Espaço… A Fronteira Final… Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Quem não se lembra da introdução de Star Trek, ou como no Brasil é conhecido, Jornada nas Estrelas. Explorar o Universo sempre foi uma máxima da humanidade, desde os antigos sumérios até os físicos astrônomos de agora. E alguns usam dessa vontade para criar softwares de entretenimento, vulgo jogos de videogames. O Guariento Portal já analisou Universe Sandbox 2, onde o jogador pode mexer nas leis universais e ver quedas de meteoros e buracos negros em ação. Agora, com a britânica Auroch Digital, chegou a vez do jogador ser o Presidente de uma Agência Espacial Internacional. Escolha uma nação, e explore a Lua, Marte e todos os planetas internos e externos em Mars Horizon. Agora, essa simulação e gerenciamento espacial dá certo? Confira a análise abaixo do game em sua versão para o Nintendo Switch.
Escolha a sua Agência Espacial, e embarque numa corrida para conhecer o Sistema Solar.
Primeiramente, Mars: Horizon é um game de gerenciamento e de simulação um tanto simples. Por mais que seu tutorial possa parecer desconcertante e até longo em um primeiro momento. De posse de uma Agência Espacial (das disponíveis, Europeia, Americana, Russa, Chinesa e Japonesa), o jogador começa no período de ouro da Jornada Espacial. A partir da década de 60 do século XX, o jogador deve tomar o devido cuidado em gerenciar os ganhos de sua agência, ao mesmo tempo que busca competir com as outras Agências Mundiais em uma verdadeira Corrida Espacial. Para isso, será necessário conquistar elementos, como ser um dos primeiros a viajar para a Lua, ser um dos primeiros e colocar um satélite em órbita, ou então ser o primeiro a levar um humano para o espaço. Tudo está disponível no game de maneira bem didática, sem muitas preocupações e em Português.
É então que vamos para o que de fato é a jogabilidade do game. Como todo jogo de gerenciamento e simulação, o jogador deverá controlar os níveis de dinheiro, experiência e diplomacia em Mars Horizon. Ou melhor, não deixar que a falta de dinheiro bloqueie seus projetos espaciais e ao mesmo tempo ver o que suas concorrentes falam de você. Ao mesmo tempo que deverá observar como suas rivais estão evoluindo e interagindo. Literalmente, você se encontrará em uma corrida que pode ser mais ou menos difícil a depender do modo de jogo. Uma vez que Mars Horizon conta com três dificuldades. Na mais fácil, é possível respirar uma vez que a Inteligência Artificial é um pouco mais franca. Assim, o jogador entrará em um modo quase Exploração, enquanto que no modo Veterano o jogador sofrerá bastante para que consiga sempre se manter na dianteira.
Mars Horizon é simples, mas consegue entreter em seu tempo correto misturando gerenciamento com o Universo que, de certa forma, se encaixam.
O game conta, além de uma parte de gerenciamento e simulação também com pequenos minigames após o lançamento de suas sondas e espaçonaves. Quando isso ocorre, o jogador deverá obter os itens corretos para receber os bônus necessários de suas explorações. E quanto mais distante são os destinos, mas cuidadoso o jogador deve ser, pois outros elementos começam a impactar nesta competição. Como é o caso do calor do Sol o frio do Sistema Solar. Com isso, o sistema de Mars Horizon se retroalimenta. A cada missão com sucesso, o governo de sua nação lhe concederá mais dinheiro, e será possível construir mais instalações. Assim, você poderá avançar no infinito do Universo. O pessoal da Auroch Digital foi bastante competente em criar um game que de fato é simples. Mas é competente no gerenciamento e simulação. Criando desafios peculiares que qualquer pessoa que goste de astronomia deve gostar.
Entretanto, a radiação ionizante do Sol acaba manchando partes do game da Auroch Digital. Como os seus gráficos e a repetição dos minigames.
Continuando a Análise, e da mesma forma Mars Horizon tem seus momentos de diversão, o game não está imune a radiação do Universo e apresenta alguns problemas consideráveis. E o primeiro deles é a parte gráfica e sua trilha sonora. Games indie não são sinônimos de jogos mal cuidados, podemos ver o caso de Raji: An Ancient Epic e o excelente Ori and the Blind Forest por exemplo. No entanto, Mars Horizon apresenta um cenário bem parco dentro do Nintendo Switch, bem aquém do que poderia ser visto no híbrido da Nintendo. Além disso, não há muito no que falar de áudio, pois não há tantas mudanças além do som de decolagem dos foguetes e uma leve estrutura de som de fundo enquanto os meses se passam. Dentro desse aspecto, os planetas tem uma gama de cores interessante, mas os satélites são extremamente poligonais.
Além dos problemas dos cenários, como é o caso do momento dos lançamentos e dos satélites em órbita, o game apresenta um problema de repetição. E isso acaba impactando a sua longevidade. Anteriormente, falamos que Mars Horizon se foca em dois pontos, gerenciamento e simulação, assim como minigames correto? Pois então, especialmente esses minigames, em determinado momento da narrativa se torna terrivelmente maçante. Enviar sondas para o espaço é algo fascinante, mas sempre ter a obrigação de concluir um minigame para obter pontos de experiência, sendo que na maior parte das vezes são sempre os mesmos torna monótona a jogatina. Aqui, a Auroch Digital se focou tanto em sua experiência que parece ter esquecido de evoluir sua jogabilidade acrescentando sempre algo a mais. Por mais que os elementos de frio e calor apareçam, eles não são o suficiente para incentivar o jogador.
