (2022). Mas a Game Freak fez questão de criar um jogo com quedas de FPS, pop-ins e resoluções embaçadas. E Pokémon não é um musou que tem 450 inimigos prontos para o ataque. Mas, com a atualização, temos uma melhora em alguns aspectos. A iluminação é constante e os Pokémon têm uma distância maior para aparecer. O famoso draw distance toma forma. As sombras não piscam como em rave. O aumento da resolução melhora as texturas das criaturas. Ainda não é um Elden Ring (2022) em termos level design ou criação de mundo, mas já dá para reconhecer um Lechonk a pelo menos cinquenta metros de distância.
Agora, temos desempenho e gráficos que saem da lama para o HD.

Então, qual a grande vitória no Switch 2? O jogo roda finalmente a 60 quadros por segundo, seguindo os passos de Pokémon Emerald (2004), no GameBoy Advance. E isso muda tudo. A exploração do mundo aberto ficou fluida, os combates parecem mais responsivos e até os menus reagem com mais agilidade. As caixas onde seus Pokémon permanecem pela eternidade já não demoram a carregar. E sua visão do ambiente conta realmente com um número considerável de criaturas. Até demais, com enxames de Furret em Kitakami ou Psyduck em Paldea. Perfeito para a caça dos Pokémon Brilhantes. É como se Pokémon Scarlet e Violet tivessem tomado um energético gráfico — e agora conseguem correr sem tropeçar a cada três passos. Na versão dock, o jogo chega a resolução 4K. Porém, não necessariamente houve melhora em texturas, como a água de Nintendo 64.
Infelizmente, nem tudo são flores de Gossifleur, que nem estão nos jogos de Paldea. A maioria dos bugs, pelo menos os mais famosos, foram corrigidos, mas outros persistem. Modelos ainda se comportam de forma esquisita em certas situações, e a IA dos NPC’s parece ter parado no tempo — literalmente, às vezes eles congelam. As texturas — com exceção das usadas nos Pokémon — são as mesmas de sempre. Ou seja, as montanhas do norte da região continuam como as cavernas de The Crown Tundra (2020). As gramas continuam parecendo papel picotado. E não é escolha de direção artística, é falta de polimento mesmo. São feias e não têm como mentir. O jogo está mais bonito e rápido, mas ainda é Pokémon Scarlet e Violet. Para melhorar, só fazendo uma repaginação. Algo difícil para a Game Freak, muito envolvida em Beast of Reincarnation (2026).

Abaixe as expectativas e se divirta com Scarlet e Violet no Switch 2.
Se você já tem Scarlet e Violet e está migrando para o Switch 2, o upgrade vale. Sem titubear. É como se os jogos tivessem seu projeto inicial nessa plataforma. E acredite, os 60 FPS e gráficos mais decentes fazem a diferença. Não espere uma transformação mágica com direito a remake completo, nem mesmo reboot ou remaster, caso não saiba a diferença entre eles. Por isso, é bom tirar a sua Ponyta da chuva em termos de expectativa. Há melhorias, mas elas não fazem milagre algum. Estamos falando da Game Freak, não da Monolith Soft ou dos estúdios internos da Nintendo. A evolução sempre vem em passos de Magikarp. Mas até evoluir para Gyarados, falta uma cachoeira. Quem sabe esse voo não ocorra com Pokémon Legends: ZA (2025). É bom manter baixas as expectativas, ainda mais se você fala português, não é mesmo?
- Pokémon Scarlet e Violet estão disponíveis no Switch desde 2022. Os jogos ganharam uma DLC dividida, o padrão atual da franquia. The Teal Mask e Indigo Disk expandem a Pokédex e a história da Grande Cratera e do Quarteto Ruinoso de Paldea para as duas plataformas. O retorno a Kalos de Pokémon X e Y (2013), porém, vai ocorrer no dia 16 de outubro de 2025. Ambos os jogos não estão disponíveis em português, sendo que ZA será o primeiro a contar com o espanhol da América Latina. Além dos tradicionais inglês e espanhol da Espanha. Para o português, o jeito é esperar a Geração X.