E então, é divertido? Depende do referencial que você adotar. Até pelo fato de que o game é bem equilibrado em pontos positivos e negativos.
Assim, a diversão disponível em Mars Horizon acaba sendo impactada por todos esses elementos. De fato, sua simplicidade é um atrativo em que é possível qualquer jogador interagir com um ambiente hostil e se sentir como dentro da NASA. Observando e produzindo seus lançamentos, reagendado por problemas de mal tempo e vendo dar tudo certo ou tudo errado. E isso também é agradável no espaço com o nível de dificuldade que o jogador mais desejar. Contudo, essa repetição extrema de tudo que pode ser visto e da jogabilidade impacta negativamente. Jogos de gerenciamento até podem ser considerados problemas nesse aspecto, como é o caso de Planet Zoo por exemplo. Afinal, o foco é gerenciar um determinado “problema”. Contudo, perde-se a diversão quando o jogador percebe que por mais que faça coisas diferentes, ele não sairá daquele mesmo gingado. É dessa forma que Mars Horizon se faz presente.
Simplicidade e um bom gerenciamento se destacam em Mars Horizon. Que também apresenta problemas mais técnicos, como trilha sonora e gráfica, além da repetição de sua jogabilidade.
Assim, Mars Horizon, da Auroch Digital pode ser visto como um jogo razoavelmente interessante dentro do Nintendo Switch. Como dito no crivo da diversão, o game de fato tem momentos onde o jogador é compelido a se interessar. E assim evoluir cada vez mais dentro do Sistema Solar, seja interno quanto externo. Desta forma, encarar e descobrir planetas é uma atividade interessante que se une com controles bem fáceis de manejar e uma estrutura narrativa simples mas eficaz. Ajudada e muito com a tradução em Português do Brasil e com um tutorial longo, mas perfeitamente compreensível e três modos de jogo. Desta forma, enquanto o jogador observa a existência de mundos tão diferentes a explorar, ela se manterá dentro de Mars Horizon. No entanto, a exploração é um tanto superficial, se focando no gerenciamento de sua Agência Espacial e não na exploração de mundos como No Man Sky.
Entretanto, o game está bem aquém em termos mais técnicos do que em outras mídias. No Nintendo Switch por exemplo, os gráficos são bem mais simplicistas do que é possível ver na plataforma. Já a trilha sonora é um peculiar caso de quase inexistência. Não há um vislumbre, embora seja tecnicamente compreensível a parte sonora do game. Além disso, dentre todos os problemas, o que mais causa destaque negativo em Mars Horizon é a repetição de seus minigames. Por mais que o jogador opere os melhores foguetes ou satélites ao redor dos planetas, ele sempre esbarrará neste momento. Aqui, ele deverá obter itens para completar a exploração. Caso não consiga, basicamente é dinheiro de sua Agência jogado fora, no lixo. Assim, por mais que pareça difícil, o que peca é realmente a formatação desses minigames, que se repetem até que o jogador fica completamente exausto.
Recomendável para quem? Para quem curte a icônica frase que começou essa Análise. Além daqueles que curtem um game de gerenciamento.
Assim sendo, Mars Horizon no fundo é um proposta interessante de unir o gerenciamento com a exploração espacial. Não que ela seja que nem por exemplo será Starfield ou é Mass Effect, mas Mars Horizon consegue conquistar por apostar de maneira bem simplista. Seja você o percursor da Corrida Espacial, fazendo alianças com suas aliadas e despejando raiva em suas rivais. No entanto, o game acaba se perdendo em sua proposta ao apresentar uma simplicidade em elementos que não deveria ser tão simplórios. Como é o caso de toda a sua parte técnica e a repetição de seu gameplay. Assim, em curtas palavras desta Análise, Mars Horizon no Nintendo Switch é um game a ser pego para aqueles que curtem gerenciamento e um gostinho pelo Universo. E é claro, em boa promoção. Assim, ele é recomendável para você ver, com seus próprios olhos, o que esta Análise falou.
* A Análise de Mars Horizon foi produzida diretamente por meio de compra do game na eShop do Nintendo Switch. Porém, em sua versão mexicana, pois o game ainda não se encontra na versão brasileira da Loja. O game foi produzido pelo estúdio britânico Auroch Digital e tem versões para PC, PlayStation 4 e Xbox One e Xbox Series S/X. Porém, lembrando que a versão aqui analisada é a do Nintendo Switch. Quer que façamos uma análise de seu game neste espaço? Ou quer dar uma ideia de qual o próximo game? Tranquilo! É só mandar um e-mail para guarientoportal@gmail.com que nós entraremos em contato. Ou é claro falar aqui nos comentários. Veja outra Análise nas nossas diversas páginas!
Números
Mars Horizon (Nintendo Switch)
O Espaço, a fronteira final pode estar um pouco mais perto com Mars Horizon. Game da Auroch Digital para Nintendo Switch coloca o jogador no gerenciamento de uma Agência Espacial. Simples e fácil de jogar, game esbarra no seu conteúdo técnico e a repetição de minigames.
PRÓS
- Jogabilidade simples com um tutorial e narrativas explicativas com sua proposta.
- União de conceitos de gerenciamento com exploração do Universo.
- Modos de jogo permitem ampla diversão, de entusiastas até jogadores de primeira viagem.
- Diversão equilibrada pelos seus pontos positivos e negativos.
CONTRAS
- Direção artística e gráfica muito aquém de outras versões disponíveis.
- Trilha sonora e áudio bem monótonos, com pouca expressão de áudio dentro do game.
- Repetição absurda e entediante dos minigames para além do espaço. Não há novidade neles!